UEB Jornalista Neiva Moreira, no Bequimão, onde 5 alunos foram baleados / Foto: Flora Dolores
O Estado – Alunos e escolas públicas da Região Metropolitana de São Luís continuam alvo de bandidos que, segundo a polícia, se autodenominam integrantes de facções criminosas. Somente este ano, oito estudantes já foram baleados e quatro colégios invadidos, com objetos de valor roubados. Ontem, a polícia estava investigando e tentando prender dois criminosos suspeitos de terem baleado cinco estudantes da Unidade de Educação Básica (UEB) Jornalista Neiva Moreira, na Avenida Um, no Bequimão, fato ocorrido na noite de quinta-feira, 1º. Essa escola já havia sido alvo de reportagem de O Estado em setembro do ano passado, devido à falta de vigilantes.
O investigador da Polícia Civil identificado como Jaime, explicou que a tentativa de homicídio foi registrada pelo secretário da escola no plantão de Polícia Civil do Cohatrac, mas será investigada pela equipe do 14º Distrito Policial, sob a coordenação do delegado Sebastião Rocha. Segundo o registro do funcionário do colégio, havia um grupo de estudantes na porta do estabelecimento quando foi surpreendido por dois criminosos, que estavam em uma motocicleta, de marca e placa não identificadas.
Aluno baleado na perna recebe atendimento
Eles efetuaram vários tiros contra o grupo, atingindo cinco alunos, todos menores de idade. Uma das vítimas foi um aluno de 16 anos, alvejado na perna esquerda. Ele foi levado para dentro da escola, onde recebeu os primeiros atendimentos pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O aluno foi conduzido para o Hospital Municipal Socorrão I, no Centro, onde teve que passar por um tratamento cirúrgico e, em seguida recebeu alta médica, já que não corria risco de morte.
Terror – Carlos Gusmão, de 35 anos, que reside nas proximidades dessa escola, denominou essa ação como um ato de terror. Ele disse que estava sentado na porta de sua residência em companhia de seus familiares quando os dois criminosos começaram a atirar em direção aos alunos da UEB Jornalista Neiva Moreira. “Os estudantes estavam na porta do colégio quando foram baleados e em seguida foi uma correria na rua”, declarou o morador.
Outra moradora, que não quis se identificar, disse que a rua ficou movimentada durante toda a noite de quinta-feira, 1º. As pessoas, ao ouvirem os tiros, saíram correndo. Havia muitos alunos nervosos diante da situação. Viaturas da Polícia Militar e ambulância do Samu foram acionadas.
Baleados – Mais dois adolescentes, este ano, foram baleados nas proximidades das suas escolas. No dia 14 de junho, dois estudantes (um de 12 e outro de 13 anos) da Unidade de Ensino Básico (UEB) Rubem Almeida, no bairro Coroadinho, foram baleados na perna e no ombro, respectivamente, por integrantes de facção criminosa.
A polícia, na ocasião, informou que o fato ocorreu nas proximidades da escola e as vítimas teriam sido confundidas com traficantes da Pocinha, área do Bom Jesus. O comandante da Unidade de Segurança Comunitária (USC) do Coroadinho, major Raimundo Serra Júnior, disse que os dois adolescentes estavam fardados e tinham saído da escola quando foram baleados por três criminosos não identificados.
Em março, no dia 5, um desentendimento na porta da Unidade Integrada João Paulo II, no bairro Turu, entre dois adolescentes. Um deles, aluno da instituição de ensino, teria efetuado um tiro contra seu desafeto. O tiro o atingiu de raspão, mas ele não correu risco de morte. Ainda segundo a polícia, o motivo desse ato ilícito foi uma rixa antiga entre os dois jovens. A vítima teria ido deixar a namorada, estudante da unidade de ensino, e ao chegar foi abordada pelo suspeito. Eles trocaram agressões e, no decorrer da confusão, o adolescente empunhou a arma e atirou contra o adversário.