O vendedor Marco Marcos Antonio Araújo Cruz, 35 – que foi baleado três vezes nas pernas depois que cinco PMs invadiram sua casa, na manhã do dia 2 de janeiro – ainda sofre na pele as conseqüências da ação que o próprio comandante do Policiamento Metropolitano, tenente-coronel Jefferson Teles, classificou de equivocada.
Nesta segunda-feira (2) completam-se quatro meses do ocorrido. O vendedor, que não pode trabalhar por causa dos ferimentos nas pernas, sobrevive de um seguro do INSS.
Ele anda de muletas e mal consegue sustentar a família.
Segundo amigos, são os antigos colegas de trabalho que o ajudam todos os meses, cotizando e comprando mantimentos e roupas para a família.
Marco Curz tem uma filha, que ainda não completou seis meses de vida. À época da ocorrência, a criança estava recém-nascida.
“É uma vergonha isso tudo. O Marcos não pode trabalhar para sustentar a família, enquanto isso, os policiais que fizeram isso estão soltos”, diz uma das colegas de trabalho do vendedor. Ela prefere não se identificar.
Revolta
A principal revolta de familiares e amigos diz respeito ao desenrolar do processo que culminou com detenção dos dois PMs acusados do crime.
Eles reconhecem que houve ação enérgica por parte do Comando da Polícia tão logo o fato ganhou notoriedade na imprensa, mas dizem não ter sentido o mesmo pulso para dar seguimento às investigações.
Segundo a família, os PMs já foram liberados e trabalham normalmente. Um exame de balística, que servirá para comprovar a origem dos disparos que atingiram Marcos Curz, também nunca teve seu resultado divulgado.
“A gente espera que a sociedade e as autoridades, que tanto apoiaram o marcos quando tudo isso aconteceu, não se esqueça de que o caso não foi resolvido”, completa a colega.
Outro lado
O blog já entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para obter mais informações sobre o caso. Estamos aguardando retorno.