RibAmar Cidade em Obras avança na cidade balneária

O ano começou e a prefeitura de São José de Ribamar continua intensificando as ações do RibAmar Cidade em Obras. Nesta semana, foi dada a largada para a pavimentação de 2km em bloquetes no bairro São José dos Índios. As máquinas já atuam com terraplanagem na Rua do Campo e homens já executam a pavimentação na Rua Madalena Monroe. Além do bloqueteamento, as ruas da comunidade já recebem meio-fio e sarjeta.

Como prevenção a possíveis transtornos que possam ser causados pelas chuvas, a prefeitura atua na desobstrução dos canais que cortam a cidade, com destaque para o Canal do Zé Vaqueiro, no Jota Câmara, que já está desobstruído.

O RibAmar Cidade em Obras atua com execuções na educação. A reforma e ampliação da Escola Municipal Leda Tajra entraram em fase de conclusão. Em poucos dias, a escola será entregue aos ribamarenses. A construção da creche da Vila São Luís está bem adiantada e a escola do Residencial Nova Terra começa a ganhar forma.

O programa também garante limpeza. A Avenida Norte e as transversais que cortam a via passam por uma mega ação de capina, roçagem e limpeza de sarjetas. Além disso, a drenagem na Rua Salustiano de Brito, no Moropoia, vai resolver um problema de alagamento crônico e trazer qualidade de vida aos moradores da região.

Um perfil de coragem – parte II

Por José Sarney

Contei na semana passada a história do grande gesto de coragem cívica do Adauto Lúcio Cardoso ao defender a Lei acima das contingências políticas. Ele foi, sem dúvida nenhuma, um dos grandes brasileiros do século passado. Era de uma retidão absoluta, que não o impediu de fazer política com todas as qualidades — ao contrário do que se costuma dizer para desqualificar a política e os políticos, a política não apenas pode, mas deve ser feita, para ser legítima, com a visão dos valores éticos que pautam a sociedade. Adauto era uma fortaleza moral, impávido, respeitado por toda a Câmara, por todo o Congresso, por todos.

Sua vida política começou com a assinatura do Manifesto dos Mineiros, um dos pontapés que derrubou a ditadura Vargas. Vereador na Capital, não aceitou a decisão do Senado de impedir que a Câmara de Vereadores analisasse os vetos do Prefeito e renunciou a seu mandato. Eleito para a Câmara dos Deputados, logo tornou-se um dos principais membros da Banda de Música da UDN.

Em 1966 foi eleito Presidente da Câmara. Foi a Castelo Branco e pediu o compromisso de que não houvesse cassações: não as aceitaria. Pouco depois da eleição de Costa e Silva, em outubro de 1966, saiu uma lista com a cassação de quatro deputados. Adauto, que estava no Rio, voltou a Brasília e disse que, enquanto ele ali estivesse, deputados não sofreriam restrições de direito. “Eu poderia lavar as mãos, como Pilatos, mas não lavaria minha consciência.”

O Ministro da Justiça disse que a posição de Adauto de submeter as cassações à análise da Câmara era “um absurdo inconcebível”. Mas Adauto ficou firme na garantia aos deputados que permaneciam na Casa. Um ato complementar “considerando [que] entendeu o Senhor Presidente da Câmara…” colocou em recesso o Congresso Nacional. Adauto aguardava em sua sala desde as 4 horas da madrugada. Uma hora depois forças militares invadiram o Congresso. Pôs-se de pé no alto da escada que dá acesso do segundo andar ao plenário da Câmara dos Deputados. Quando o comandante da tropa chegou, ele enfrentou: “Aqui estou como representante do poder civil.” E o militar contestou: “Aqui estou como representante do poder militar.” Adauto replicou: “Então, pela força, entre no Congresso, mas jamais com a minha complacência ou o meu reconhecimento.” Passado o recesso, Adauto renunciou à Presidência da Casa.

Para mostrar a grandeza de outro homem público, o Marechal Castello Branco decidiu, já nos últimos dias de seu governo, ao vagar uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal, indo contra todos os “revolucionários”, que estavam com o Adauto engasgado na garganta, convidá-lo para ser ministro da Suprema Corte.

