Consórcio alvo da PF manteve-se à base de aditivos no governo Dino

O consórcio Cobrape/STCP – formado pela Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape) e pela STCP Engenharia –, alvo da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) no bojo da Operação Arauto, deflagrada ontem (24) no Maranhão, no Amapá e em Rondônia (saiba mais) manteve-se contratado pelo governo Flávio Dino (PCdoB) à base de aditivos.

Foram três no total. O mais recente deles, assinado em agosto de 2018, com validade de um ano – e valor também aditivado, em R$ 26 milhões.

Segundo dados do Portal da Transparência do Governo do Maranhão, o consórcio formado pelas duas empresas recebeu R$ 7,7 milhões só em 2019, como pagamento pelo contrato nº 14/2013, para apoio à fiscalização e gerenciamento de obras do programa Viva Maranhão.

O desembolso mais recente, de R$ 1,1 milhão, ocorreu em setembro.

Em 2018, foram pagos – via Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) – R$ 9,5 milhões.

De acordo com a PF, no período de 2013 a 2018 já foram pagos pelo Governo do Maranhão mais de R$ 112 milhões ao consórcio de empresas beneficiadas que celebraram o contrato com a Seplan.

Os federais dizem que, no curso das investigações, detectou-se que funcionários das duas empresas de consultoria atuaram diretamente na elaboração do edital da licitação que elas mesmo venceram.

Em nota emitida ainda na quinta-feira, o Governo do Maranhão informou que o contrato da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) com o consórcio Cobrape/STCP encerrou-se e não foi renovado.

No comunicado, a Seplan informa, ainda, que não tinha conhecimento das irregularidades apontadas pelos federais, mas que vai tomar “medidas que eventualmente lhe forem cabíveis” tão logo tome ciência (reveja).