O presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), aproveitou a presença do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), ontem em Brasília – em uma série de compromissos no Ministério das Cidades – para retomar conversas encerradas na terça-feira, dia 29, com vistas à definição do substituto de Allan Kardec Duailibe Filho (PCdoB) na Secretaria Municipal de Educação (Semed).
A pasta é nicho dos comunistas desde o início da atual gestão, e a exoneração do ex-secretário abriu um canal de tensão entre os aliados de Dino e o pai do prefeito, Edivaldo Holanda. Usando a ascendência que tem sobre o filho, o ex-deputado pensa em vetar a indicação de um novo secretário vinculado ao presidente da Embratur. O chefe comunista tentou, em Brasília, neutralizar a influência do pai do prefeito.
Desde que se efetivou a saída de Kardec, Edivaldo Holanda já barrou, pessoalmente, pelos menos três indicações comunistas. Uma delas, a do professor Geraldo Castro, suplente de vereador e assessor especial para assuntos de Habitação da Prefeitura de São Luís, era dada como fato consumado pelo menos até a noite de segunda-feira, dia 28.
Ciente da resistência do pai do prefeito, Flávio Dino sugeriu a Edivaldo Júnior uma reunião entre os dois – que ocorreu no fim da tarde de ontem -, durante a qual o comunista cobraria o cumprimento de acordos firmados na campanha de 2012 e que garantiriam ao PCdoB a manutenção do controle sobre a Semed.
Apesar da pressão exercida desde o início da semana, o presidente estadual da legenda no Maranhão, Márcio Jerry, secretário de Comunicação da Prefeitura da capital, afirma que o partido tem deixado o prefeito “à vontade” para tomar uma decisão.
“Temos o pensamento de colaborar com o prefeito e quem quer colaborar não escolhe onde. O prefeito Edivaldo Holanda Júnior tem sido deixado bem à vontade para tomar a decisão que ele julgar mais correta e, conhecedor da realidade do município como ele é, não temos dúvidas de que a decisão será a mais acertada”, declarou.
Outros comunistas que acompanham de perto as negociações, no entanto, não têm tanta certeza assim da tranquilidade do partido em relação à decisão. Um deles reconhece que Holanda, o pai, apenas “suporta” a proximidade de Dino e que atua nos bastidores para minar essa proximidade.
“[Edivaldo Holanda] só suporta [Flávio Dino] porque estamos em primeiro lugar nas pesquisas”, contou.
(Com informações de O Estado)