Ali no Supremo, mais uma vez, Adauto iria mostrar quem ele era.

Durante o julgamento, em março de 1971, no Governo do Presidente Médici, da constitucionalidade do decreto-lei 1.077/1970, que estabelecia a obrigatoriedade de censura prévia, inclusive a livros, o Ministro Adauto disse que, como juiz, jamais concordaria com isso. Deu, então, seu voto pela inconstitucionalidade do decreto, afirmando que o livro era intocável, não poderia sujeitar-se a nenhuma censura e que sua publicação deveria ser livre.

Colhidos os votos, Adauto foi vencido e o Supremo aceitou o arquivamento da ação pelo Procurador-Geral da República, o que, na prática, autorizou a censura.

Adauto levantou-se, tirou a toga, enrolou-a, colocou-a sobre sua cadeira e deixou o Supremo Tribunal Federal! Jamais voltou.

Esse era Adauto Lúcio Cardoso.

Ao escrever estes episódios ainda me comovo lembrando sua figura…

Federações Partidárias: a joint venture do mundo do direito eleitoral?

Anna Graziella Santana Neiva Costa*

Personagem inédito ocupa o cenário das discussões jurídico-políticas: as federações partidárias.
Inovando no cenário eleitoral de 2022, eleitores, partidos e seus respectivos filiados passam a contar, na arena eleitoral, com a possibilidade de candidaturas provenientes de arranjos partidários formatados por meio de federações partidárias.

A aglutinação de dois ou mais partidos, em federações, é uma novidade na legislação nacional, fruto da Lei 14.208/21. A citada norma possibilita a legendas partidárias disputarem a preferência do eleitorado em formato unificado e verticalizado, com reflexo nacional e vigência mínima de quatro anos.
O leitor deve estar se questionando se não seria o retorno disfarçado das coligações nas eleições majoritárias. Não! Os dois institutos são distintos.

As coligações reuniam os partidos políticos de forma puramente circunstancial, com finalidade definida: elevar as chances de êxito e eram desfeitas ao fim do processo eleitoral. Não havia qualquer compromisso de alinhamento programático provocando, no senso comum, a sensação de que a vontade do eleitor havia sido fraudada.
A proposta da federação partidária, de saída, pressupõe afinidade programática e proximidade de ideologias políticas, considerando a necessidade de constituição de estatuto comum que vinculará o funcionamento parlamentar posterior as eleições. Outro ponto a realçar é o seu caráter perene. A federação deverá continuar existindo pelo período mínimo de quatro anos.

Cientistas políticos, doutrinadores, estudiosos do Direito Eleitoral defendem que as federações partidárias podem proporcionar correção de disfuncionalidades partidárias e promover futura fusão ou incorporação de partidos políticos, em horizonte próximo. Observam, portanto, movimento incentivador para, em curto prazo, provocar a redução do quantitativo de greis no país, de modo a fortalecer a confiança da sociedade em instituições que guardam íntima relação com a concretização da democracia (governo do povo e para o povo).

A ausência de posições claras e de identidade principiológica das agremiações nacionais é fator preponderante para a extenuação do nosso regime democrático, estimulando, por exemplo, o debate por lançamento de “candidaturas avulsas” e das propaladas “candidaturas coletivas” – até então inimagináveis -, reforçando a crescente busca pela criação de uma filosofia política que melhor se coadune com a diversidade da sociedade brasileira.

É o sistema político eleitoral, em convergência com outras engrenagens, in casu, com as legendas partidárias e os próprios políticos, que tornam o regime democrático concreto e ativo sendo, imperioso, rememorar que o Ato Institucional n. 02 extinguiu os partidos políticos.
Dizia o dispositivo: “Ficam extintos os atuais partidos políticos e cancelados os respectivos registros”. O citado fato histórico demonstra, com clareza, não haver regime democrático sem políticos e sem partidos. Nesse contexto, citar a assertiva cunhada pelo Ministro Luís Roberto Barroso é uma exigência: “política é gênero de primeira necessidade”.

