MPE pede inelegibilidade de Duarte Jr. por abusos em 2020

A promotora Raquel Silva de Castro, da 3ª Zona Eleitoral, moveu, em dezembro, ação de investigação judicial eleitoral contra o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos) por abuso de poder político, econômico e de mídia durante a pré-campanha e na campanha eleitoral para prefeito de São Luís.

O caso foi revelado em primeira mão pelo Blog do Gilberto Léda, na tarde de ontem (reveja)

O processo está centrado, fundamentalmente, em dois casos: o uso do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), e das redes sociais da entidade, para obter “indevida visibilidade a sua candidatura, em nítido favorecimento pessoal”; e gastos de quase R$ 60 mil com inserções em TV, no chamado horário nobre.

No caso do Ibedec, o possível abuso chegou ao conhecimento do Ministério Público Eleitoral após denúncia do deputado estadual Yglésio Moyses (Pros), que também foi candidato a prefeito da capital maranhense. Representado pelo advogado Diego Gomes Maranhão, o parlamentar juntou documentos – dentre eles, vários prints de postagens destacando Duarte Júnior – que comprovaram, segundo a promotora, a “utilização do material de atividade parlamentar do Deputado Investigado nas Redes Sociais da Entidade […] Ibedec”.

Ao se manifestarem sobre o assunto, relata a Castro, nem o Ibedec, tampouco Duarte Júnior negaram a existência de uma “parceria” para passiva divulgação do então pré-candidato. O instituto apenas limitou-se a informar que a divulgação dava-se sempre em virtude de temas afetos à defesa do consumidor.

Já o deputado pontuou que o Ibedec não era uma Oscip e que o próprio Yglésio também já havia figurado em postagem da entidade.

Em relação às inserções de TV, as primeiras custaram R$ 30 mil, foram veiculadas ao fim de 2019, e continham menção a 2020 “como o ano em que ‘vamos fazer muito mais’”, pontuou a representante do Ministério Público Eleitoral. No segundo caso, já de setembro de 2020, às vésperas do pleito, o deputado pagou R$ 28 mil por novas inserções.

Para a promotora, além dos possíveis crimes em si, ficou evidente certa “contumácia” do então pré-candidato, e depois candidato, no cometimento de atos de abuso de poder.

“A contumácia na realização de propaganda irregular antecipada […] revela-se ousada com a utilização de mídias denominadas ‘outdoor’ e ‘busdoor’ e indica claro abuso de poder econômico e midiático”, disse Raquel de Castro, lembrando, ainda, das diversas outras ações a que Duarte respondeu por propaganda abusiva nas redes sociais.

Ela pede a condenação do deputado ao pagamento de multa de R$ 30 mil e a declaração da sua inelegibilidade por oito anos. O processo foi distribuído à 1ª Zona Eleitoral.

3 pensou em “MPE pede inelegibilidade de Duarte Jr. por abusos em 2020

  1. Se for através do TRE do Maranhão isso não vai dá em nada. Aqui no Maranhão quem manda é a politicagem e não a justiça.

  2. esse promotor é nota 10, o deputado federal maranhense, deixou rastro em cada caminhada de poder, dinheiro, e nada fez nosso promotoria, já o Duarte Junior não tem a simpatia dos doutores a perseguição é mortal…é vamos entender

  3. A jogada de Duarte Jr com a advogada Ana Brandão nesse Instituto de defesa do consumidor é mais complexa. Trata-se de um meio de […] […] através de […] de ações por supostos danos ao consumidor.
    Funciona assim, o […] Duarte Jr é sócio dela nessa empreitada, os dois são da mesma laia. Ela inclusive tinha vários grupos de whattsapp fazendo propaganda dele para prefeito.

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