Fraude em notas: UFMA diz apurar com rigor, mas não explica processo parado

Um nota quilométrica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), publicada em seu sitena manhã desta segunda-feira (6) sob o título Possível esquema de compra de notas não vai ser tolerado na UFMA, tenta pôr um ponto final nas suspeitas de que alunos da instituição também estejam sendo beneficiados por esquema de “venda” de notas – a exemplo do que ocorre no UniCEUMA -, mas deixa mais perguntas do que respostas.

Primeiro porque, ao invés de detalhar que medidas foram, estão sendo ou serão tomadas para averiguar as graves denúncias do professor de Filosofia Wildoberto Bstista Gurgel, o Ayala Gurgel, a UFMA na verdade procura desqualificar o denunciante e este blog.

“Veiculada em um blog maranhense e replicada por outros blogueiros há cerca de 15 horas, a denúncia teria partido de uma conta no microblog Twitter que é atribuída a um professor da Instituição”, diz a nota.

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Fraude em notas pode ter acontecido também na UFMA

Processo sobre “fraude” na UFMA está parado desde 2003

“Um conta no Twitter”, para todo os efeitos, não tem vida própria. Ela é administrada por uma pessoa. No caso em tela, um professor da UFMA. Basta acessar o perfil @AyalaGurgel e confirmar.

E mais: talvez por desconhecer a informação aqui veiculada apenas ao meio-dia (veja imagem acima e post abaixo), de que o processo está parado há nove anos na Secretaria de Colegiados Superiores, a Universidade divulga uma inverdade no comunicado oficial, publicado às 8h11 de hoje.

Diz a nota: “Segundo o reitor da Universidade, Natalino Salgado Filho, qualquer indicativo de fraude em qualquer nível e que envolva a comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnicos) é inaceitável dentro da Instituição. Há, inclusive, uma determinação da Administração Superior da UFMA para que casos assim sejam apurados rigorosamente pelos setores competentes para identificação e punição jurídica, administrativa e/ou pedagógica dos possíveis responsáveis”.

Se apurar com rigor significa levar nove anos para dar uma resposta a uma denúncia dessa magnitude, eu tenho medo do que pode acontecer com processos que não envolvam tanta repercussão.

Afastamentos

No fim da nota, a UFMA volta a insistir na estratégia de desqualificar o denunciante. E novamente mentindo.

Diz o texto oficial: “Mesmo que não se possa afirmar que o professor Ayala Gurgel é o verdadeiro responsável pelas postagens no Twitter, é preciso ter em vista que esse docente já foi afastado de suas atividades na UFMA em decorrência de posturas não éticas que ferem os princípios sob os quais está assentada a maior e mais antiga IES do Maranhão”.

A resposta veio hoje mesmo. Na sua conta no Twitter, Gurgel publicou uma declaração emitida pelo Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH) da UFMA confirmando que, dos seis afastamentos do professor, cinco foram para Representação/Viagem a Serviço e um Afastamento para Doutorado/Onus Limitado.

“Esses são todos os meus afastamentos em Declaração da UFMA com data de hoje [ontem]. Tem algum por questões éticas?”, questiona o denunciante.

É melhor a UFMA começar a pensar em entrar com mais seriedade no debate.

12 pensou em “Fraude em notas: UFMA diz apurar com rigor, mas não explica processo parado

  1. Parado desde 2003!? É brincadeira!!! E esse Prof. tem motivos de sobra pra meter um belo processo contra a UFMA… causa ganha.

  2. Meu caro Gilberto;
    parabéns pela imparcialidade e a lucidez para perceber os pormenores da história, ao contrário de outros blogueiros e “jornalistas” que apenas fizeram alarde com a “denúncia” e mostraram-se assim sensacionalistas! Mais uma vez, parabéns pela sensibilidade em analisar os dois lados, inclusive o da UFMA, com seu pronunciamento pomposo que não passava de engodo para distrair e desviar dos problemas que realmente deveriam estar sendo tratados.
    Sucesso ao blog!