O déficit de representatividade brasileira é irrefutável. A máxima a “classe política não me representa” é prova indubitável da grave sensação de descolamento entre a sociedade civil e os atores políticos, assinalando que a cena política precisa de inovações capazes de alcançar e suprir a necessidade de uma sociedade de feições díspares e que, na atualidade, ainda precisa vencer desafios ancorados em algoritmos que induzem – artificialmente – comportamentos e pensamentos.
Definitivamente, é adequado arejar o ambiente político. A modernização e a profissionalização do mundo partidário são medidas que se impõem.

Os debates sobre a Federação Partidária já estão no Supremo Tribunal Federal. A ADI 7021, com medida cautelar já proferida pelo relator, Ministro Luís Roberto Barroso, rechaçou de plano a existência de inconstitucionalidade formal da norma. Entretanto, exigirá do colegiado da Corte Constitucional Brasileira o enfrentamento da constitucionalidade de uma lei ordinária (a que criou a federação) ter alterado artigo da Carta Magna.
A regra constitucional alcançada está no artigo 17, §1º: “É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos (…)”. Ou seja, a Constituição Brasileira declinou os arranjos estruturais disponíveis às agremiações, que podem ser criadas, fundidas, incorporadas ou extintas. Não há, assim, a previsão da “federação”.

Outro ponto decidido pelo Ministro Barroso, na cautelar da citada ADI, diz respeito ao prazo sob o qual as Federações devem estar formadas. O artigo 11-A, § 3o, inciso III, da Lei 14.208/21, afirma categoricamente que “a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das convenções partidárias”, embora na cautelar proferida na ADI 7021, sua Excelência, o Ministro Barroso, ter decidido que o citado prazo (disposto na lei) afrontaria a isonomia entre as federações e os partidos políticos já constituídos.
Eis as exposições consignadas na decisão: “Existe, porém, um problema de quebra de isonomia no tratamento diferenciado dado à federação partidária no que diz respeito ao seu registro perante o TSE. Partidos políticos têm de fazê-lo até 6 meses antes das eleições (Lei no 9.504/97, art. 4o), sendo que, em relação à federação, a lei ora impugnada estende esse prazo até a data final do período de realização das convenções partidárias. Trata-se de uma desequiparação que não se justifica e que pode dar à federação indevida vantagem competitiva”.

Exatamente no ponto acima declinado, houve parcial deferimento da cautelar “apenas quanto ao prazo para constituição e registro da federação partidária perante o TSE, e, como consequência: (i) suspender o inciso III do § 3o do art. 11-A da Lei no 9.096/95 e o parágrafo único do art. 6o-A da Lei n. 9.504/97, com a redação dada pela Lei no 14.208/21; bem como (ii) conferir interpretação conforme à CF ao caput do art. 11-A da Lei no 9.096/95, de modo a exigir que “para participar das eleições, as federações estejam constituídas como pessoa jurídica e obtenham o registro de seu estatuto perante o TSE no mesmo prazo aplicável aos partidos políticos”.

Delineado o cenário jurídico das federações até o presente momento, evidenciando-se, por óbvio, frenesi no mundo acadêmico, e aquecido o debate sobre o posicionamento do STF, destaca-se que o exercício de futurologia está com data marcada para ser descortinado: 02.02.2022.
A especial coincidência numérica atrai supersticiosos e nos remete ao significado dos números cabalísticos. O número dois da Cabala representa o equilíbrio entre forças opostas. É o número da dualidade, da complementação, da polaridade. Representa a harmonia e o equilíbrio.

Misticismos lateralizados, após o estudo do instituto e de suas nuances, é possível estabelecer paralelo entre as federações partidárias e uma figura jurídica própria do mundo empresarial moderno, as joint ventures contratuais.
O arquétipo da joint venture contratual é por demais parecido com as federações partidárias e, ainda que de modo superficial, traça-se as pontuais semelhanças.

