Lava Jato: para ministro, delações de acusados não são “meio de prova”

De O Estado

teori-zavasckiO ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, que determinou a abertura de investigação contra 47 autoridades públicas citadas nos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa – delatores da chamada “Operação Lava Jato” -, alertou, no bojo da própria decisão, para que se evite juízo de valor em relação à lista.

Para o ministro, as declarações dos dois delatores não podem ser levadas como única fonte para balizar a denúncia. “Tais depoimentos não constituem, por si sós, meio de prova, até porque, segundo disposição normativa expressa, nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”, disse o ministro, citando o artigo 4o, § 16, da Lei 12.850/2013.

De acordo com Zavascki, é preciso evitar o “juízo antecipado sobre autoria e materialidade do delito”. O que o ministro fez, com a decisão de autorizar as investigações, foi dar mais tempo para que a Procuradoria-Geral da República – que admite, ela própria, estar baseada apenas nas declarações de Yousseff e Costa, e de outros acusados que aceitarama oferta da delação premiada, para formalizar o pedido ao STF – consiga obter as provas mateRiais e os documentos que embasem o que disseram os dois delatores.

O ministro ressaltou que a abertura de inquérito não representa juízo antecipado, principalmente quando os indícios são fundados em depoimentos colhidos em colaboração premiada.

Contradições

Os depoimentos dos dois delatores, tornados públicos com a decisão de Zavascki, mostra contradições entre Yousseff e Costa. O ex-diretor da Petrobras, por exemplo, diz que entregou R$ 2 milhões para a campanha da ex-governadora Roseana Sarney, em 2010, via Alberto Yousseff, a pedido do então ministro Edison Lobão.

Mas Yousseff nunca fez qualquer declaração referente a pagamento a Lobão ou Roseana. Mesmo assim, os delegados da Lava Jato o inquiriram novamente já agora em fevereiro de 2015, quando questionaram sobre o assunto, “oportunidade em que negou ter feito qualquer pagamento a eles”, segundo cópia do depoimento, já de domínio público.

“Que em relação a pagamento de valores para a campanha de Roseana Sarney o declarante não se recorda de ter intermediado nenhum valor para a campanha e tampouco para Edison Lobão”, disse o próprio Yousseff, em seu depoimento colhido na Justiça Federal do Paraná.

Para consubstanciar seu pedido de “aprofundamento das investigações”, o Ministério Público argumentou ao ministro “convergência e verossimilhança, em pontos essenciais, das declarações dos colabores”.

E a decisão do ministro é exatamente para aprofundar essas investigações.

5 pensou em “Lava Jato: para ministro, delações de acusados não são “meio de prova”

  1. Estava hoje pela manhã – em uma das residências do Dr Damasceno – com o objetivo de continuar estruturando uma parceria política com um de seus filhos (sendo que este é presidente da Associação dos Moradores da Floresta, na Liberdade – todos sabem que comunista ‘ de verdade’ sempre gostou de Floresta). Foi quando chegou o “melhor advogado criminalista do Maranhão”, opinião minha. E como, “a primeira vocês nunca esquecem”, Damasceno, que é ex-comunista (final dos Anos 1970 e iniciozinho dos Anos 1980), cumprimentou-me e BRADOU: “Marcos estou retornando à Câmara dia 1º (de abril), não é MENTIRINHA. AI, ELE LEU O QUE EU ESTAVA ESCREVENDO, e disse: “MUITO BOM!” Em seguida perguntou-me:
    – e tu ?!
    – respondi-lhe (…) – vou aguarda até o final de abril – o meu É POUQUINHO.
    Ele finalizou: – Tu já deverias estar lá – ESSES CARAS SÃO ASSIM MESMO.
    Só que não estou preocupado, não quero (pessoalmente) nada-, mas “qualquer coisa, partirei da Floresta, cairei na Rua da Vala e desaguarei na Rua Raimundo Correa. É como “velhos membros” da corrente política petista Articulação gostavam de dizer: “O CRITÉRIO DA VERDADE É A PRÁTICA !”.

    Não desmerecendo seu filho (de Damasceno), mas, até acho, que eu e o DOUTOR formaríamos UMA BELA DUPLA “na área”.

    Porém, acredito que – caso reassuma (dia 1º) , o Dr. Damasceno saberá (sabiamente) ponderar que o momento político é outro, em relação à sua primeira estada na Câmara Municipal de São Luis. AGUARDEMOS…

    Marco Antonio Carvalho Diniz

  2. gilberto muito bom v esse publicação no teu blog, pois nao devemis acusar sem provas.
    Faço a seguinte pergunta para vcs blogueiros tanto do lado de sarney como de Flavio Dino e como estou no teu blog faço a vc.
    ” todo cidadão é inocentw ate que se prove o contrarii” vale somente para os que estao do teu lado ou vale para todo mundo?
    Ou quem nao é do teu lado pode ter o nome jogado na lama?
    Abraços e no aguardo

  3. Se uma delação,não servir de prova,tá na hora do Ministro se aposentar e voltar à estudar do Código Penal.Pois foi o próprio Ministro Teori que,ratificou a decisão do Juiz Sergio Moro.E,um magistrado,Sr.Ministro, só se expressa nos autos.P.S.Enquanto o Executivo nomear os Ministros das Cortes,seremos obrigados à ler esses absurdos jurídicos.

    • Ah, quer dizer então que os acusados já podem ser condenados, pois se as delações servem como prova. Condene-se.

Os comentários estão fechados.