O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou em audiência na Câmara dos Deputados que o órgão e a Polícia Federal investigam suposto esquema de venda de emendas parlamentares.
Rosário foi questionado por deputados sobre o tema em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
O ministro não citou nome de supostos envolvidos ou alvos das operações, mas O Estadão informa nesta sexta-feira, 8, que pelo menos um deputado federal do Maranhão é investigado por possível participação no esquema: Josimar de Maranhãozinho (PL).
O parlamentar já foi alvo de operação no fim do ano passado por desvios de dinheiro público em contratos da área da saúde firmados entre prefeituras e empresas do próprio deputado (relembre). Nesta semana, ele foi alvo de outra ação, desta vez desencadeada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) e pela Polícia Civil (saiba mais).
Os nomes dos demais investigados ainda estão sob sigilo.
Há pelo menos dois inquéritos sigilosos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar o esquema, batizado de “feirão das emendas” por deputados e assessores. A suspeita é de que parlamentares cobram comissão para indicar recursos do Orçamento a uma determinada prefeitura. O dinheiro seria pago por empresas interessadas nas obras e serviços, ou pelo próprio agente público.
“Sobre vendas de emendas, nós estamos investigando vários casos. Claro, estão todos em sigilo porque já fazemos esse trabalho em convênios, em geral. Porque não é só trator, nós temos diversas outras coisas acontecendo no Brasil, fruto de convênios em diversos outros órgãos”, afirmou Rosário ao ser questionado por deputados.
Talvez essa tal venda de emendas parlamentares seja a causadora do cemitério de 90% das obras inacabadas/fantasmas e do insucesso de vários contratos administrativos pelo Brasil afora? Pode-se conjeturar também que 100% deles são direcionadas ou se faz transferências “fundo a fundo” aos municípios para que o “negócio” seja finalizado a contento.
Há muito que se fala desse “feirão de emendas”, com o “jogador cavando a emenda”, numa espécie de escanteio, e mandando os seus “meninos” correrem livremente pra área a fim de cabecear com o gol aberto.