A Lei Federal nº 14.208/2021, criadora das federações partidárias, prevê que (i) dois ou mais partidos poderão reunir-se em federação e, a partir daí, devem assim permanecer por, no mínimo, quatro anos; (ii) para se associar em federações, as legendas deverão antes constituir uma associação averbada em cartório de registro civil de pessoas jurídicas, com personalidade distinta do partido; (iii) partidos federados devem estar alinhados em todas as unidades da federação; (iv) haverá coordenação política entre os partidos que atuarão, institucionalmente, em unidade, mas as siglas não perdem suas características próprias, nem sua autonomia, continuando a receber recursos do fundo partidário e do fundo especial de campanha, prestando contas e todas as demais obrigações que lhe são impostas enquanto partido político.

A joint venture contratual nada mais é que um acordo estabelecido entre duas ou mais empresas (i) com objetivo comum e específico; (ii) por tempo determinado; (iii) divisão de resultados e perdas; (iv) não haverá fusão ou absorção; (v) as pessoas jurídicas preservam sua autonomia e personalidade jurídica, mantendo incólume seus direitos e obrigações. Ultrapassado o prazo estipulado em contrato, havendo interesse e sinergia, será possível a fusão, aquisição, absorção.

Como se percebe, as federações partidárias aparentam possuir, de fato, o frescor da contemporaneidade, cuja ideia motriz foi, possivelmente, derivada das melhores práticas do campo empresarial. Cumpre-nos então, agora, sob o arquétipo do direito eleitoral, aguardar pela premente depuração a ser promovida pela Suprema Corte, de modo a descobrir qual o sentido prático será conferido a esse novel sistema partidário.

Rogue-se, por oportuno, que a moderna roupagem das federações partidárias não seja impregnada pelo mofo dos velhos costumes, permitindo ao Brasil a ousadia de avançar com absoluto desapego aos retrocessos.

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* Anna Graziella Neiva é advogada e desembargadora do TRE-MA. Especialista em Ciência Jurídico-Política, Eleitoral e Direito Constitucional, tem MBA em Direito Tributário, e é mestranda em Ciências Jurídico-Políticas. Integra a Comissão Especial de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB, a Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral) e o IAB (Instituto dos Advogados do Brasil).

Só se precisa de um partido para ser candidato, diz Simplício

O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo (SD), reafirmou na noite de ontem, 28, seu apoio à pré-candidatura do governador Flávio Dino (PSB) ao Senado e disse que se manterá firme na corrida ao Palácio dos Leões.

“Se estou entrando (na disputa) é porque tenho esses apoios. E eu acredito que existem pessoas que estão desinformadas. No dia primeiro de dezembro de 2021 eu publiquei no Blog do John Cutrim informando que a quantidade de partidos nesta eleição vai ser muito pequena. Tem muita gente aí falando que tem treze partidos, dose partidos, dez partidos e eu disse que apenas dez partidos, no máximo, vão participar da eleição aqui no Estado, então se dez partidos vão participar e nós somos cinco pré-candidatos, cada candidato vai ter de um a dois partidos e para ser candidato a governador só precisa de um partido e eu tenho um partido, eu até costumo dizer que meu partido hoje é três vezes maior que o partido do governador Flávio Dino quando ele foi candidato em 2014”, disse Simplício em live no seu Instagram.

Simplício Araújo afirmou que tem o total apoio do seu partido, o Solidariedade. “Eu ajudei fundar o Solidariedade, então tenho toda a segurança do partido para disputar a eleição no Maranhão. Essa questão de quantos partidos vão está com o Solidariedade só se resolve em julho, ninguém resolve isso agora, agora a gente tem que ter conversa é sobre o que o Maranhão precisa. Eu não estou preocupado em garantir apoio dos deputados estaduais, dos deputados federais ou dos partidos, pois cada deputado estadual ou candidato a deputado estadual está preocupado é com sua própria eleição , cada deputado federal está preocupado é com sua própria eleição e os partidos estão preocupado agora é com a vida pois não vai ser fácil participar dessa eleição, as regras mudaram”, declarou.

