Dois pesos e duas medidas…

Do blog do Marco D’Eça

A PF e o “simbolismo penal” – Editorial O Estado de S. Paulo – 11 de julho de 2008:

“…, há muito tempo a PF vem utilizando métodos que têm um sentido pretensamente simbólico ou “educativo”, tentando passar para uma opinião pública que afeita às técnicas do direito a idéia de estar provada a culpa dos suspeitos antes mesmo da conclusão dos inquéritos. Com isso, sem terem sido ouvidos, processados e julgados, os suspeitos são apresentados como culpados em caráter definitivo.”

Contra o abuso e o descontrole – Editorial O Estado de S. Paulo – 16 de julho de 2008:

“… Não se concebe que no Estado democrático um juiz autorize a prisão de um acusado sem que seus advogados tenham acesso ao inquérito policial em que se fundamentou a detenção.”

Filosofia do abuso de autoridade – Editorial O Estado de S. Paulo- 20 de julho de 2008:

“… o arrastão não poupa ninguém: o dono da empresa, o sócio, a esposa, o filho, a secretária, o funcionário, o contador. Todos serão alvo de diversas imputações, dentre as quais uma é invariável: quadrilha”.

As instituições reagem – Editorial O Estado de S. Paulo – 05 de setembro de 2008:

“… A constatação uníssona e concomitante que se passou da conta em matéria de violação da privacidade dos brasileiros parece infundir nos três poderes um senso compartilhado de urgência da adoção de medidas de controle e repressão à bisbilhotagem.”

Controle do grampo – Editorial O Estado de S. Paulo – 11 de setembro de 2008:

“… a serviço dos mais variados interesses, no aparelho do Estado ou no âmbito particular, devassam a intimidade alheia no conforto da impunidade. …O descalabro se deve também à trivialização das interceptações judiciais – mais de 400 mil só ano passado.”

STJ acode o clã Sarney – Editorial O Estado de S. Paulo – 20 de setembro de 2011:

“… Não é a primeira vez o STJ julga invalida ações da Polícia Federal. Os precedentes mais notórios foram a Operação Satiagraha, que focalizou o banqueiro Daniel Dantas, e a Castelo de Areia, envolvendo diretores da empreiteira Camargo Corrêa. Num caso, o motivo foi a participação, julgada ilegal, de membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na investigações. No outro, o tribunal entendeu que denúncias anônimas não justificam autorizações para escutas telefônicas. São objeções respeitáveis. Agora, está-se diante de uma interpretação equivocada – ou pior.”

Os recortes de trechos de alguns editoriais de O Estado de S. Paulo são suficientes para ilustrar como o jornal paulista-quatrocentão trata as decisões judiciais de acordo com seus interesses.

Se não for com a família Sarney, grampos telefônicos não provam nada, são abusivos e a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de invalidá-los nas operações Satiagraha e Castelo de Areia são corretíssimas.

Mas se o grampo for na família Sarney tudo está correto.

Não importa se foram quebrados o sigilo de e-mails de mais quatrocentos funcionários do sistema Mirante – muito provavelmente, inclusive, o titular deste blog. Não importa se antes mesmo do conhecimento dos acusados e seus advogados, estes grampos telefônicos já estavam na imprensa.

O Estado de S. Paulo tem dois pesos e duas medidas: grampos telefônicos “devassam a intimidade alheia”, e estão “a serviço dos mais variados interesses”, quando tratam de muitas outras operações realizadas pela Polícia Federal no país; mas, no caso de Fernando Sarney e centenas de funcionários, a intimidade pessoal não tem valor algum, e os grampos “registraram, além de fortes indícios de transações escusas, a desenvoltura com que os Sarneys exerciam a política de patronagem no governo Lula…”

O jornal paulista, não só confirma que seu editorial é volúvel. Ele usa a família Sarney para vender jornais, não importa a que preço.

Compromisso com a verdade nenhum. Pelo contrário quanto mais distorção na informação melhor. Não importa se o próprio Fernando Sarney abriu mão daquilo que o jornal passou a chamar “censura” quando o Tribunal de Justiça do Distrito Federal resolveu coibir os abusos contra a família.

