A Superintendência de Vigilância Sanitária do governo do Maranhão estabeleceu em R$ 80 mil a multa ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por aglomeração gerada durante sua última passagem pelo estado (saiba mais).

Ainda em junho, contudo, a Secretaria-Geral da Presidência recomendou que o e-mail enviado pelas autoridades maranhenses com a autuação fosse devolvido com pedido de arquivamento (reveja).

Segundo o auto de infração, o presidente promoveu aglomeração de mais de 100 pessoas sem controle sanitário e sem uso de máscara. Bolsonaro visitou diversos municípios do Maranhão entre 20 e 21 de maio, gerando aglomerações durante suas visitas, nas quais optou ficar sem máscaras enquanto conversava com moradores da região e, em alguns casos, apertava mãos e dava abraços.

As aglomerações aconteceram um dia depois de o estado do Maranhão, comandado por Flávio Dino (PSB), ter confirmado os primeiros casos da cepa indiana da Covid-19 no Brasil. Após a autuação, a defesa do presidente, apresentava pela subchefia para Assuntos Jurídicos do Planalto, limitou-se a dizer que a Presidência foi autorizada pelas autoridades do Maranhão a realizar o ato oficial.

Dois pesos…

A decisão do governo Flávio Dino de autuar e multar Bolsonaro foi muito criticada pela oposição maranhense por conta da incoerência.

Adversários lembraram que o próprio governador estimulou aglomeração na eleição de São Luís, e que nada fez contra aglomerações as mais diversas nas campanhas eleitorais pelos municípios do Estado.

Até o secretário de Saúde da sua gestão, Carlos Lula, participou de uma dela (relembre).

Já no fim de semana passado, o próprio Governo do Maranhão apoiou uma grande aglomeração ocorrida em São José de Ribamar, com o Lava Boia (veja aqui).