O papel do jornal
Da coluna Estado Maior
Ao tomar conhecimento da maneira como O Estado foi obrigado a conceder direito de resposta ao governo estadual, no caso das mortes no hospital de Coroatá, mesmo já tendo publicado posicionamento oficial da SES, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) se manifestou sobre o assunto:
“É lamentável a decisão judicial ocorrida neste caso. O direito de resposta é preceito constitucional, mas deve ser justificado. Na mesma edição em que veiculou a notícia, o Estado do Maranhão publicou nota oficial do governo, com sua versão do fato. Foi portanto, uma decisão judicial contrária à liberdade de imprensa”.
A nota é assinada por Ricardo Pedreira, diretor Executivo da ANJ.
Coincidentemente, no dia em que publicou o “direito de resposta” (13 de maio), O Estado veiculou um anúncio de abrangência nacional assinado pela ANJ, para ressaltar a importância dos jornais na construção de uma sociedade livre.
O anúncio de página inteira estampava a seguinte frase, de Thomas Jefferson, um dos maiores icônicos presidentes que os Estados Unidos já tiveram: “Eu prefiro um país sem governo e com jornal a um país com governo e sem jornal”.
A ANJ arrematou o conteúdo publicitário com um slogan estrategicamente pensado para a data da publicação, Dia da Abolição da Escravatura:
“No mundo inteiro os jornais lutam para que as pessoas não sejam escravas de ninguém”.
Ao impor a O Estado uma publicação injustade direito de resposta, o juiz do caso acabou por propiciar uma situação perfeita de confronto entre o cerceamento da liberdade de imprensa e o grito da ANJ em defesa da livre informação.
No rodapé do anúncio, uma última frase, para reflexão de todos: “No papel ou no digital, nada substitui o papel do jornal”.
Esse é o espírito.
[…]
Obg.
NÃO ESTÃO INVERTENDO AS COISAS? QUEM TÁ SENSURANDO QUEM? QUEM TEVE QUE RECORRER A JUSTIÇA PARA GARANTIR SEU DIREITO DE RESPOSTA?
é exatamente aí que está a censura, amigo. O Governo não tinha o direito de pedir direito de resposta (com o perdão da redundância) porque o jornal já havia publicado uma nota oficial da SES NA ÍNTEGRA. Veja aqui: http://gilbertoleda.com.br/2015/05/14/governo-mentiu-a-justica-para-conseguir-direito-de-reposta-em-o-estado/
Ou seja: ao recorrer à Justiça, o Governo na verdade comete um atentado contra a liberdade de imprensa e de expressão, por usar-se da força de uma decisão judicial para interferir na capa e em mais uma página de um jornal, simplesmente porque este lhe faz oposição