Dados constam da proposta orçamentária encaminhada à Assembleia há duas semanas; na outra ponta, Executivo pretende arrecadar R$ 1 bilhão a mais em impostos
De O Estado
O Governo do Estado estima aumentar em mais de R$ 700 milhões os gastos com a folha de pessoal no ano que vem. O dado consta da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2017 entregue pela Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) à Assembleia Legislativa há duas semanas.
Segundo o documento, a despesa do Executivo com pessoal saltará de R$ 6,38 bilhões para 7,09 bilhões, uma aumento exato de R$ 713.234.058,00, o que mantém o governo Flávio Dino (PCdoB) sob pressão no que diz respeito ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Em junho deste ano O Estado revelou que, de acordo com Demonstrativo Simplificado do Relatório de Gestão Fiscal, documento constante do Relatório de Gestão Fiscal do Governo do Maranhão, referente ao 1º quadrimestre de 2016, nos 12 meses anteriores à divulgação dos dados, o pagamento de pessoal do Executivo estadual já havia custado aos cofres públicos R$ 4,8 bilhões.
O valor era, então, aproximadamente R$ 720 milhões maior do que o registrado no 1º quadrimestre de 2015 – quando esse tipo de despesa chegou à casa dos R$ 4,08 bilhões – e representava 44,6% da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado, aproximando-se perigosamente do limite prudencial definido na LRF, que é de 46,55% – mas já ultrapassando o chamado limite de alerta, de 44,1%.
Em nota, a Seplan informou que desse aumento proposto para 2017, R$ 352,8 milhões correspondem, “dentre outros, ao reajuste de salário mínimo, reajuste das progressões e promoções dos servidores efetivos, concursos em andamento ao longo do exercício de 2016, que serão efetivados no ano subsequente, novas contratações e concurso público”.
Outros R$ 208 milhões são referentes ao “aumento no quantitativo dos servidores inativos e aos reajustes concedidos à luz da inflação; e, o restante diz respeito ao incremento das despesas com pessoal e encargos dos outros poderes que ficam regidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Impostos
A avaliação da peça orçamentária aponta que, de outro lado, caberá ao contribuinte maranhense garantir o custeio da máquina administrativa, a partir do pagamento de tributos.
A mesma proposta de orçamento estima em R$ 7,5 bilhões as receitas oriundas de impostos em 2017 – exatamente R$ 1 bilhão a mais do que em 2016, quando a lei aprovada pela Assembleia estabeleceu em R$ 6,5 bilhões esse tipo de receita.
Desse total, a maior parcela corresponde ao Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS). Em 2016, a Lei Orçamentária aprovada fixou essa receita em R$ 5,3 bilhões. Para 2017, a estimativa é de que o Estado consiga R$ 6,2 bilhões por essa via.
Também em nota, a Seplan garante que, apesar do aumento da estimativa de receita de impostos, “não se considerou o aumento da carga tributária para o ano de 2017”. De acordo com a pasta, o incremento se deve a melhor arrecadação e otimização dos trabalhos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
A Seplan cita “modernização dos sistemas de arrecadação, fim das isenções para setores específicos concedidos em governos anteriores, aumento da base de arrecadação e esforço de obtenção de valores da dívida ativa”.
O próprio governador Flávio Dino, no entanto, admitiu, em reunião com funcionários do Detran-MA, em agosto deste ano, que o aumento de alíquotas ICMS, em 2015 – com vigência a partir de 2016 – “foi uma das decisões mais corretas que a gente já tomou até aqui”.
“A gente conseguiu sobrevier esse ano porque nós aumentamos imposto. Nós pegamos a alíquota básica do ICMS e aumentamos de 17 para 18 [por cento]”, declarou o governador na ocasião (reveja).
Orçamento estadual é de R$ 18,2 bilhões para 2017
A proposta Orçamentária de 2017 entregue no fim do mês de setembro à Assembleia Legislativa estimou a Receita, e fixou a Despesa no valor de R$ 18.261.620.064,00.
A peça já foi encaminhada à Comissão de Orçamento, Finaças, Fiscalização e Controle, que produzirá relatório antes da discussão em plenário. O relator ainda não foi escolhido, mas historicamente a responsabilidade recai sobre o presidente do colegiado, atualmente deputado estadual Vinícius Louro (PR).
O Orçamento estimado para a área de Saúde é de R$ 1.849.428.915 e para a Educação, R$ 2.655.361.241.
De acordo com o subsecretário da Seplan, Marcello Duailibe, o momento é crítico, e exige medidas de contenção para a manutenção do equilíbrio das contas. “Vivemos em um cenário fiscal restritivo, seguramente um dos mais adversos já vivenciados pela administração estadual, e por isso, precisamos unir todos os esforços”.
A EMPRESA MARANHENSE DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EMSERH, Vai estatizar toda a gestão da rede de saúde, com isso absorveram mais de 15 mil funcionários que hoje estão com os institutos. Isso explica o aumento tão grande da folha do estado.
Flávio Dino pretende administrar hospitais através de uma empresa pública, tendo que comprar tudo via licitações e cumprindo a lei 8.666/93, não vai ter agilidade e vai deixar a vida dos gestores da saúde um inferno.
Não tem como dar certo, vai morrer muita gente em breve !
Trocando em miúdos, “esticou a receita” para comportar a despesa. Uma sugestão bacana, ao final desse exercício financeiro de 2016, compare o orçado inicial com o efetivamente arrecadado. Aumentar a receita, sem arrecadar efetivamente é simplesmente burrice. A não ser que o objetivo seja aumentar os restos a pagar e institucionalizar o calote, aí faz sentido essa prática.
Quem sabe se agora o governador não reajusta os salários do serviço
público que estão defasados há dois anos. Os servidores públicos do
Estado do Maranhão não estão nada satisfeitos com ele!
E pagar as empresas que prestam serviços na Saúde?
Vários pais de família estão indo pra rua, por que as empresas não estão conseguindo segurar a folha, devido aos atrasos exorbitantes da saúde.
Maranhão indo no sentido contrário das boas práticas de gestão.
Está apenas seguindo a sua ideologia. Em vez de querer fazer um equilíbrio nas contas públicas, é só aumentar impostos que tá tudo certo.