O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) procurou o pesidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). Disse-lhe que Márcio Zimmermann, o técnico que ocupa a secretaria-executiva de sua pasta, deseja filiar-se ao partido.
Informada sobre a movimentação de Lobão, a caciquia do PMDB ficou tonta. Olhos arregalados, os figurões da tribo enxergaram nas costas do ministro as asas da mosca azul. Mais atrás, a sombra de Dilma Rousseff.
Sem estrondos, Dilma submete o PMDB a um jogo bruto. Deixa tontos os mandachuvas da legenda. Ela pega pesado no Senado, palco da derrota que acendeu o pavio de sua revolta tardia contra as “velhas práticas” da política.
Dilma executa dois lances: empurra Lobão para a poltrona de presidente do Senado e prepara a entrega da cadeira de ministro de Minas e Energia para Zimmermann, o segundo da pasta, personagem de sua irrestrita confiança.
A presidente visa três resultados: no comando do Senado, um político que lhe é dócil. Na chefia do ministério, um gestor do bolso do seu colete. De quebra, almeja inocular nas relações entre José Sarney e Renan Calheiros o vírus da discórdia.
A conversa de Lobão com Raupp tonteou os pajés porque eles perceberam que a perplexidade encontra amparo na realidade. Membro honorário do grupo de Sarney, o ministro não dá um passo sem combinar antes com o guia de seus movimentos.
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