Orçamento: Manoel Ribeiro tenta manobra e expõe racha na base governista

Manoel: manobra

Uma tentativa de manobra do deputado estadual Manoel Ribeiro (PTB) expôs, hoje (18), o verdadeiro clima de guerra vivido entre membro do Blocão e do Bloquinho na Assembléia Legislativa.

Aproveitando-se da ausência de Rogério Cafeteira (PMN), presidente da Comissão Orçamento da Casa, e de vário titulares, Manoel, que é suplente, convocou uma reunião extraordinária conjunta com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), atuando ele próprio como presidente da primeira.

O objetivo era aprovar, na marra, parecer sobre o Orçamento 2013 estipulando emendas parlamentares de R$ 3 milhões. Cafeteira foi avisado a tempo e retornou ao plenário antes da aprovação, garantindo que o texto seja apresentado apenas amanhã (19).

Emendas

O debate sobre as emendas era, até a semana passada, travado entre a AL e o Governo do Estado. Os deputados dizem não aceitar mais os R$ 2,5 milhões e o Executivo diz que só tem condições de pagar R$ 3 mi – a proposta foi articulada pelo líder governista, César Pires (DEM).

Cafeteira: reação

A base aliada até aceita o valor de bom grado, mas já havia decidido, antes de a governadora Roseana Sarney (PMDB) definir o aumento de R$ 500 mil, que aprovaria o orçamento com emendas de R$ 4 milhões.

“Isso não impõe ao governo a obrigação de pagar os R$ 4 milhões. Se pagar os R$ 3 milhões já estamos satisfeitos”, disse Rogério Cafeteira à imprensa após a sessão de hoje.

E é justamente na discussão desses valores que surge o “climão” entre os dois blocos do governo. Cafeteira garante que Roseana não sabia do acordo entre os parlamentares de votar o Orçamento com emendas de R$ 4 milhões, quando autorizou os R$ 3 mi.

Mas Manoel Ribeiro, Tatá Milhomem (PSD) e Stênio Rezende (PMDB) tentaram “vender” a ela a idéia de que o valor maior era uma espécie de revolta da bancada, o que gerou reação de Rogério Cafeteira.

“Algumas pessoas têm o péssimo hábito de incentivar um movimento e depois modificam o pensamento. Alguns criam dificuldade para vender facilidade para o governo e conseguir benefícios pessoais. Mas asseguro que não existe nenhum estremecimento com o governo. O que acontece é divergência de pensamento e de atitudes entre alguns deputados”, declarou.

Segundo ele, houve apenas uma demora nas negociações, por isso o desencontro de valores entre a proposta da Casa e a do Palácio dos Leões. Segundo ele, o parlamento precisava definir logo um teto de emendas para poder levar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias adiante.

“O que aconteceu foi a demora nas negociações, mas jamais algum deputado quis peitar o governo, apesar de apresentarem emendas no valor de R$ 4 milhões, os deputados sabem que o acordo foi feito e que a liberação será de R$ 3 milhões o que cada parlamentar terá direito, só não podemos voltar atrás todo o processo, pois corremos o risco de não votar em tempo o Orçamento 2013”, finalizou.

O parecer da Comissão de Orçamento deve ser votado amanhã e o projeto vai a plenário na quinta (20), durante a última sessão do ano.