  3. Meu caro Gilberto;

    parabéns por noticiar por outra perspectiva, entretanto argumentar a respeito da demora da apuração, ainda que válida, permite – nos também questionar o motivo pelo qual o denunciador não exigiu que esta fosse antes resolvida, aproveitando assim, o que de longe me parece, o caso Ceuma para expor o caso ao público. O que questiono é qual a intenção desse EDUCADOR nesse feito. Um tanto estranha sua postura, que de longe, parece ter como fundamento questões pessoais de frustrações com a instituição, tendo em vista o fato do mesmo ter permitido que um caso importante pra si, já que ele denunciou, ter sido arquivado por todos esses anos.

  4. Mas o problema é bem maior…
    O próprio professor Gurgel participa da Comissão de Ética da UFMA ( assim este afirmava no curso de Psicologia e Filosofia), cargo que exerce desde dezembro de 2010 quando teve que se afastar da Organização do SEMIC ( Seminário de iniciação científica da UFMA) quando o mesmo discutiu com alguns professores ( e quase havendo luta corporal com um professor do Curso de História) e não soube organizar o evento ( palavras do próprio organizador atual).

    O professor Wildoberto Gurgel é uma personalidade controversa no Centro de Ciências Humanas da UFMA. Começando pela auto intitulação “Ayala”, que quer dizer “deus supremo” ( ou algo parecido), mas que não faz parte de sua identidade oficial. Se vc olhar no crachá do mesmo notará que estará escrito AYALA é não Wildoberto, algo que não pode ocorrer na identificação pessoal em uma Instituição de Ensino Superior, seria a mesma coisa de alguém pedir que se coloque Zé Carlos ou Djé, não sabemos por quais tramites legais o mesmo conseguiu colocar um nome “fictício” nesse “documento”, mas conseguiu.
    O professor faz parte do Departamento do Curso de Filosofia, mas nunca comparece as reuniões de colegiado ( os professores sempre comentavam isso!), na verdade, além de “uma” disciplina que dá no Curso, o mesmo não contribui em nada para a melhoria do Licenciamento de Filosofia. Ironicamente, todo ano, ao receber duas ou três bolsas de iniciação científica, aquele oferece tais bolsas para “alunas” do Curso de Psicologia onde possui um Grupo de estudo sobre a “verdade da morte”. Por esse e outras razões o mesmo é sempre uma persona non grata no Departamento de Filosofia (alguns professores nem falam com ele e outros já até brigaram por causa de sua arrogância).
    Nas salas de aulas o clima também é controverso. Alguns discente o admiram, principalmente pela inteligência e a capacidade de memorização surpreendente. Não é uma aula show, mas com certeza, nunca é monótona. Outros sentem uma aversão excessiva, principalmente pela sua arrogância e discriminação. No inicio do ano letivo de 2011, ao exemplificar um exemplo de intrinsecalidade da moralidade ocidental no homem contemporâneo, o mesmo perguntou para um aluno: – Você já deu o CÚ? Como o mesmo não respondeu tal pergunta vexaminosa, o professor concluiu que Sim, que o aluno gostava de DAR.
    O Aluno ficou tão constrangido que falou que iria denunciá-lo, mas os amigos lhe disseram que não iria adiantar, quando a própria sogra do AYALA era a “Presidente da Comissão de Ética da UFMA”. Dizem pelos corredores que um aluno gravou tal questionamento estapafúrdico e que, se precisasse, as entregaria as autoridades.
    Em outra ocasião o professor perguntou se as alunas já haviam perdido o “Cabaço” e fez considerações constrangedoras sobre a condição feminina. O certo é que alguns alunos se divertem com essas declarações e quem não gosta tem que ficar calado, pois o professor é “biscoito fino” naquela Instituição ( ou pelo menos era!) e ninguém quer ser prejudicado.
    Existe ainda outro episódio sobre alguns e-mails que o mesmo teria enviado para uma aluna que o denunciou, mas é algo que foi “abafado” e é melhor não comentarmos. A propósito, no Grupo de estuda do referido docente só há alunas…
    Sobre o caso do suposto plágio da Professora Telma Reinado, as acusações iniciaram-se quando o mesmo entrou na Comissão de ética e querendo “mostrar serviço”, pegou com unhas e dentes o caso. Mas como ainda não deu em nada, porque a mesma também é muito respeitada na Instituição”, o professor aproveitou o escândalo do Uniceuma para retomar a discussão. Ressaltando que nos Cursos de Psicologia e Filosofia era habitual as declaração do Professor em relação ao plágio da professora. Mas o mesmo falava em um artigo e não em tese de doutorado.
    O caso dos seis alunos que compraram notas também é muito séria. Mas nos corredores nunca se ouviu falar. E olha que tudo que acontece na Coordenação e no Departamento chega aos alunos. Mas a história que o professor não quis fazer a prova com a aluna que estava doente foi divulgada e muitos ficaram indignados.

