Na iminência de perder o PDT, Igor Lago e históricos estrebucham

Desde que a Comissão Provisória Estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Maranhão venceu, em dezembro do ano passado, trava-se uma briga intestina pelo controle da legenda no Estado.

De um lado Weverton Rocha e Julião Amin, que gozam do apoio explícito de Carlos Lupi, presidente nacional; de outro, alguns ditos históricos e Igor Lago, que “goza” da oposição explícita do mesmo Lupi (veja aqui por que).

Os dois primeiros têm agido nos bastidores. Igor Lago e aliados, têm preferido o debate público.

E como têm estrebuchado…

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No fim do ano passado, por exemplo, estava praticamente tudo certo pra Julião Amin assumir o comando do PDT. Mas Igor Lago estrebuchou – colocou até a mãe, Clay Lago, na jogada – e conseguiu adiar a posse dop ex-deputado por alguma semanas.

No último fim de semana, voltaram todos à carga novamente. Bastaram alguns rumores de que Amin seria mesmo efetivado – rumores ligados, principalmente, à posse de Lupi na Executiva Nacional – para que os históricos, acompanhados por Igor, de novo, voltassem a estrebuchar.

Foram duas cartas. Igor diz que o PDT “não existe formalmente” no Maranhão. Os históricos, como não poderia deixar de ser, acusam o grupo Sarney de agir, “pesadamente, contra a organicidade do Partido”.

Vai ter mania de perseguição assim lá no PDT…

Leia abaixo as duas cartas.

A carta de Igor Lago

Desde o dia 01 de dezembro de 2011, o nosso Partido vive uma situação inédita: a de não existir formalmente! Nunca havia acontecido isto desde a sua fundação em 1980. O PDT maranhense foi um dos primeiros nove que se organizaram em nosso país, numa luta árdua para superar as barreiras impostas pelas leis da Ditadura. Ainda garoto, aos 11 anos, ajudava meu pai a organizar as fichas de filiação. Sob as lideranças de Neiva Moreira e Jackson Lago, o PDT cresceu, conquistou mandatos legislativos e executivos, chegando à prefeitura de nossa capital, de várias cidades de nosso estado e, finalmente, ao Palácio dos Leões, impondo uma derrota única à Oligarquia maranhense.

Após o falecimento de seu insubstituível líder, o PDT maranhense reorganizou-se em 211 dos 217 municípios. E caminhávamos rumo à Convenção Estadual para, conquistarmos assim, toda a autonomia de um Diretório. Daí a minha posição de estimular os companheiros a realizarem suas Convenções Municipais, termos o número necessário de Diretórios para convocar a Convenção que deve ser marcada pela Executiva Nacional, conforme o nosso Estatuto. Também estávamos programando a realização de um Encontro Estadual em dezembro, o que acabou não acontecendo devido à não prorrogação da Comissão Estadual. Além desses prejuízos, estamos na insólita condição de não poder discutir, ainda, os rumos que o nosso Partido deve tomar em São Luis e em muitos de nossos municípios.

Acredito que um partido democrático prima pelas boas práticas partidárias, dentre elas, a de que as instâncias tenham respeito entre si. Nada mais salutar para um partido que a sua instância municipal seja respeitada pela sua instância superior, isto é, a estadual, assim como o partido estadual pela sua instância superior, a nacional. Qualquer decisão de uma instância superior, sobre os destinos de sua instância inferior, deve ser feita baseada no que o consenso ou a maioria desta determinou. Isto chama-se Democracia!Jango, Brizola, Darci Ribeiro, Doutel de Andrade, Francisco Julião, Abdias Nascimento, Getúlio Dias, Jackson Lago e tantos outros deram suas vidas por essa instituição. Não podemos desconhecer a nossa história, esquecer os nossos ideais e princípios. Estes, pelo que significam, são eternos.

Escrevo com indignação e com a firmeza que todos devemos ter ao encarar certas situações partidárias. É preciso que todos compreendam que o nosso partido tem que ser e deve ser diferente, que deve respeitar a sua história e o seu legado. Igualmente devemos nos preparar para os embates do presente e futuro, com os pés no chão e de cabeça erguida, sabendo dos desafios políticos, eleitorais e administrativos.

É o que temos tentado fazer aqui no Maranhão, ao honrar o legado de seu fundador Jackson Lago, assim como a história de vida de todos os seus fundadores, fazendo a política com “P” maiúsculo, fortalecendo o Partido para apresentar candidaturas próprias e, quando não possível, fazer alianças baseadas nos valores republicanos e éticos.

Acredito que, depois de uma grande e profunda discussão, encontraremos as melhores decisões.

E não posso deixar de lembrar que, “quando se tem indignação e coragem, damos lugar à Esperança”.

Saudações Trabalhistas!

Igor Lago

Imperatriz, 13 de janeiro de 2012.

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A carta dos históricos

Eles, por via do sujo e ignóbil Golpe de Abril de 2009, derrubaram o nosso Governo. Eles, em 2010, na mais torpe e manipulada das eleições de nossa história, confundiram o Estado inteiro e esmagaram o nosso líder e companheiro, o Governador Jackson Lago.

Não satisfeitos e na continuidade de sua obsessão, investem, agora, pesadamente, contra a organicidade do Partido, tentando calar a nossa voz e seqüestrar de vez nossa memória.

Para quem não nos conhece, parece até que o Partido chegou ao fim, ou encalhou de vez, ou vive acéfalo. Parece, mas não é. Engana-se quem pensa que o Partido é de um, é de dois, é de três. O PDT não são quatro, não são cinco, não são seis. O Partido é u’a multidão. Todos somos o Partido.

No entanto, a hora é de urgência.Como diria Darcy Ribeiro, aqueçamos nossas mãos para bater nossos tambores. É chegada a hora de nova pajelança.

Toda uma história linda, significativa e plena de êxitos está em perigo e é nosso dever defendê-la com toda a força dos nossos corações. Venha enriquecer este debate.Compareça! Participe! O PARTIDO SOMOS NÓS.

Saudações Trabalhistas 
Reginaldo Telles / Maria Lúcia Telles / João Francisco dos Santos / Léo Costa