Índios Guajajara acorrentaram-se hoje (7) à galeria da Assembeia Legislativa, para manter a pressão sobre o Governo do Estado por melhorias na educação indígena nos municípios de Jenipapo dos Vieiras, Amarante, Barra do Corda e Grajaú.
Um grupo de 178 permanece em protesto na frente do Palácio dos Leões, que já foi cercado por um cordão de isolamento da Polícia Militar.
Os indígenas solicitam a reativação do conselho indígena de educação, cursos de formação continuada para professores indígenas, novos contratos para diretores, zeladores e vigias, além do pagamento do transporte escolar para alunos se deslocarem das aldeias até as escolas.
Esta última reivindicação, por sinal, parece ser o pomo da discórdia entre os manifestantes e o Executivo – este os acusa de servir de massa de manobra para empresários que querem receber R$ 50 milhões da Seduc por serviços supostamente prestados entre 2013 e 2014.
“O Governo do Maranhão não pode destinar R$ 50 milhões para dois ou três empresários por um serviço cujo pagamento foi recusado pelo governo anterior”, escreveu em seu Twitter o governador Flávio Dino (PCdoB).
Desaparecimento
Os índios cobram, também, informações sobre Messias Providência Guajajara, que teria desaparecido após o início dos protestos. Eles culpam o governo pelo sumiço.
Uirauchene Soares, um dos líderes do movimento, diz que recebeu ameaças do secretário de Estado de Assuntos Políticos e Federativos, Márcio Jerry (PCdoB), e do secretário de Segurança, Jefferson Portela. Diz mais: que outros dois líderes receberam dinheiro para abandonar o movimento.
“Eu fui ameaçado lá dentro do Palácio pelo senhor Márcio Jerry e pelo secretário de Segurança, Jefferson Portela. Nossa reivindicação é educação e o cara bota o secretário de Segurança para nos intimidar”, reclamou.
Ele afirmou que os manifestantes só saem da Assembleia depois que conseguirem conversar com o governador sobre as reivindicações.
“É uma ditadura! Até então a gente não consegue sentar com o governador. O governador senta com os quilombolas, senta com os sem-terra, senta com os vigilantes. E o índios, nada. Que democracia é essa? Que mudança é essa?”, questionou.