    • Publicado o desabafo. Ao professor, que parece não querer falar muito com a imprensa, fica aberto o espaço para réplica.

  5. Bom dia Gilberto;
    gostaria de em primeiro lugar desfazer alguns equívocos que esta pessoa, Maria, anda cometendo e que, por sua vez, pode a comprometer. Para compreensão, enumero os casos abaixo:
    1. A UFMA NÃO POSSUI COMISSÃO DE ÉTICA. A suposta Comissão de Ética a qual a Maria tanto se refere foi sim criada, na qual o prof. em questão SERIA o presidente. No entanto, depois da criação dessa comissão, uma equipe de Brasília veio visitar a UFMA e declarou que a mesma não podia funcionar, pois não havia estrutura. No momento, todos renunciaram ao cargo.
    2. O professor Ayala Gurgel NUNCA deu aula no curso de Psicologia.
    3. Em que língua Ayala significa “deus supremo”? Desde quando o significado do nome (ou alcunha) define a personalidade de quem a ele pertence? Maria, a exemplo, significa “aquela que está em primeiro lugar” e…?
    4. O fato do professor usar a alcunha Ayala Gurgel no crachá não implica em nenhum trâmite ilegal, pois me surpreende que alguém ainda não saiba que segundo a última atualização do Código Civil, alcunha foi elevada à condição de nome.
    5. Sobre as acusações de falta nas Assembléias Departamentais, não precisa de muito esforço, peça ao DEFIL a frequência dele, não haverá NENHUMA falta.
    6. Outra afirmação que a Maria levanta é que o professor ministra “uma” disciplina, outra informação leviana! Se estiver mesmo interessada na vida acadêmica do professor, acesse o lattes, vá ao departamento e peça comparação com os outros professores: ele é o professor que mais tem créditos de disciplina, chegando a ministrar CINCO disciplinas em um único semestre.
    7. Quanto às informações sobre as bolsa, não preciso comentar, é ridículo que se afirme que ele tenha oferecido bolsas para Psicologia (e não para Filosofia), pois nem atua nesse departamento ou no curso.
    8. Sobre professores simpatizarem ou não com o professor Ayala não é coisa de grande importância, o papel de professor está sendo cumprido, tanto ministrando suas aulas como indo além, com Grupos de Estudos e Pesquisas registrados no CNPQ
    9. O professor constrangeu um aluno em sala de aula? Querida, não existe “biscoito fino” nesse mundo que supere a razão, se tal aluno tem essa gravação e se tal e-mail existe, que venham à público!!
    10. Outra informação descabida é de que nos G.E.s do professor só hajam ALUNAS. Mais uma vez, se você acessar o lattes, consultar Grupos de Pesquisa, e acompanhar as reuniões você verá os ALUNOS! Existem alunos em TODOS os grupos do professor. Lamento se a divisão de sexo dentro dos GEs não sejam feitas em 50% ou a maioria seja de alunos
    11. Por último, contra a tese, se você acompanhar as coisas por onde elas realmente acontecem e souber ler, verá que tanto o professor mostrou que a tese é plágio: ” O texto da vez é: Propuesta Metodológica para La Formación da La Competencia Reflexiva Mediante La Disciplina Practica Docente En La Formación del Licenciado En Educación En La Especialidad Historia de La Universidad Estadual do Maranhao. O texto (exceto capa, anexos, tem 101 páginas, das quais diversas passagens são cópias exatas de textos de outros autores, sem citar a fonte). Vejamos: página 19 (2,3 parágrafos) = Repensando a Organização Curricular, de Maria Amélia Sabbag Zainko (in http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/rc/text4.htm); página 27 (2,3 parágrafos) = Limiar: uma escola inovadora: blog – o professor dividido em dois (in http://www.escolalimiar.spaces.live.com/blog/cns); pág 29 até a pág 35 = tese de Josimerci Ittavo Lamana Faria, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP); da pág 72, 121, 143, 149-153, 156-163 = Parãmetros curriculares nacionais da 5 a 8 séries (www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=pcn.html PCNs Pluralidade Cultural). Nós podemos usar qualquer fonte, não podemos é copiá-la literalmente sem aspas, sem dizer a fonte. “, quanto falou dos artigos. O caso de plágio dos artigos teve muita repercussão, inclusive em comunidades do orkut. Entretanto, não há processo quanto à tese, embora esteja comprovada a fraude em mais de 20% da mesma. Isso foi corrigido: acompanhe o twitter.
