Aliados do deputado estadual eleito Humberto Coutinho (PDT) deram início na semana passada a uma ofensiva para garantir sua eleição como presidente da Assembleia Legislativa por consenso.
Depois da desistência do deputado Edivaldo Holanda (PTC), o deputado Othelino Neto (PCdoB) é, pelo menos oficialmente, o único que se tem mostrado mais inclinado a “bater chapa” com o pedetista – aliás, o preferido do governador eleito, Flávio Dino (PCdoB).
Pra demovê-lo da ideia, o escalado foi o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).
Os dois já tiveram uma conversa por telefone – dura por sinal -, e devem se encontrar pessoalmente nos próximos dias.
Othelino, muito cuidado.
No dia da conversa de vocês guarde bem sua carteira e não use relógio para sua maior segurança
Amigo Gilberto
quando eu disse que o governo da mudança seria pouco diferente do governo da oligarquia, era sobre coisas como essa que eu me referia.
O grupo Sarney impôs durante muito tempo aos deputados, os presidentes da Assembleia que ele quis até o dia em que os deputados se rebelaram contra esse domínio e elegeram em uma oportunidade Tata Milhomem contra Manoel Ribeiro e na outra Arnaldo Melo contra Ricardo Murad.
Essa tentativa de controlar o legislativo é comum a todos os governantes e em nada de diferente há na administração dinista.
Concordo que Humberto Coutinho seja muito melhor nome pra presidir a ALM que Othelino Neto, que em minha opinião está mirando acima de seu alvo. No frigir dos ovos vai sair dessa aparente disputa com o cargo de primeiro vice-presidente ou de secretário de estado.
Se eu fizesse parte da bancada de deputados da ALM, garantiria um enclave simpático a eles na primeira vice-presidência, mesmo que elegendo um membro oriundo do grupo dinista, podendo ser inclusive o Othelino, mas de preferência o Edivaldo Holanda, o que equilibraria as forças dentro da ALM.
Penso que os deputados não devam abrir um confronto contra o governo a ser empossado, precisam dar-lhe um crédito, mas se precaverem internamente na ALM, ao mesmo passo em que o governo deveria deixar que os deputados se organizassem internamente na ALM, como bem desejassem, interferindo o mínimo possível e negociando democraticamente com a bancada toda e não apenas com menos de um terço dela.
Das duas últimas vezes que Zé Reinaldo participou de negociações com a ALM resultou em desastre. Na primeira ele fez com que Clodomir Paz pulasse no colo de Jackson Lago, então seu adversário, e quando se elegeu governador em 2002, perdeu a disputa com Manoel Ribeiro.
Deixem a Assembleia se acomodar. Usem as pessoas e os argumentos corretos. Peçam a presidência e ofereçam os demais cargos. Demonstrem ser realmente um governo de mudanças, competentes nos trato com o legislativo.