Dois pesos e duas medidas

O Brasil virou de ponta-cabeça após a divulgação de conteúdo da delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS. Na delação, estavam envolvidos o presidente da República, Michel Temer, e o senador do PSDB Aécio Neves. A repercussão foi gigantesca. No Maranhão, muito se falou e entre os que tanto comentaram estão o governador Flávio Dino (PCdoB) e sua trupe.

Mas os comentários de Dino e seus subalternos se restringiram somente a Temer. Pediram diretas já, renúncia do presidente, levantaram teses jurídicas e aliados de Brasília fizeram movimentos – mesmo que fracos – para dizer que são a favor da democracia.
O que chama atenção no episódio é que nem Flávio Dino e nem os seus aliados fizeram a menor das críticas ao senador Aécio Neves, afastado do mandato devido à gravação que deixa claro que ele pediu dinheiro (R$ 2 milhões) ao empresário Joesley para pagar advogados que o defendessem da acusação de recebimento de propina.
Nada de tese jurídica para saber se o tucano poderia ser ou não preso, se ele pode ou não perder o mandato.
Alguns sonhadores, que ainda acreditam em alguma faísca de coerência do governador, até chegaram a comentar se o comunista não defenderia o tucano. Motivo para tal pensamento? A aliança do PCdoB com o PSDB, que teve aval de Aécio Neves, em 2014. A festa para declarar a união entre as legendas teve direito à vinda do senador ao Maranhão com abraços, apertos de mãos, elogios e muitos afagos de Dino ao ego do agora enrolado senador tucano.
Mas como sempre quando têm que se posicionar e o cenário não é favorável, os comunistas fingem que o fato não ocorreu. Fingiram não ter ocorrido nada com Aécio Neves em relação à delação da JBS, assim como fingiram inexistir a festa
tucano-comunista, há cerca de dois anos. Nenhuma palavra. Nem críticas, nem solidariedade.
O jogo de cintura do governador, em nome do seu projeto de poder, parece mais descompassado a cada dia.

Michel Temer aposta em rearranjos com aliados para se manter na presidência

A situação do presidente da República, Michel Temer (PMDB), ainda é considerada delicada. Mas após discurso incisivo, na tarde de ontem (19), em que rebateu as críticas contra ele e disse que “não renunciaria”, Temer vai apostar em uma nova estrategia a partir de hoje, ou seja, a de desqualificar o áudio, divulgado no início da noite de ontem (ouça aqui) em que conversa, de forma aberta, sobre acordos feitos pelo empresário Joesley Batista com membros do Judiciário e Legislativo. O presidente da República deverá fazer novo pronunciamento hoje. Não se sabe qual será o teor do eventual discurso.

Ao dizer que “a montanha pariu um rato”, a base aliada quer dizer – em resumo – que foi “muito grito” por nada. Não foi. É possível entender que o trecho citado um dia antes pelo colunista de O Globo, Lauro Jardim, de que “tem que manter isso, viu?” não seja o mais grave na gravação. Mas também afirmar que a conversa não representa nada é um pouco demais.

Pelo menos seis partidos importantes (PSOL, PC do B, PDT, PT, PSB e Rede) se manifestaram favoráveis à saída imediata de Temer. O partido Podemos (antigo PTN) também anunciou que deixará base de apoio ao presidente. O fiel da balança neste processo, o PSDB, começa a sinalizar uma reaproximação, após a licença mais que necessária e pertinente do então presidente nacional da legenda tucana, Aécio Neves, também acusado de receber propina da JBS. O presidente interino do partido, Tasso Jereissati – como todo político experiente – costura nos bastidores uma forma de manter certo apoio à Temer e, ao mesmo tempo, não partir para o time da debandada. Para isso, Tasso precisa acalmar os ânimos dos próprios tucanos que, internamente, estão divididos quanto ao tema.

Resta dizer que, caso Temer sobreviva aos próximos dias, ainda haverá na frente uma enorme “pedra no sapato” que, antes, não preocupava o Planalto: o tal julgamento pela corte eleitoral da chapa Dilma-Temer. Na própria gravação com Joesley, cujo trecho foi divulgado hoje, Temer não demonstra qualquer preocupação com  o julgamento. Hoje, o pensamento parece ter mudado.