“Eu acredito que cada candidato a governador deve ter no máximo dois ou três partidos porque não vai ser fácil montar a nominata. Eu estou preocupado zero com partido agora, minha preocupação agora é discutir com a sociedade a geração de empregos que o Maranhão precisa, o desenvolvimento que o Maranhão precisa, colocar uma dinâmica nova e parar com essa besteira de contar prefeito como se fosse cabeça de gado, de contar vereador como se fosse cabeça de bode, nós precisamos agora é ter um plano para gerar empregos e renda”, finalizou Simplício.

AL retoma trabalhos na quarta com restrições

A Assembleia Legislativa do Maranhão realizará, na próxima quarta-feira (2), às 9h30, a sessão solene que marcará o início dos trabalhos da 4ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura. A solenidade, no Plenário Nagib Haickel, será conduzida pelo presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PC do B), e contará com a presença de representantes dos demais poderes e de outras instituições. 

Durante a solenidade, o governador Flávio Dino (PSB) ou o seu representante fará a leitura da Mensagem Governamental, encaminhada ao Poder Legislativo, com a  prestação de contas das ações realizadas pelo Governo do Estado em 2021 e as ações previstas para este ano. 

Cerimônia militar

Antes do início da sessão solene em plenário, com horário previsto para às 8h30, será realizada a cerimônia militar em frente ao Palácio Manuel Beckman, constituída de hasteamento das bandeiras e revista às tropas da Guarda de Honra pelo presidente Othelino Neto. 

Durante todo o evento, serão cumpridos os protocolos sanitários de prevenção e enfrentamento à Covid-19.  Além disso, deve ser reeditada resolução com restrições de acesso em virtude da pandemia.

Programação

8h30 – Hasteamento das bandeiras 

9h – Revista às Tropas 

9h30 – Sessão Solene

Weverton e mais pedetistas ignoram Ciro e traçarão ‘projeto Lula’

Veja

Preocupados com a vinculação a uma candidatura presidencial que não dá sinais de empolgação, pré-candidatos a governador pelo PDT de Ciro Gomes marcaram para o dia 4 de fevereiro, em Brasília, uma conversa na qual discutirão os palanques nos estados – especialmente o desejo de se associarem ao petista Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro será na casa do senador Weverton Rocha, do Maranhão, um dos que mais veem como necessário o apoio de Lula para ganhar a eleição.

Diálogos entre Rocha, Rodrigo Neves (Rio de Janeiro), Edvaldo Nogueira (Sergipe) e Lígia Feliciano (Paraíba) têm acontecido por telefone, mas os pedetistas sentiram a necessidade de criar essa ocasião presencial – que será realizada duas semanas depois da oficialização da pré-candidatura de Ciro. A ideia é alinhar uma linha de ação e conversar na semana seguinte, em São Paulo, com o próprio Lula, que tem Rocha como principal interlocutor no grupo.

Assim como parte da bancada federal do PDT, os pré-candidatos a governos prefeririam que o partido abrisse mão da candidatura presidencial, que consome parcela imensa dos recursos partidários e os vincula a um nome que tem menos de 10% nas pesquisas. Houve até uma cobrança para Ciro chegar a pelo menos 15% antes da janela partidária, em março, e evitar um amplo desembarque de quadros da legenda.

Cientes da dificuldade de desmobilizar a campanha de Ciro a essa altura do campeonato, os pedetistas querem pelo menos a garantia de que poderão contar com palanques duplos em seus estados, ou seja, de que a obrigação Ciro não inviabilizará o desejo Lula. A insatisfação no partido, no entanto, também se estende a outros fatores, especialmente no caso de deputados. Alguns preveem um cenário parecido com o que aconteceu com o ex-tucano Geraldo Alckmin em 2018, quando o PSDB apostou suas fichas – ou seja, seu dinheiro – na campanha minguada dele à Presidência da República e acabou elegendo uma bancada pequena na Câmara.

