O Ministério Público do Maranhão (MPMA) apura, desde o início do ano, uma heterodoxa transação financeira envolvendo a Secretaria de Saúde de Arame, no interior do Maranhão, e três pessoas jurídicas que, pelo menos aparentemente, não têm qualquer relação contratual com a Prefeitura Municipal.

Segundo dados do processo, a que o Blog do Gilberto Léda obteve acesso exclusivo, no dia 3 de dezembro de 2019, após receber ordem pelo WhatsApp da prefeita Jully Menezes (PT), a secretária de Saúde, Rita de Cássia Sarmento, efetuou transferências no valor de R$ 500 mil a Dirceu Trindade (R$ 300 mil), Mikail de França (R$ 150 mil) e Juan Oliveira (R$ 100 mil).

No processo, tanto a secretária, quanto a prefeita sustentam que o Município foi vítima de um golpe. Segundo ela, criminosos hackearam a conta de WhatsApp da pedetista, e se fizeram passar por ela para conseguir as transferências.

Movimentações

Os destinatários dos recursos já tiveram contas bloqueadas e o sigilo bancário quebrado.

Um deles, Dirceu Trindade, recebeu R$ 200 mil às 12h30, e 48 minutos depois já havia zerado o valor da sua conta no Banco Votorantim por meio de transferências e pagamentos fracionados em valores abaixo de R$ 5 mil.

No mesmo dia, às 13h44, ele recebeu mais R$ 100 mil. O valor foi zerado da conta ainda mais rapidamente: 22 minutos.

As movimentações de Mikail de França e Juan Oliveira após o recebimento dos recursos da Prefeitura de Arame também estão todas registradas no processo.

O caso está sob responsabilidade do promotor Felipe Rotondo, da Promotoria de Justiça de Arame.