 

TRECHO EM QUE TEMER CITA O TSE

— É um troço meio maluco, eu não sei o que vai levar. Primeiro que eu acho que não passa o negócio da minha cassação, isso não passa, porque eles (ministros) têm uma consciência política. Sabe, porra, mais um presidente… (inaudível). Tem também a improcedência da ação. (inaudível) E tem recurso no TSE, recurso no Supremo… Isso aí já terminou o mandato.

Caso JBS: Aécio Neves deixa liderança tucana e ministros sinalizam debandada

O senador Aécio Neves (PSDB) anunciou, há pouco, que se licenciará da liderança nacional do partido tucano para se defender das acusações, após as revelações feitas pelo jornal O Globo do conteúdo das delações dos diretores da JBS. O ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), uma das pessoas mais próximas a Temer, entregou o cargo no fim da tarde de hoje (18).

Mais cedo, o ministro das Cidades (PSDB), Bruno Araújo, responsável pelo voto final da aceitação do processo na Câmara, que culminou com o impeachment da ex-presidente, Dilma Rousseff, também “abandonou o cargo”.

Lideranças de outros partidos aliados do Governo, como DEM por exemplo, ameaçam deixar base de apoio. Nos bastidores, Temer tenta articular com líderes destes partidos para reverter quadro, até agora, desfavorável.

O cenário ainda é crítico e Temer ainda quer se salvar.

Enquanto isso, resta saber o que virá após a quebra do sigilo das gravações da JBS, determinada pelo ministro Fachin.

 

Em tempo: o ministro da Justiça, Raul Jungmann, que ameaçou deixar o cargo, voltou atrás e disse que permanecerá.

 

Veja abaixo trechos de parte do diálogo entre Aécio Neves e Joesley Batista. Neles, Neves tem preocupação com as investigações da Lava-Jato. Em outro trecho, não-reproduzido nos prints, Aécio chama Temer de “amarelão”. Os trechos foram divulgados há pouco pela Globo News.

 

GRAVE! Assessor de Nicolao Dino é preso em escândalo do grampo da JBS

Com informações do Conjur

O procurador da República Ângelo Goulart Villela foi preso na manhã desta quinta-feira (18/5). Ele é acusado de receber dinheiro para repassar informações ao empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, a respeito de investigações que o envolvem. A prisão foi decretada pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

A informação foi passada à PGR pelo próprio Joesley Batista em delação premiada. Segundo o empresário, Goulart recebeu suborno para repassar informações sigilosas sobre a operação chamada de greenfield, que investiga corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes em fundos de pensão de funcionários de estatais.

Goulart atualmente trabalha na Procuradoria-Geral Eleitoral. Também nesta quinta houve diligências de busca e apreensão no gabinete do procurador. Tudo foi acompanhado pelo vice-procurador-Eleitoral, Nicolau Dino, e pela subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio.

Pedido

O Blog do Gilberto Léda obteve os autos do pedido de Impeachment, protocolado ainda na noite de ontem (17) pelo deputado federal Alessandro Molon (Rede).

 

LEIA NA ÍNTEGRA O PEDIDO DE IMPEACHMENT PROTOCOLADO POR MOLON

NOTAS: PTN agora é o Podemos e outros destaques

Estranho

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou há pouco a mudança do nome do Partido Trabalhista Nacional (PTN), fundado em 1997. Agora, ele passará a se chamar “Podemos”. A aprovação na Corte foi por unanimidade.

Estranho, parte II

E o PTdoB também deverá mudar de nome em breve. A direção do partido já pleiteou a alteração para “Avante”.

Volta

O julgamento do processo de cassação da chapa Dilma-Temer voltará a ser analisado pelo TSE no próximo dia 6. Agora, depoimentos dos ex-marqueteiros João Santana e Mônica Moura, além de Guido Mantega, deverão ser levados em conta.

PMDB muda enquete

Após promover uma enquete, em seu site oficial, sobre o que a população achava da reforma da Previdência, o PMDB decidiu tirar a pergunta de sua página. Agora, as pessoas podem responder se são, ou não, favoráveis à reeleição para os cargos de presidente, governador e prefeito.