Naquele ano, a direção nacional do PDT injetou R$ 23,3 milhões de verba pública no projeto eleitoral de Ciro, sendo que o total do fundo eleitoral destinado ao partido era de R$ 61,4 milhões. E o saldo foi considerado positivo, já que, na esteira daquela campanha, os trabalhistas conseguiram eleger 28 deputados, tendo seu melhor desempenho para a Câmara desde 1994, quando o presidenciável Leonel Brizola impulsionou a vitória de 34 parlamentares da legenda. Com Lula no páreo, porém, a avaliação é diferente da de quatro anos atrás. O candidato do PT naquela eleição, Fernando Haddad, não tinha a mesma popularidade, e a candidatura do PDT dava mais sinais de empolgação.

Na última pesquisa Datafolha, de dezembro do ano passado e divulgada antes da operação da Polícia Federal que atingiu Ciro, ele aparecia com apenas 7%. Há o risco de parlamentares da sigla, cuja bancada soma hoje 25 deputados, migrarem de casa se o candidato não crescer. Lula pontuou 48% na mesma pesquisa; Jair Bolsonaro, 22%; e Sergio Moro, 8%. Os levantamentos têm mostrado que, com Lula no jogo, Ciro tem uma dificuldade imensa de penetração nos setores mais pobres da sociedade, responsáveis pela maioria esmagadora de votos.

Nas disputas a governador, a candidatura presidencial do PDT acaba promovendo entraves às articulações locais. No caso do Rio, por exemplo, Rodrigo Neves chegou a se reunir com Lula há cerca de dois meses, mas quem desponta como o apadrinhado do ex-presidente é Marcelo Freixo – do PSB, que já está há meses em conversas complexas com o PT para viabilizar uma costura eleitoral vantajosa. Lula tem consciência das limitações de Freixo, que ainda precisa contornar a rejeição, e isso faz com que adversários do socialista sonhem com a concepção de um palanque que inclua mais de um candidato ao Palácio Guanabara. Além de Neves, o grupo do prefeito Eduardo Paes (PSD), cujo candidato é o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, flerta com o ex-presidente.

O próprio Ciro já deu declarações em que alega ser normal ter palanques duplos em alguns Estados. Citou como exemplo o complexo Maranhão, onde Weverton Rocha tem a certeza de que precisa de Lula no palanque. Se a ideia de que uma terceira via dificilmente se consolidará no País é quase consensual em todos os lugares, ela é ainda maior no Nordeste, principal reduto lulista. No Sergipe, o atual prefeito da capital, o pedetista Edvaldo Nogueira, lidera as pesquisas e tenta ser o candidato de Lula, apesar do PT ter colocado o nome do senador Rogério Carvalho.

Presidente do PDT, Carlos Lupi tem batido o pé pela manutenção da candidatura de Ciro. Nos bastidores, contudo, nunca fechou as portas para o petista, com quem mantém conversas reservadas.

Prefeitura adia retorno às aulas em SLZ

A Prefeitura de São Luís anunciou nesta sexta-feira, 28, o adiamento do do início do ano letivo nas escolas da rede municipal de ensino.

As aulas deveriam começar na próxima segunda-feira, 1º, mas agora serão retomadas apenas no dia 22 de fevereiro.

A decisão foi tomada em virtude do aumento do número de casos da Covid-19 e outras síndromes gripais neste início de ano na capital.

IBGE: desemprego cai para 11,6% no Brasil

Agência Brasil

No trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação no país caiu para 11,6%, com diminuição de 10,6% no número de desempregados, uma redução de 1,5 milhão de pessoas entre os desocupados. A queda em relação ao trimestre anterior foi 1,6 ponto percentual e o número de pessoas sem ocupação é 12,4 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 14,5%, com 2,1 milhões a menos em busca de trabalho.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua para o trimestre encerrado em novembro de 2021, divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o instituto, entre o trimestre encerrado em agosto e o período encerrado em novembro, 3,2 milhões de pessoas conseguiram entrar no mercado de trabalho, um aumento de 3,5% no número de pessoas ocupadas.

De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a recuperação pode estar refletindo a sazonalidade do fim de ano.

“Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. O crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações.”

O nível de ocupação foi estimado em 55,1%, um aumento de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior.