Por que Pedro Novais e Gastão são do alto clero da Câmara

Do blog do Prof. Caio

Dias atrás fiz um artigo sobre o alto clero da Câmara Federal (publicado nos blogs do jornalista Marco D’eça e Gilberto Leda), onde constava os nomes de Pedro Novais e Gastão Vieira, por serem deputados que fazem parte do grupo de deputados que decidem as ações da Casa, dos parlamentares que são reconhecidos (trabalhos) pelo governo federal e serem lideres no maior partido do Brasil, o PMDB.

Isso foi o bastante para que os comentaristas nesse blog e nos blogs citados acima caíssem contra esses nomes. Coisa que gerou muita polêmica. Eles (comentaristas) acham que para fazer parte do alto clero é preciso que o parlamentar tenha altura, barriga, faça discursos inflamados da tribuna e ganhe prêmio por indicação manipulada.

Caso fosse assim, o que seria do saudoso Rui Barbosa? Nascido em Salvador em 1849, Rui Barbosa era extremamente tímido e caldo. Tinha apenas um metro e cinqüenta e oito centímetros, corpo de adolescente, franzino e ligeiramente encurvado. Contudo, foi e é considerado o patrono do Senado brasileiro, além de ter uma atuação na II Conferência de Paz de Haia, em 1907, que lhe rendeu a marca de excelência.

Agora, o baixinho Pedro Novais, tímido e calado, foi escolhido pela presidente eleita Dilma para assumir o Ministério do Turismo. Mesmo sendo do grupo Sarney, sua indicação foi patrocinada pelo colega e líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN), isso vem mostrar sua força dentro do PMDB. E seu nome aparece no alto clero porque ele (Novais) é um veterano da Comissão Mista de Orçamento. Já integrou o órgão ao menos 14 vezes. Ele é um dos baluartes do alto clero da Casa.

O outro baixinho do PMDB/MA, Gastão Vieira, é reconhecido como alto clero por suas participações nas ações e decisões da casa, pelo reconhecimento do seu trabalho pelo governo federal, além de sua liderança dentro do PMDB.

Na semana passada, Gastão recebeu uma condecoração do próprio presidente Lula. Agora, será homenageado pelo Ministério da Educação, com a Medalha Nilo Peçanha, cujo objetivo é reconhecer o relevante trabalho desenvolvido em prol da educação profissional.

A homenagem faz parte das atividades comemorativas ao Centenário da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que vêm sendo desenvolvidas desde 2009, pelo Ministério da Educação. A solenidade de entrega da Medalha Nilo Peçanha será realizada no dia 15 de dezembro de 2010, às 14h, em Brasília.

O que é clero na definição política

Do blog do Hostilio Caio

A definição de alto e baixo clero varia de casa para casa. No Senado, em tese, não deveria existir tal classificação afinal são apenas 81 parlamentares, da nata da política no Brasil, porque já foram governadores, prefeitos e ate Presidentes, mas não é bem assim. Existem senadores que sua visibilidade, participação e nas decisões da Casa, os colocam no alto clero, enquanto que os do baixo clero se restringem somente ao seu estado e se coloca a disposições dos lideres.

Já na Câmara Federal, com seus 513 deputados, existe mais baixo que alto clero. Os de primeiro mandato vão direto para o baixo clero. A situação tende a melhorar a partir do segundo ou terceiro mandato, casos façam a fazer parte do grupo que comanda as ações da Casa.

Para entrar no médio clero, em primeiro mandato, os parlamentares devem ter pedigree político (parentes de ex-caciques políticos), ou ainda que tenham tido significativa votação, dependendo da sua atuação.

Existem senadores e deputados federais que extrapolam a classificação de alto clero, chegam a ser classificados como ícones ou estrelas de primeira grandeza na política nacional. Por isso, a imprensa sempre está em seus encalços para entrevistá-los e, assim, saber quais são as verdades dos bastidores políticos.

Veja os senadores tidos como ícones:

José Sarney (PMDB-AP) – Presidente do Senado, ex-Presidente da República

Arthur Virgilio (PSDB-AM) – líder do partido na Casa

Agripino Maia (DEM-RN) – líder do partido na Casa

Fernando Collor (PTB)-AL) – ex-Presidente da República

Marcos Maciel (DEM-PE) – ex-vice Presidente da República

Renan Calheiros (PMDB-AL) – ex-presidente do Senado, líder do partido.

Romero Jucar (PMDB-RO) – líder do governo na Casa

Senadores do alto clero

Marconi Pirillo (PSDB-GO)

Aloisio Mercadante (PT-SP)

Eduardo Suplicy (PT-SP)

Edison Lobão (PMDB-Ma)

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Pedro Simon (PMDB-RS)

Álvaro Dias (PSDB-PR)

Heráclito Fortes (DEM-PI)

Mão Santa (PSC-PI)

Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)

Marina Silva (PV-AC)

Garibaldi Alves (PMDB-RN)

Deputados Federais do Alto Clero

Michel Temer (PMDB-SP) – Presidente da Casa e vice-presidente eleito

Inocêncio Oliveira (PR-PE)

Antonio Carlos Magalhães Neto ( ) Neto de ACM

Rodrigo Maia (DEM-RJ), filho de César Maia ex-prefeito do Rio de Janeiro

Ciro Gomes(PSB-CE), ex-governador do Ceará

Gabeira (PV-RJ)

Luiza Erundina (PSB-SP) – Ex-prefeita de São Paulo

Miro Texeira (PDT-RJ)

Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Sandro Mabel (PR-GO)

Simão Sessim (PP-RJ)

Vicentinho (PT-SP) sindicalista

Jaime Martins (PR) Ops, ia esquecendo, ele é presidente de uma das mais importantes comissões, “Viação e Transportes”

Pedro Novaes (PMDB-MA)

Gastão Vieira (PMDB-MA)

Vaccarezza (PT-SP) – líder do governo na Casa

José Carlos Aleluia (PSDB-BA)

Como se vê, a maioria esmagadora dos ícones e do alto clero no Congresso Nacional é formada por nordestinos e nortistas, coisa que deixa os paulistanos, principalmente os jornalões, revoltados e preconceituosos.

Veja o que disse Lula em Estreito (MA), que deixou os paulistanos ainda mais revoltados com o Nordeste: “… Nós não queremos tirar nada do Sudeste, nós queremos que São Paulo continue crescendo, que o Rio de Janeiro continue crescendo, que o Sul continue crescendo, mas nós achamos que o século XXI é a vez do Nordeste e do Norte deste país começar a crescer”.

Diante desse depoimento do presidente Lula, observa-se a importância desses ícones e dos de alto clero nordestinos e nortistas para que as regiões fossem vistas pelo governo federal.