 

 

 

Governo nega patrocínio, mas escola de samba de SP confirma enredo sobre o MA

O governo dinista nega, mas a escola de samba Acadêmicos do Tatuapé – atual campeã do carnaval paulista – confirma em seu site oficial o enredo sobre o Maranhão. Na página oficial da agremiação, é possível ver um encarte com o título do enredo 2018, que será: Maranhão, os tambores vão ecoar na terra da encantaria.

Além de publicar o enredo, a escola já disponibilizou – desde o dia 23 do mês passado no YouTube – um vídeo de aproximadamente três minutos em que é feita a apresentação oficial do enredo. Na peça publicitária, é possível ver imagens das belezas do estado e a referência às principais manifestações culturais.

Mesmo com a confirmação, o Governo não confirma envolvimento com a escolha do enredo. De acordo com o secretário de Articulação Política do Estado, Márcio Jerry, em contato feito hoje pela manhã (16), a escola chegou a procurar o Governo para apresentar o enredo, no entanto – segundo Jerry – o Estado negou o convite.

O Blog do Gilberto Léda, até o momento, não conseguiu falar com os representantes da escola de samba. O caso será acompanhado. Destas coincidências da vida, a madrinha da agremiação paulista é – nada mais nada menos – do que Leci Brandão (aliada comunista) e que no ano passado esteve – a peso de ouro – participando do Reveillon promovido pelo Governo.

Se não é o Governo, quem vai bancar a festa da escola de Tatuapé?

Escola confirma enredo na página principal de seu site

Leci Brandão é madrinha da escola e aliada de Dino

VEJA O VÍDEO COM A APRESENTAÇÃO DO ENREDO

 

Diretor-geral de Hospital de Câncer entrega cargo após discordar de Carlos Lula

Unidade não terá mais a função de diretor-geral

O então diretor-geral do Hospital de Câncer do Maranhão (Tarquínio Lopes Filho ou Hospital Geral), José Maria Assunção Moraes Júnior, entregou o cargo e passará a exercer apenas a função médica. Ele, que ocupava a função administrativa desde o dia 2 de abril de 2015 relatou, por meio de postagem na rede social, que tomou a decisão por discordar de posições adotadas pelo atual secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula.

De acordo com José Maria, Lula decidiu manter a unidade de saúde apenas com as direções clínica (que ficará responsável pela equipe médica) e administrativa o que, na opinião do ex-diretor-geral, é um erro. Segundo José Maria, a necessidade do cargo geral é notória, devido aos “conflitos internos” que, de acordo com ele, existem na atual gestão do Hospital de Câncer.

Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não se pronunciou sobre o assunto. Vale lembrar que José Maria assumiu o cargo no lugar de Maria Ilvanícia Braga que, até então, havia sido indicada para a função pelo então aliado do governador Flávio Dino (PC do B), senador Roberto Rocha (PSB). Logo nos primeiros atos, José Maria anunciou várias medidas – dentre elas (por coincidência) – a saída dos funcionários até então indicados por Rocha. Era o primeiro sinal da ruptura entre Dino e o senador peesedebista.

Fontes do Blog do Gilberto Léda relataram que este não deve ser o único problema do Hospital Geral interno que Carlos Lula terá que resolver. Alguns funcionários da unidade de saúde estão com receio, pois não são beneficiados com o recolhimento do INSS. Vale lembrar que o Hospital Geral é considerado referência no atendimento à saúde no estado e recebe pacientes de diferentes localidades.

 

 

Funcionários de UPA não têm carteira assinada e salários estão atrasando

Funcionários de UPAs estão sem carteira assinada e com salários atrasados e sendo descontados

O governo Flávio Dino parece que não dá a devida atenção, como gosta de propagar, para a saúde. O Blog do Gilberto Léda recebeu denúncia de que funcionários lotados em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) mantidas pelo Estado estão atuando sem carteira assinada. Ainda segundo denúncia, alguns servidores estão recebendo os salários com desconto e com atrasos.

De acordo com trabalhadores de uma unidade – que preferiram não ser identificados – os descontos inexplicáveis nos salários dos funcionários variam entre R$ 100 e R$ 500. Em alguns casos, segundo a fonte, os trabalhadores não recebem um real sequer.

