Depois de o pai, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), conseguir dividir em parcelas o valor que terá que devolver à Uema (reveja), o médico Thiago Augusto Maranhão Cardoso também quer o mesmo benefício do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA).
Ele protocolou ontem (7) um requerimento no órgão pedindo que seja autorizado a parcelar o valor que deve devolver depois de ser descoberto como ocupante de cargo “fantasma”.
Por decisão do juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da capital, Maranhão foi obrigado a ressarcir R$ 235 mil aos cofres públicos – o magistrado chegou a determinar o bloqueio de bens do médico e uma caminhonete dele ainda foi apreendida (releia), depois de a Justiça encontrar apenas R$ 7 mil do total a ser devolvidos em contas de Thiago Augusto.
O valor total bloqueado judicialmente refere-se ao que o filho de Waldir Maranhão recebera a título de salário – pelo menos entre novembro de 2013 e maio de 2016 – como assessor do TCE-A, mesmo trabalhando e estudando em São Paulo.
O fato noticiado se mostra vergonhoso e é por buscarmos a postura ética e moralização na Instituição na qual trabalhamos que as Entidades representativas dos Servidores vem sofrendo com postagens deturpadoras de uma realidade e que só visam descredenciar e desqualificar o movimento dos servidores que de fato trabalham dia a dia e cumprem com responsabilidade e consciência suas atividades no TCE/MA e engrandecem o Controle Externo do país com ações efetivas visando o combate à corrupção e malversação dos recursos públicos.
Segue então a Nota conjunta das Entidades dos servidores do TCE/MA.
NOTA OFICIAL
O Sindicato dos Auditores Estaduais de Controle Externo do Maranhão (SINDAECEMA) e a Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado Maranhão (ASTCE) vêm a público repudiar com veemência a tentativa arbitrária e deliberada de deturpar o movimento ordeiro e pacífico organizado pelos servidores do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão em prol da moralidade e da transparência na gestão do TCE-MA. As atividades do órgão não foram prejudicadas, tendo em vista que não se trata de greve e sim de movimento de mobilização dos servidores, garantido pela Constituição da República.
Se, de um lado, o Tribunal de Contas protagonizou mais um escândalo, com a ampla divulgação do pagamento de funcionários fantasmas, do outro, os servidores sofrem com a desvalorização na carreira e a falta de recursos para desenvolver o trabalho de fiscalização e controle dos recursos públicos.
Nossa sociedade não tolera mais as irregularidades na Administração Pública. Nesse sentido, os servidores do TCE são verdadeiros fiscais da lei que buscam salvaguardar a correta aplicação do dinheiro do contribuinte, apurando desvios e buscando a condenação dos envolvidos nas condutas ilegais. Graças à essa atuação, inúmeros gestores públicos tiveram as contas reprovadas e ficaram inelegíveis para as próximas eleições municipais, o que rompe o ciclo da impunidade e dá esperança de dias melhores a milhões de maranhenses.
No entanto, mesmo diante desse quadro, o TCE se recusa a valorizar seus verdadeiros servidores e a garantir as condições mínimas de trabalho às equipes de fiscalização e controle externo. Em vez de dar exemplo, o órgão teve a imagem envolvida em notícias de apadrinhamento de parentes de políticos em seu quadro de comissionados. O caso do filho do deputado federal Waldir Maranhão é apenas a ponta do iceberg.
Um órgão como o TCE-MA não pode ser utilizado como cabide de empregos para poderosos e protegidos, tampouco reduto eleitoreiro. Servidores de carreira não podem ser desqualificados por denunciarem essa imoralidade. Como entidades de classe, o SINDAECEMA e a ASTCE não se calarão e não recuarão nessa batalha, que não é apenas dos servidores do Tribunal, mas de toda sociedade maranhense, – que está ávida por um basta à corrupção.
A livre manifestação de trabalhadores do TCE é um direito legítimo garantido pela Constituição. Lutar por melhores condições de trabalho não é errado e nem motivo de vergonha. Errado é inviabilizar a plena execução das atividades de controle e fiscalização do uso do dinheiro público pelos órgãos e entidades estaduais e municipais, em razão de falta de verbas para suportar as despesas com o deslocamento das equipes de auditoria. Vergonha é desvalorizar servidores de carreira em detrimento da manutenção de cargos fantasmas. Imoral é ignorar a data-base de uma categoria, fruto de lutas históricas, e querer que todos permaneçam calados sob ameaças veladas. Lamentável é desrespeitar a sociedade ao não realizar concurso público, tendo em vista a existência de mais de 40 vagas que poderiam ser ocupadas.
Defendemos a liberdade de expressão, mas não hesitaremos em cobrar mais ética, responsabilidade e coerência por parte de alguns blogueiros que têm prestado o desfavor de confundir a opinião pública com a divulgação de notícias inverídicas e descabidas, que buscam desqualificar e desmobilizar os servidores do TCE. A intenção de deslegitimar o movimento chegou ao ponto de serem divulgados salários atípicos das lideranças representativas dos servidores, em que se acham somadas férias, 13º salário e remuneração do mês, criando um valor completamente fora da realidade e em descompasso com a retribuição ordinária do servidor.
Estamos atentos à essas tentativas orquestradas de enfraquecer nossa mobilização, mas continuaremos firmes na luta em defesa do serviço público de qualidade, no combate aos maus gestores públicos e no respeito aos direitos dos trabalhadores do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão.
São Luís, 07 de julho de 2016.
Sindicato dos Auditores Estaduais de Controle Externo do Maranhão (SINDAECEMA)
Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (ASTCE)
E Edimar Cutim, vai escapar dessa novamente ?
É ele quem comanda tudo!