Dois vídeos que começaram a circular ontem (19) nas redes confirmam o que já haviam anunciado na semana passada o governador Flávio Dino (PCdoB) e o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula: os leitos de UTI e de internação clínica exclusivos para Covid-19 dariam conta da demanda apenas até este fim de semana (reveja).

Numa das gravações, uma profissional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que estava na entrada na UPA da Cidade Operária, revela que não conseguiu leito para internar um paciente que estava numa ambulância.

Segundo ela, a equipe havia passado antes pela UPA do Bacanga, também sem conseguir vaga.

“Nós estamos aqui, na porta da UPA da Cidade Operária, com paciente com suspeita de Covid. Nós já viemos da UPA do Bacanga. Não receberam, não tinha vaga. E nós estamos também aqui. Disseram que não tem vaga, porque não tem respirador, e estamos aqui aguardando, desde 3h30 da manhã. O que que vai ser feito? Paciente dentro da ambulância, ninguém atende, ninguém quer receber. Pra onde nós vamos? Quem pode nos ajudar?”, pergunta, em tom de desespero.

No segundo registro, outra profissional de saúde revela que, no caso do paciente atendido por ela, além das UPAs, houve tentativas nos dois Socorrões da capital e no Hospital da Mulher, sem sucesso.

De acordo com o boletim divulgado na noite de ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) – baixe aqui -, já estão ocupados 93,75% dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19 disponíveis na rede pública estadual.