O deputado estadual Carlos Filho (PV) já pode respirar mais aliviado – se é que se pode respirar aliviado quando um juiz acha que você é um fraudador.
Pelo menos pela Assembléia o parlamentar verde não poderá mais ser investigado por suspeita de usar a empregada doméstica Marly Rodrigues como laranja em seu gabinete.
Nem pela Corregedoria, nem pelo Conselho de Ética, nem por qualquer outro órgão ou instância da Casa.
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Carlos Filho é suspeito de nomear doméstica como “laranja”
Tudo por conta de uma mera filigrana jurídica inserida no Código de Ética Parlamentar em 2008.
Naquele ano, uma reforma do texto do código acrescentou ao artigo 23 o Parágrafo Único, que é claro: “Somente serão admitidas representações que digam respeito a fatos ocorridos durante o exercício do mandato do representado”.
Pode parecer estranho para alguns, mas o fato é que a suposta fraude cometida por Carlos Filho ocorreu em 2009. A legislatura era outra. Ao se reeleger para mais quatro anos de mandato, o deputado passa a só poder responder, pelo menos na AL, por aquilo que tenha feito ou venha a fazer de 2011 em diante.
O que passou fica por conta e risco da Justiça.
Jaqueline Roriz
Guardadas as devidas proporções e alguns detalhes, a situação de Carlos Filho assemelha-se muito à da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF). Flagrada recebendo R$ 50 mil de propina do delator do “Mensalão do DEM”, Durval Barbosa, a parlamentar escapou da cassação justamente porque cometeu o crime antes de assumir uma vaga na Câmara dos Deputados.
Mesmo todo o mundo sabendo que o dinheiro captado ilicitamente fora utilizado justamente para que ela chegasse lá.
No caso maranhense, está claro que Carlos Filho só conseguiu efetuar a fraude que a Justiça o acusa de ter praticado porque estava no mandato de deputado.
Boa parte dos senhores deputados querem muito mais é que esse episódio seja logo esquecido. Sabemos que isso é, tão somente, a ponta do imenso iceberg de falcatruas que ali acontecem, notadamente com os empréstimos consignados em folha. Se a AL fosse uma entidade merecedora do respeito da população, o episódio serviria para justificar uma ampla investigação que envolvesse todos aqueles detentores de empréstimos consignados (parlamentares, seus assessores e demais empregados). Entretanto, somos conscientes que isso só aconteceria diante de uma pressão popular mais incisiva. Citando o “REGIMENTO INTERNO”, a AL vai se omitir e ponto final. Aguardemos a Justiça.
A boa e velha Justiça…
Não é nada de estranhar, pois em uma “casa” em que se tem um Dep. que foi “caçado” e que teve o seu processo transitado em julgado e mesmo assim continua deputado, não é nada estranho.
Grato pela participação