Desde a publicação da decisão do juiz Marco Adriano, da 1ª Vara da Comarca de Pedreiras, no dia 29 de julho – afastando por 180 dias o prefeito Totonho Chicote e determinando a posse da vice-prefeita, Fátima Vieira – que seus correligionários alardeiam seu retorno ao cargo “em questão de horas ou dias”.
Afastado do cargo, o prefeito, é claro, está no seu legítimo direito de recorrer da decisão da primeira instância. E assim o fez, ao impetrar mandado de segurança no Tribunal de Justiça, na manhã de segunda-feira (3).
Mas este não foi o primeiro movimento de Totonho após o afastamento. Antes, ele já havia tentado reverter a decisão de base no plantão do último final de semana no TJ – o pantonista era o desembargador Froz Sobrinho, que negou o pedido.
Diante da negativa, a assessoria jurídica de Totonho sequer protocolou o agravo à decisão do juiz Marco Adriano. Esperou a mudança de turno do plantão.
A esperança seguinte seria o desembargador de plantão, que assumiria na segunda.
Mas a estratégia caiu por terra quando o processo foi distribuído ao desembargador Kléber Carvalho, o mesmo que já havia negado, há duas semanas, a suspensão da decisão do juiz de Pedreiras referente ao bloqueio e indisponibilidade dos bens do prefeito.
Em sua decisão, o magistrado ressaltou que os autos estavam bem instruídos, que a decisão do juiz de base estava bem fundamentada e que ele mesmo, ao compulsar os autos, se convencera de sérios indícios de improbidade e, então, indeferira o pedido do prefeito.
Ficou claro que este não seria o caminho.
Na mesa segunda-feira, então, a assessoria jurídica do prefeito decidiu protocolar na presidência do TJ um pedido de suspensão da liminar que o havia afastado.
O processo está concluso para o julgamento da presidente do TJ, desembargadora Cleonice Freire. Está nas mãos dela a decisão, aguardada com ansiedade pela população de Pedreiras, que numa pesquisa recente, mostrou-se amplamente favorável ao afastamento de Totonho Chicote.
Os índices chegam a 87%.