Procurador do MPF cita “conversa inicial” com Jefferson Portela antes de delação de PM

O procurador da República Juraci Guimarães Júnior, do Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA), confirmou no sábado (21), em entrevista coletiva, que, se não participou do acordo de delação, o secretário de Estado da Segurança, Jefferson Portela (PCdoB), pelo menos teve contato com o policial militar Fernando Paiva antes da celebração dos termos da colaboração.

O caso ocorreu no dia 7 de abril, quando o PM foi levado do “Manelão” – unidade prisional localizada dentro do Comando Geral da PM, onde ele estava custodiado – à sede do MPF (reveja).

Segundo representante do MPF, foi Jefferson quem conduziu o preso até a sede da Procuradoria.

Depois disso, Paiva aceitou delatar, mas em depoimento ao juiz federal Luís Regis Bomfim Filho, da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal no Maranhão, acabou desistindo e afirmando que foi coagido pelo titular da SSP-MA a incriminar o deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) e um delegado de Polícia Civil.

“Jefferson Portela, o secretário, conduziu, como secretário de Segurança, o preso até nós. A conversa inicial foi com ele, mas todas as tratativas de delação foram entre o defensor público federal e o Ministério Público Federal”, declarou.

Atualização: às 12h02, a assessoria de comunicação do MPF entrou em contato com o blog para informar que o procurador Juraci Guimarães, ao citar “conversa inicial”, não quis fazer referência a contato entre Jefferson Portela e o policial militar, mas entre ele próprio, o procurador, e o secretário, antes das tratativas sobre a delação que, reitera, ocorreram apenas entre o preso, o MPF e um defensor público.

 

A informação foi reforçada pelos advogados Leonardo Quirino e Paulo Renato Ferreira, que representam o policial.

“[Nosso cliente] permaneceu durante três horas, aproximadamente, em contato direto com o secretário Jefferson Portela, que lá se encontrava [no MPF]. As imagens das câmeras de segurança vão poder indicar isso. Nós não temos absolutamente nenhum tipo de entrave a afirmar que ficamos de fato três horas de relógio apartados, como não deveríamos ficar, de maneira ilegal, do contato com o nosso cliente na sede do MPF”, disse Ferreira (saiba mais).

Em nota, Jefferson Portela defendeu-se das acusações do PM. Diz o secretário que nunca conversou com Fernando Paiva sobre a formulação do acordo de delação.

“A acusação é mais um crime praticado pelo soldado, preso em flagrante por contrabando e já denunciado pelo Ministério Público Federal por participação de organização criminosa. Diferentemente do que diz o soldado, nunca conversei com ele sobre uma possível delação premiada nem tive qualquer envolvimento na negociação do acordo firmado na sede do Ministério Público Federal”, declarou.

CPI

Em pronunciamento na Assembleia, o deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB), membro da base aliada do governador Flávio Dino (PCdoB), solicitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncia de que Fernando Paiva teria sido coagido para incluir o nome do parlamentar na sua delação.

O deputado classificou o caso como “tentativa criminosa” do atual titular da SSP-MA. “Hoje, sou a vítima, amanhã será qualquer um dos senhores, seus familiares, seus amigos e qualquer um cidadão. Esta Casa precisa cobrar com urgência uma posição do Poder Executivo, este é o nosso dever e a nossa obrigação. É importante frisar que a tentativa criminosa do secretário de Segurança Pública tentando me envolver em uma quadrilha ou associação criminosa de contrabandistas representa uma frustração pessoal, por não corresponder com a Segurança Pública do Estado”, disse.

Na avaliação de Cutrim, Portela não tem mais condições de permanecer no cargo.

“Que vergonha para o nosso povo. Governador, a permanência de Jefferson Portela compromete o seu governo, desrespeita a Assembleia, quando, por questões pessoais, tenta criminosamente envolver um membro deste Poder”, completou.

Ele pediu apoios dos demais colegas de parlamento para a criação de uma CPI sobre o caso. “Peço aos colegas, aos 41 deputados, vamos fazer uma CPI, vamos assinar para que tenha a assinatura dos 42 deputados, para que a gente possa trazer isto a limpo, para que fatos desta natureza não possam mais ocorrer em nosso Estado”, completou.

12 pensou em “Procurador do MPF cita “conversa inicial” com Jefferson Portela antes de delação de PM

  1. MPF quer proteger quem ?
    Melhor este cara de bundao ficar calado.
    Procedimento todo errado, unico otário que se tem é o procurador federal por se deixar manipular.

  2. Essa prosa toda está muito mal contada.
    Procuradores e Secretario de Segurança precisam explicar melhor essa prosa.

    1) Procurador Acusa o que o PM não tem credibilidade para fazer as acusações contra os Procuradores. Então porque ele tinha credibilidade para fazer delação?

    2) Secretário Jeferson fala que o PM não tem credibilidade para falar mal dele. Então porque teria credibilidade para fazer delação?

    3) Por que levar um preso para o MPF sem o consentimento dos advogados deste?

    4) Sábado? Secretario De Segurança no MPF e Procuradores em pleno Sábado e sem o conhecimento do Juiz e muito menos dos advogados do preso?

    Muita coisa estranha precisa ser explicada nesse caso.

    • Simples. A esposa desse procurador federal juraci é secretaria de estado do governo flavio dino. secretaria da segep lilian Guimarães. Esse procurador nao tem credibilidade e imparcialidade para estar a frente dessa investigação.

  3. Dar crédito a um criminoso , comprovado , em detrimento de um gestor sério e competente como Jeferson Portela , que tirou o Maranhão dos piores índices de criminalidade, por questões meramente políticas, são sinais de desesperado da mídia oligárquica.

  4. O que eu realmente acho estranho é o fato de as pessoas serem presas com o contrabando e mesmo assim tem gente pra defender. Estranho é que as suspeitas estão sobre quem prendeu os contrabandistas.
    Só falta dizerem que Portela que colocou o contrabando na casa e sequestrou os policiais e colocou junto ao contrabando.

  5. Vergonha.
    Esse procurador federal nao possui imparcialidade e credibilidade para estar a frente das investigações.
    Sua esposa é secretaria de estado do governo flavio dino. Ela é secretaria da segep, lilian Guimarães.
    Por isso jeferson portela estava em pleno sabado no mpf coagindo o pm na frente dos procuradores.
    Todos tem rabo preso com flavio dino.
    Por isso as investigações da secretaria da saúde não andam no mpf do Maranhão.
    Esse procurador juraci viola os principios constitucionais da moralidade e impessoalidade. Absurdo.

  6. O Carlos Costa é muito ingênuo, tadinho…
    Agora alguém sabe explicar essa proteção toda do MPF ao Governo Dino??
    Queria entender

  7. Carlos Costa, se você tivesse estudado direito, iria entender as razões pelas quais todo criminoso tem direito à defesa, mas, há ainda tempo para estudar, pois, em quase todas as esquinas tem uma “farcudade de dereito” e boa sorte.

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