Juiz que abriu mão de ‘penduricalhos’ agora abdica de férias extras

Imirante

O juiz maranhense Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula apresentou requerimento ao Tribunal de Justiça do Maranhão abrindo mão dos 30 dias adicionais de férias a que os magistrados têm direito – além dos 30 dias de descanso remunerado assegurados aos demais trabalhadores brasileiros.

No documento, o juiz justifica sua decisão: “Há tempos este magistrado reflete sobre o impasse ético gerado por algumas prerrogativas da magistratura, que, quando analisadas no contexto de desigualdade socioeconômica do país, evidenciam privilégios inadvertidos da carreira. Um dos pontos que causava incômodo, e hoje se torna certeza em minha consciência, é a inadequação da concessão de férias de sessenta dias”.

Como é de praxe e seguindo as normas do Judiciário maranhense, Roberto de Paula havia solicitado o agendamento das suas férias referentes ao exercício de 2022 para o período de 01 de fevereiro de 2022 a 01 de abril de 2022, utilizando os 60 dias disponibilizados a todos os magistrados brasileiros. Mas, por convicção pessoal, apresentou o requerimento desistindo do privilégio.

O juiz oficializou ao Tribunal de Justiça do Maranhão que desistiu parcialmente da solicitação das férias a que tem direito este ano, para usufruir somente dos 30 dias. “Na oportunidade, renuncio à disponibilidade de 60 dias de férias, assim como ao percentual excedente do terço constitucional que ultrapasse este período”, acrescentou.

Roberto de Paula é o mesmo magistrado maranhense que já havia renunciado, em 2017, aos auxílios moradia, alimentação, saúde e livro, outros privilégios que continuam sendo pagos aos membros da magistratura. E também abriu mão, em 2019, ao direito a licença-prêmio por assiduidade “Nunca é tarde demais pra fazer a coisa certa”, declarou ele, à época (saiba mais).

Por conta da sua postura, chegou a ser chamado de hipócrita pela Associação dos Magistrados do Maranhão (leia mais).

11 pensou em “Juiz que abriu mão de ‘penduricalhos’ agora abdica de férias extras

  1. Um grande magistrado . Homem probo e honesto . Um exemplo para o Brasil , para o mundo .

    No meio de um poder judiciário cheio de malas sem alça , ele passa a mensagem do certo a ser feito.

    Parabéns Dr Roberto de Paula

  2. PARABENS nobre juiz, Dr. Roberto de Paula.
    Se todos fizessem essas suas atitudes, muito mais pessoas estariam sendo ajudadas não só nesse momento difícil, mas durante o ano todo.
    Parabéns!!!!

  3. PARABENS AO NOBRE JUIZ MARANHENSE CARLOS ROBERTO GOMES DE OLIVEIRA PAULA, BOM EXEMPLO A SER SEGUIDO POR QUEM MAIS NA MAGISTRATURA MARANHENSE PARTILHE DE SEU ENTENDIMENTO DE DESCABIDOS PRIVILÉGIOS QUE SÓ ACENTUAM DESIGUALDADES NA SOCIEDADE. NOTA DEZ.
    NOTA ZERO PARA AQUELES, INCLUINDO A ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO MARANHÃO, QUE JÁ O CHAMARAM DE HIPÓCRITA. ESSES SÃO OS, NA BÍBLIA, CHAMADOS SEPÚLCROS CAIADOS

  4. Parabéns Dr. ROBERTO DE OLIVEIRA PAULA. Fico feliz por sua postura, digna das pessoas de bem e princípios.

  5. Tive o prazer em trabalhar na 2 vara da infância com o nobre Juiz. E ele e uma pessoa que e sem comentário, homem integro responsável. E para ele do menor ao maior e tratado do mesmo Jeito por ele. Só me alegro em um dia ter trabalhado com a vossa excelência.

  6. Os semi-deuses do judiciário vão massacrá-lo. Inclusive o professor de deus do MA. E chamar os membros do judiciário sem doutorado de dr também não é uma excrescência? Lei caduca de d. Pedro I que os adv vivem alegando e justificando. O título de juiz já é muita coisa (apesar de muitos não terem a mínima condição de ostentar e serem).

  7. Um dos poucos, o judiciário se tornou tão corrupto quanto o legislativo. Este juiz mal tem fama de algo, pois certamente é boicotado. Já alguns gostam de se aparecer, e não se importam se for por algo pífio, deteriorando a sociedade.

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