Alguns funcionários que passam por situação semelhante já recorreram aos setores de Recursos Humanos das UPAs onde estão lotados para reclamar da situação e, nos locais, são informados de que os gestores não podem fazer nada. Ou seja, os próprios administradores ficam “de braços cruzados”, enquanto os servidores deixam de receber seus ordenados com regularidade.

 Entenda

Ainda segundo funcionários, a situação começou a piorar após o Estado firmar acordo com o Instituto Bio Saúde, uma espécie de gestor terceirizado e ligado à Emserh. Atualmente, o Bio Saúde está presente em 32 unidades do setor e está vinculado a 7 mil colaboradores.

De acordo com a Circular nº001/2017, publicada pelo instituto em questão, as inconstâncias nos valores dos salários dos funcionários e os atrasos no recebimento dos vencimentos estão ligados a “adequação de cargos”.

Mais

Alguns profissionais estão recebendo fora do piso salarial, o que representa também falta grave.

 

E agora, Dino? Como explicar?

 

P.s – O Blog aguarda parecer da Secretaria de Estado da Saúde (SES) sobre o caso.

 

Flávio Dino quer Lula presidente da República

Para Dino, a volta de Lula à presidência é fundamental para o país.

Em entrevista ao portal UOL, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) afirmou que Lula deve se candidatar imediatamente à presidência da República em 2018. Para Dino, somente Lula pode trazer a paz ao país e promover as melhorias, segundo o governador, necessárias para garantir o bem-estar social.

Segundo Dino, Lula é um dos “raros estadistas que o Brasil tem”. Para ele, Lula deveria ser reconhecido até mesmo pelos seus críticos. “Mesmo que você não goste dele, ele é um ponto de referência de um debate mais saudável, mais racional”, disse.

A declaração de Dino vem à tona um dia depois da informação, divulgada pelo colunista Cláudio Humberto (veja aqui) que o PSDB terá projeto próprio para as eleições estaduais em 2018 no Maranhão, acabando com as “esperanças” de Flávio Dino de contar novamente com o apoio tucano.

Em contrapartida, é mais claro a cada dia o posicionamento de Dino frente ao projeto petista. Ao contrário do que ocorreu na corrida anterior ao Palácio dos Leões, quando Dino contemporizou no quesito apoio presidencial, desta vez o apoio comunista ao PT fica evidente.

Resta saber como isso se refletirá no pleito futuro…

Em tempo, na mesma entrevista, o governador também fez críticas ao primeiro ano de gestão do atual presidente da República, Michel Temer. Para Dino, “houve uma surpresa negativa” com a gestão peemedebista no Planalto pois, para o gestor maranhense, Temer “não promoveu as discussões necessárias, por exemplo, para a execução das reformas no país”.

 

E agora, Brandão?!

Brandão discursa após recondução à liderança tucana. Crédito: Divulgação

Da coluna Estado Maior

Apenas três dias depois de o vice-governador Carlos Brandão fazer festa para si mesmo, realizando uma convenção para se reconduzir ao comando do PSDB, eis que veio a resposta dura do comando nacional da legenda. Em entrevista ao site Diário do Poder, do jornalista Cláudio Humberto, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional, garantiu a impossibilidade de aliança do PSDB com o PCdoB no Maranhão.

De acordo com Aécio Neves, os tucanos vão construir um caminho próprio no Maranhão, sem atrelamento ao PCdoB de Flávio Dino.
A declaração do senador mineiro põe por terra toda a articulação que o vice-governador vinha fazendo para tentar manter o PSDB atrelado a Flávio Dino e proteger o próprio posto de vice-governador. Tanto que, embora negue que o partido esteja no círculo de influência de Dino, Brandão levou o próprio Dino para mostrar força na convenção do último domingo.
E a própria convenção começa a ser posta em xeque após a revelação de Aécio Neves. Não há garantia alguma de que Brandão permaneça até mesmo no comando partidário no Maranhão.
Mas não é de hoje que o vice vem tentando consolidar-se no ninho tucano para manter o projeto de poder pessoal construído em 2014. No mês passado, ele chegou a conclamar os prefeitos tucanos a convencer a cúpula nacional para o apoio ao PCdoB. E foi com esses mesmos prefeitos que ele fez a festa convencional de domingo. Sem nenhum representante nacional presente.