Caso Décio: Gláucio e Pedro Meireles mantinham encontros na Pavan, revela testemunha

A empresária Patricia Gracielli Martins, esposa do agiota Fábio Brasil – assassinado a tiros em março do ano passado pela mesma quadrilha que mandou matar o jornalista Décio Sá, segundo o Ministério Público e a polícia -, revelou em depoimento um dos detalhes do relacionamento de amizade entre Gláucio Alencar, acusado de ser um dos mandantes dos dois crimes, e o delegado Pedro Meireles (foto), da Polícia Federal.

meirelesAo ser questionada pela comissão de delegados sobre os motivos pelos quais Gláucio não fora preso pela PF em operações que investigavam o relacionamento de agiotas com prefeituras do Maranhão, Patricia é taxativa.

“Eu acho que é porque ele conhecia o delegado da Polícia Federal”, disse.

Diante da informação, os delegados procuram por mais dados sobre esse “conhecimento”. E a esposa de Fábio Brasil acaba revelando: “Todo mundo via ele [Pedro Meireles] na churrascaria Pavan. Eu já vi o delegado lá”.

“Com quem?”, perguntam os delegados. “Com o Gláucio”, responde a testemunha, sem titubear.

Veja no vídeo acima ou leia abaixo o trecho do depoimento em que Patricia Gracielli cita os encontros dos dois na churrascaria de São Luís.

Delegado: O Gláucio não foi preso por quê?

Patrícia: Eu acho que é porque ele conhecia o delegado da Polícia Federal.

Delegado: Que delegado?

Patrícia: Pedro Meireles.

Delegado: Mas conhecia? Como assim?

Patrícia: Eu… Todo mundo via ele na churrascaria Pavan. Eu já vi o delegado lá.

Delegado: Com quem?

Patrícia: Com o Gláucio. Pode puxar [ininteligível] nesse telefone do Gláucio que deve ter muita coisa dele com esse cara.

As primeiras suspeitas contra o delegado federal foram levantadas pela delegada-geral da Polícia Civil, Cristina Menezes. Em agosto do ano passado, ela foi categórica: há indícios de que o delegado tenha envolvimento com a quadrilha de Gláucio.

“Há indícios da participação dele [Pedro Meireles] na quadrilha. Se houver necessidade, ele pode ser chamado”, disse a delegada à época (reveja).

Oitivas

O juiz Márcio Brandão, da 1ª Vara do Tribunal do Júri em São Luís, retoma hoje (3) as oitivas do “Caso Décio”. Devem ouvidos até a sexta-feira (7) 11 acusados de participação no crime. Entre os denunciados, apenas Shirliano Graciano de Oliveira segue foragido.

Acusados de envolvimento no assassinato de Décio Sá:
– Jhonatan de Sousa Silva;
– Marcos Bruno Silva de Oliveira;
– José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha;
– Alcides Nunes da Silva;
– Joel Durans Medeiros;
– Elker Farias Veloso;
– Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita;
– Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha;
– Gláucio Alencar Pontes Carvalho;
– José de Alencar Miranda Carvalho;
– Ronaldo Henrique Santos Ribeiro.

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11 pensou em “Caso Décio: Gláucio e Pedro Meireles mantinham encontros na Pavan, revela testemunha

  1. Que furo, hein! “EU ACHO que é porque ele conhecia o delegado da Polícia Federal.” Nossa, isso é gravíssimo e deve ser suficiente para condenar o delegado. Deve pesar muito também o fato de ele frequentar a PAVAN. Notícia bomba, essa. Parabéns.

    • Basta ligar os “prefeitos” ao Gláucio que facilmente vc chegará a esse delegado[…]. O que eu não entendo é o porque esse […] não está preso. Não era à toa que as operações se chamavam de “Rapina”.

  2. Olha um defensor do delegado […]…a noticia se não é bomba ao menos mostra mais uma ligação de Pedro Meireles com Glaucio e sua quadrilha!!!

  3. Mas eles serem amigos não ja era do conhecimento de todos?
    Isso ja havia sido postado aqui no seu blog leda.
    Postou inclusive que eles freqüentavam a mesma igreja.
    Agora, se a mulher ta dizendo que Glaucio não foi preso por causa disso, isso é uma suposição DELA.

    • “Nossa!”, “Sandra”, mesma pessoa, mesmo IP, com nomes diferentes pra parecer que tem mta gente do lado deles…lamentável

  4. Citado no assassinato do jornalista Décio Sá e investigado como suspeito de envolvimento com quadrilha de agiotas, delegado federal prejudicou a investigação ao se recusar a entregar relatórios de escutas telefônicas que poderiam comprovar compra de votos do então candidato João Castelo (PSB), nas eleições de 2008.

    Mauro
    03/06/2013 – 09:25
    Marco,
    Apenas um detalhe: Os Prejudicados seriam o João Castelo e e a Gardeninha- a mesma que é citada nas investigações do Caso Décio, como ligada ao agiota Gláucio, que tb, que por outro lado seria ligado ao Delegado.

    Resp.: Curioso, não?!
    Do blog do Marco D’eça

  5. Essa quadrilha do Glaúcio tem que ficar atentos, pois estão preparando mais uma operação contra a agiotagem. O serviço de inteligência está atuando e monitorando todos os envolvidos com o crime, além disso, ja tem conhecimentos de pessoas ligadas ao Gláucio que anda mantendo contato com prefeitos que devem dinheiro a ele. Mais uma bomba de efeito moral retardado.

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