    11. Querida, como você pode afirmar que TUDO que acontece no DEFIL chega aos corredores? Se algo acontecer e não chegar quer dizer que não existiu simplesmente porque você ou meia dúzia de alunos não ficaram sabendo? E, vamos nós, que tipo de instituição deixa que departamentos sérios soltem informações em corredores? Ao que me consta, isso se chama fofoca, boato e não deve ser levado em consideração. Qualquer novidade que prejudique os alunos deve ser informado a eles FORMALMENTE! O caso das notas em nada prejudica o aluno nem há razões para ser informado
    – A última informação serve tanto para o Hilton, quanto para a Maria ou qualquer outro que esteja se perguntando sobre isso:
    Alguém falou em denúncia em algum lugar? O CASO NÃO FOI EXPOSTO NA MÍDIA SÓ AGORA. Aliás, o caso não foi denunciado À MÍDIA. a exposição se deu em uma conversa no twitter, na qual se discutia o caso CEUMA e, simplesmente, os “jornalistas” se aproveitaram para publicar. O que ficou à dedução irresponsável dos outros foi que o professor entrou em defesa do CEUMA e acusação da UFMA. Vocês estão lendo as notícias prontas e manipuladas, cercadas de comentários de interessados e pessoas que guardam rancores pessoais. Basta que acompanhem discussões anteriores que se percebe que não é nenhuma novidade comentários desse tipo, esse foi um caso isolado que serviu aos propósitos da mídia. O professor Ayala Gurgel não se dirigiu a nenhum blog, jornal ou afins para se pronunciar. Ainda que fosse, desde quando um assunto só pode ser tocado em seu tempo? As devidas medidas foram tomadas no período do acontecimento, não deram em nada. Quer dizer, que passado um caso, não se deve mais comentá-lo em nenhum outro momento? É essa a justificativa de vocês?
    E, aproveitando o conhecimento da comentadora e introsamento com o latim, o que foi utilizado foi uma falácia ad hominem, o caso está aí, as provas também. Não é acusando o argumentador que você irá desfazer isso.
    Mais uma vez agradeço, Léda, pela imparcialidade e disponibilidade que tem dado em seu site. Tenho certeza que assim que o professor terminar os trâmites legais, será um dos primeiros lugares a se pronunciar. À Maria, mais uma vez, defendo a liberdade de expressão, mas muito cuidado com as informações levianas, isso pode tomar proporções maiores, impensáveis, quando não se tem provas do que se diz.

      • engraçado, essa victória escreve tão bem quanto Ayala..
        e anda estudando muita lógica..
        espero que não seja uma tal v.o que anda citando filosofia de revista.. se for, quero parabenizá-la.. vocÊ evoluiu muito pra uma aluna que entrou outro dia e só queria saber de bater perna.. acho que não preciso esclarecer o que disse acima..

        • eu escrevo tão bem quanto Ayala? Logo se ver que como observador o papel não está sendo desempenhado da melhor maneira… basta um pouco de atenção e ver algumas precipitações de escrita… Quanto à Lógica, gostaria mesmo de estudar, mas não tenho muita vocação para Lógica pura, o que citei acima é trivial.
          Sobre a Filosofia de revista, tenho desconhecimento, a coisa que menos faço é citar Filosofia, como você mesmo disse, entrei outro dia e não ouso tal por simples diletantismo… De qualquer forma, sou grata pela parabenização

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