Deputado que chamou índios de “veadinhos” reclama de assunto “requentado”

O suplente de deputado Fernando Furtado (PCdoB), que reassumiu hoje (4) o mandato na Assembleia Legislativa – em função da morte do deputado Humberto Coutinho (saiba mais) – reclamou da imprensa ao alegar que trata-se de “assunto requentado” a volta à tona do episódio em que acabou vazando um áudio dele insultando indígenas da tribo Awá-Guajá, durante sua participação em uma audiência pública na cidade de São João do Caru, em julho de 2015, (reveja).

Na ocasião, o parlamentar dirigia-se a uma plateia formada basicamente por trabalhadores rurais, que debatiam a desintrusão da terra indígena Awá-Guajá. Ao referir-se aos índios, Furtado os classificou de “bando de veadinho”, “boiola” e chegou a sugerir que eles morressem de fome “porque não sabe nem trabalhar”.

“Lá em Brasília o Arnaldo [Lacerda, presidente da Aprocaru] viu os índios tudo de camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de veadinho. Tinha uns três lá que eram veados que eu tenho certeza, veados. Eu não sabia que tinha índio veado, fui saber naquele dia em Brasília, tudo veado. Então é desse jeito que tá: índio já consegue ser veado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir? Negativo!”, disse.

Questionado pelo Blog do Gilberto Léda se reconhecia que errou ao se pronunciar daquela forma, criticou a imprensa e disse que “tudo passa”.

“Não reconheço nada. Isso aí é matéria requentada. Tudo passa. Aí nós não vamos, agora, ficar batendo no mesmo lugar, tá certo?”, disse.

Segundo ele, o que houve de “conturbado” na sua primeira passagem pela Assembleia foi “colocado” pela imprensa.

“Não vejo nada da primeira passagem pela Assembleia de conturbado, não vejo. Isso quem coloca é a imprensa. Quanto a questões do passado, tem um ditado que diz que água que já rolou numa ponte não volta mais”, completou.

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