Diminuição da pobreza: resultados ainda refletem governos anteriores

Se o Maranhão tem muito o que comemorar depois que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou, semana passada, que o índice de pobreza extrema no estado teve redução de 47%, isso ainda não é motivo de festa para a atual administração do Governo.

Isso porque os dados referem-se ao período compreendido entre 2004 e 2009 – governos José Reinaldo (PSB) e Jackson Lago (PDB), portanto.

É bem verdade que os números não refletem, única exclusivamente, o trabalho dos dois – o que foi feito antes deles também conta -, mas os dados fornecem um upgrade e tanto para o discurso da oposição.

Por outro lado, a proporção da população maranhense abaixo da linha da miséria (renda de R$ 70 por pessoa) ainda é muito superior à média nacional. Os extremamente pobres são 13% no estado, enquanto no restante do país eles são 5%.

Se o mérito pela redução da pobreza extrema é quase que totalmente dos oposicionistas, esse ônus também deve ser, majoritariamente deles.

E, se quiser contrapor à altura os dados que a oposição, agora, tem à mão, o Governo do Estado tem que reduzir drasticamente o número de maranhenses abaixo da linha de miséria.

Confira aqui os dados da pesquisa.

(Com informações do IPEA)

Gastão destaca queda da probreza no Maranhão

Gastão aponta crescimento da renda

O deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA) esteve na tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (4), para falar sobre o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que aponta queda da pobreza no Brasil.

No Maranhão, o índice chegou a 45%, enquanto em São Paulo foi de apenas 9%.

Para ele, o crescimento da renda no Maranhão, no período de 2001 a 2009, pode ser explicado pricipalmente por dois fatores: reformas estruturantes e o esforço de investimento (público e privado) implementados no Estado na década anterior, que sedimentaram as bases para garantir a sustentabilidade do crescimento na década seguinte; o segundo fator, segundo ele, foi a política de inclusão do governo Lula, com o Programa Bolsa Família, responsável por beneficiar prioritariamente a região Nordeste e, em especial, os estados com rendas mais baixas, como o Maranhão.

Gastão Vieira destacou ainda que “um bom governo preocupa-se não só com a situação presente, mas principalmente com o futuro. Portanto, os resultados de um governo geralmente vão aparecer após seu período de gestão, como foi o caso da gestão de Roseana Sarney”.

Leia a íntegra do discurso:

“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última semana, a imprensa deu destaque — talvez este pudesse ser maior — a um trabalho do IPEA sobre a queda da pobreza no Brasil. Ela cai de uma forma muito veloz. Caímos a taxas chinesas, se pudermos usar o neologismo para melhor expressar o que estamos dizendo. Dentre os Estados brasileiros, o Estado do Maranhão apresentou a maior redução: 48% contra 9% de São Paulo.

Esta tribuna, Sr. Presidente, palco de muitas e muitas ilações desairosas contra meu Estado, reconhece, neste momento, que o Maranhão fez um enorme esforço para que esta taxa acontecesse: a renda per capita familiar. Cresceu a renda de cada pessoa numa família, e cresceu pelos programas de inserção de renda do Presidente Lula como o Bolsa Família. Mas cresceu, principalmente, pelo esforço feito na década anterior.

Esse estudo refere-se ao período de 2001 a 2009, na década anterior, em que o Governo do Maranhão, comandado pela Governadora Roseana Sarney, fez altíssimos investimentos públicos: na região de Balsas, consolidando aquele grande processo de desenvolvimento baseado nos grãos; dentro de São Luís, com a expansão da ALCOA e com expansão da Companhia Vale do Rio Doce.

Quero aqui deixar um registro. Não há milagre em economia. Economia não cresce por decreto. Economia cresce quando numa década anterior criou-se condições para que na década seguinte houvesse crescimento sustentado que desse efetivamente esses resultados.

Portanto, Sr. Presidente, é com muito prazer e com muita satisfação que eu me congratulo com todos aqueles que lutaram no meu Estado para que nossas condições melhorassem. Elas ainda são muito graves, mas saímosde um patamar muito ruim e agora estamos caminhando rumo a um desenvolvimento mais equilibrado do ponto de vista econômico e do ponto de vista social. Muito obrigado.”

(As informações são da assessoria)