A perseguição contra família Sarney de O Estado de S. Paulo pode ser comprovada diariamente nas páginas do próprio jornal:

”Estado” está sob censura há 416 dias…

Se a moda pega! Desembargadores passam a sessão criticando a imprensa local

Pleno discutiu a imprensa local

Os desembargadores Paulo Velten, Nelma Sarney, José Joaquim Figueiredo dos Anjos desandaram a criticar a imprensa local, nesta quarta-feira (15), durante a sessão administrativa do Pleno do Tribunal de Justiça , por conta das últimas notícias envolvendo a política e o judiciário maranhenses nas últimas semanas.

Velten foi quem iniciou a discussão, criticando “notícias controversas” sobre a decisão que proferiu restabelecendo a prefeita de Paço do Lumiar, Bia Venâncio, ao cargo.

Sustentou seu posicionamento nos autos e ressaltou que a decisão foi um controle judicial corriqueiro, que não comportou críticas a outros magistrados, ao contrário do que foi divulgado.

Ele acha que houve má-fé quando foi citado que a sua decisão foi uma crítica ao “Pauta Zero”.

“O jornalismo sério, com a devida publicidade do ato, é que deve ser exaltado. A liberdade da imprensa nunca será tolhida. Ao contrário, é assegurada, mas sem má fé’, ressaltou.

O desembargador José Joaquim Figueiredo disse que as críticas equivocadas atingem a honra e a imagem dos julgadores e causam constrangimento junto aos seus familiares. Citou caso recente em que fora acusado de atuar em processo relativo ao fazendeiro Manoel Gentil, acusado de homicídio, sem que houvesse relatado ou tomado qualquer decisão nesses autos.

“Fui informado do comentário feito por um radialista e desmenti a notícia caluniosa a meu respeito. Não sou contra a liberdade de expressão, mas desde que ela seja feita com responsabilidade”, enfatizou o desembargador.

Nelma Sarney foi mais longe. Criticou não só o que chamou de “distorções” da imprensa e pediu segurança na entrada do TJ, para “garantir a ordem”.

“O presidente deve garantir a ordem não apenas internamente nas sessões de julgamento, mas também nas imediações do Tribunal, para evitar tumultos. “Em cada processo sempre há uma parte que é contrariada e manifesta sua insatisfação. Nos sentimos ameaçados por essas manifestações na porta do Tribunal”, ressaltou.

Só o que nenhum dos desembargadores teve coragem de falar foram os nomes de quem estavam criticando na imprensa local.

Vale lembrar, senhores desembargadores, que a imprensa – como a Justiça e a Política – é cheia de bons e maus profissionais. E seria bom pontuar bem a quem são direcionadas as críticas para que não se cometam injustiças, iguais àquelas das quais vocês se dizem vítimas.

(Com informações do Tribunal de Justiça)

Jornalista maranhense morre em São Paulo

Josilda coordendou o projeto Guesa Errante

Morreu, na manhã desta segunda-feira (10), a jornalistra maranhense Josilda Bogéa.

Ela estava internada no hospital A. C. Camargo (Hospital do Câncer), onde fazia tratamento contra leucemia.

Josilda Anchieta Bogéa era irmã de Lourival Bogéa e diretora administrativa do Jornal Pequeno. Foi também coordenadora do projeto Guesa Errante.

À familia, nossas sinceras condolências.

Assessora dá lição de “media training” a Flávio Dino

Tudo bem que o “tweet” foi em relação à resposta do presidente Lula ao repórter Leonencio Nossa, do Estadão, sobre a tal pergunta preconceituosa, mas bem que aquilo que a jornalista Wal Oliveira escreveu em seu Twitter nesta terça-feira à tarde (30) poderia se aplicar ao assunto Flávio Dino x Assessoria de Imprensa da Oligarquia – como deputado do PC do B redefiniu os jornalistas alinhados ao Palácio dos Leões mais cedo.

Foi um verdadeira lição de media training via Twitter.

Segundo ela, “a intolerância de figuras públicas com a imprensa” é o cúmulo do absurdo. Um verdadeiro recado ao próprio chefe.

E a colega não parou por aí. “O papel do jornalista é perguntar, questionar. Para lidar com a imprensa, a fonte tem que estar preparada. Jornalista não é para agradar”.

Das duas uma: ou ela não está aplicando na prática o que defende na teoria, ou Flávio Dino não tem escutado a nobre colega. Pelo que conheço da Wal, acredito mais na segunda opção.

Ouviu, Flávio?