Conass pede toque de recolher; fechamento de bares e praias; aulas e trabalho remoto; e mais dinheiro do SUS

Carlos Lula (centro), secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conass, em convenção partidária na campanha eleitoral de 2020

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) emitiu nesta segunda-feira (1º), uma carta aberta aos secretários de Saúde dos estados “e à nação brasileira” sugerindo a adoção de protocolos mais rígidos de controle da segunda onda da pandemia da Covid-19.

Presidido por Carlos Lula, titular da Secretaria de Saúde do Maranhão, o colegiado defende, por exemplo, toque de recolher, fechamento de bares e praias; e aulas e trabalho remoto em todas as regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos.

O Conselho pede, ainda, “reconhecimento legal do estado de emergência sanitária e a viabilização de recursos extraordinários para o SUS, com aporte imediato aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde”, e aprovação de compra de vacinas diretamente pelos estados, além da construção de um plano de recuperação econômica.

A carta é divulgada no mesmo dia em que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), manterá reunião com prefeito da Região Metropolitana de São Luís, e de Imperatriz, para tratar do avanço da Covid-19 no estado e da possível adoção de medidas mais restritivas nos municípios (saiba mais).

Veja abaixo a íntegra da nota.

CARTA DOS SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE SAÚDE À NAÇÃO BRASILEIRA

O Brasil vivencia, perplexo, o pior momento da crise sanitária provocada pela COVID-19. Os índices de novos casos da doença alcançam patamares muito elevados em todas as regiões, estados e municípios. Até o presente momento, mais de 254 mil vidas foram perdidas e o sofrimento e o medo afetam o conjunto da sociedade.

A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de final de ano, do veraneio e do carnaval. O relaxamento das medidas de proteção e a circulação de novas cepas do vírus propiciaram o agravamento da crise sanitária e social, esta última intensificada pela suspensão do auxílio emergencial.

O recrudescimento da epidemia em diversos estados leva ao colapso de suas redes assistenciais públicas e privadas e ao risco iminente de se propagar a todas as regiões do Brasil. Infelizmente, a baixa cobertura vacinal e a lentidão na oferta de vacinas ainda não permitem que esse quadro possa ser revertido em curto prazo.

O atual cenário da crise sanitária vivida pelo país agrava o estado de emergência nacional e exige medidas adequadas para sua superação. Assim, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) manifesta-se pela adoção imediata de medidas para evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde, a saber:

a) Maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos, incluindo a restrição em nível máximo nas regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos. Para tanto, são necessárias:

 A proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
– A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
– O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;
– O fechamento das praias e bares;
– A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado;
– A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
– A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
– A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos;

b) O reconhecimento legal do estado de emergência sanitária e a viabilização de recursos extraordinários para o SUS, com aporte imediato aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde para garantir a adoção de todas as medidas assistenciais necessárias ao enfrentamento da crise;

c) A implementação imediata de um Plano Nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção e esclarecer a população;

d) A adequação legislativa das condições contratuais que permitam a compra de todas as vacinas eficazes e seguras disponíveis no mercado mundial;

e) A aprovação de um Plano Nacional de Recuperação Econômica, com retorno imediato do auxílio emergencial.

Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um “Pacto Nacional pela Vida” que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional.

Carlos Lula
Presidente do Conass”

3 pensou em “Conass pede toque de recolher; fechamento de bares e praias; aulas e trabalho remoto; e mais dinheiro do SUS

  1. Muita hipocrisia numa foto só. Qualquer outro lugar um secretário desse era pra ter sido exonerado. Mas nesse caso, o mesmo estava a serviço do chefe.

  2. Taí a imagem deste irresponsável a mando do desgoverno fazendo campanha nas eleições e aglomerações Agora tá aí o resultado.. gastaram o dinheiro nas eleições.

  3. Esse Dino tá usando o dinheiro da pandemia para nomear seus aliados, semana passada nomeou mais comissionados para a secretaria de educação. A grande maioria nem assessora e nem chefia, como deveria ser um comissionado.

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