Câmara Criminal tranca ação penal contra funcionários da AmBev

ICRIM confirmou presença de barata

Em sessão nesta segunda-feira, 14, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiu trancar ação penal instaurada contra três funcionários da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) em São Luís, denunciados por crime contra as relações de consumo.

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou a coordenadora de qualidade e os gerentes geral e de engarrafamento da empresa, após constatação pericial da presença de fragmentos de inseto em garrafas da cerveja Skol, identificadas inicialmente por três consumidores que faziam uso do produto.

O fato aconteceu em março de 2007 e motivou fiscalizações na empresa, que também foi denunciada pelo MPE, informando condições de total falta de higiene e desobediência de cautelas mínimas de segurança na fábrica da capital.

O desembargador Joaquim Figueiredo relatou habeas corpus impetrado pelos três funcionários, que alegavam sua não participação nos fatos, pois teriam ingressado nos cargos após a ocorrência do fato.

Continue lendo aqui.

(As informações são do TJ-MA)

Promotora propõe mudanças na AMBEV para evitar que mais baratas sejam envasadas em cerveja

Lítia Cavalcanti quer readequação da AMBEV

A promotora Lítia Cavalcanti, da 15ª Promotoria do Consumidor de São Luís, está no Rio de Janeiro. Ela e mais uma equipe do Ministério Público fazem uma visita à fábrica carioca da AMBEV.

O objetivo é adaptar o processo de fabricação deles ao da AMBEV de São Luís. Ao que tudo indica, por lá não são engarrafadas baratas com cerveja.

“Hoje, a equipe da MP-Consumidor está no RJ avaliando a fábrica da AMBEV para adaptar o processo de fabricação à AMBEV-SLZ”, disse Lítia Cavalcanti, em comentário no Twitter. E completou: “A cervejaria maranhense irá sofrer uma grande adequação”.

Segundo a promotora, a fábrica local passará por alterações pontuais para garantir mais qualidade aos consumidores maranhenses.

“Após esta etapa [visita à fábrica do Rio de Janeiro], a fábrica de São Luis, cujas condições são precárias e ensejaram diversas ações penais, irá sofrer grande alteração, a fim de garantir, ao Consumidor Maranhense, uma cerveja de qualidade”, ressaltou.

Ela também garante que haverá “fiscalizações ordinárias” do Ministério Público e da Vigilância Sanitária, além da mudança do rótulo da cerveja.

“Este tópico [mudança do rótulo] tem o condão de garantir ao maranhense que aquela cerveja foi produzida e envasada em São Luis, portanto, não possui risco de contaminação, ante a presença constante da fiscalização da Vigilância Sanitária”, acrescenta.

Histórico

A luta da promotra contra a AMBEV da capital começou em meados do ano passado . Na ocasião, ela realizou blitz na empresa, após receber denúncia de que insetos foram encontrados em garrafas de Brahma.

Mais tarde, laudos do Instituto de Criminalística (ICRIM) comprovaram que os insetos eram, na verdade, baratas.

Detalhe da garrafa de Brahma enviada ao ICRIM

Depois disso, mais garrafas começaram a ser enviadas espontaneamente por consumidores à Promotoria. Os resultados dos novos exames confirmaram que a empresa continuava envasando baratas junto com cerveja.

Novos casos

Além da Brahma, a promotora também avisou que já recebeu garrafas de Nova Schin “com os mesmos problemas daqueles encontrados nas da Ambev”.

“Fiquem espertos ao ingerir cerveja em garrafas retornáveis, porque ontem [quarta-feira] chegaram na promotoria duas garrafas da Schin com os mesmos problemas daqueles encontrados nas da Ambev”, disse, dias depois da divulgação dos últimos laudos.

Outro lado

Em contato com o blog à época, a Ambev informou que não teve conhecimento do novo laudo do ICRIM, bem como não foi comunicada para acompanhar a perícia.

E acrescentou que segue os mais elevados padrões internacionais de qualidade e reafirma a qualidade de produção de seus produtos.