Após uma reunião da bancada na manhã de hoje (10), na Câmara dos Deputados, ficou acertado que a Executiva Nacional do PP decidirá o futuro do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, no partido.
A instância máxima de decisão partidária foi convocada para decidir sobre às 17h desta terça-eira, após requerimentos do deputado Júlio Lopes (PP-RJ). Ele pede suspensão imediata e posterior expulsão de Maranhão do partido.
Caso isso ocorra, o próprio Lopes deve ser indicado pelo PP para ocupar a vaga do maranhense na Mesa Diretora da Câmara. O parlamentar já avisou que Waldir só escapa da expulsão se entregar o cargo de vice-presidente. Ele disse que vai pensar.
“Somente a renúncia dessa posição de vice-presidente da Casa poderia dar a ele uma condição conciliatória no sentido de tentar manter o seu mandato e tentar manter a sua vinculação partidária”, disse Lopes, em entrevista após o encontro da bancada.
Maranhão enfrenta a ira dos progressistas desde que contrariou decisão do partido de votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Para piorar a situação, na manhã de ontem (9) anulou a sessão da Casa que aprovou a abertura do processo, no dia 17 de abril – decisão ignorada pelo Senado e depois revogada por ele próprio (leia mais).
O deputado enfrenta, ainda, uma ação na Corregedoria Legislativa, protocolada também por colegas de partido, e um processo de perda do mandato no Conselho de Ética (veja aqui).
Mesa também pode afastar
Em desgraça no partido, Waldir Maranhão também enfrenta oposição dos colegas da Mesa Diretora da Câmara.
Eles se reúnem também na tarde de hoje para decidir se afastam o vice-presidente e elegem um novo interino.
história do golpe que deu errado
10/05/2016 – 04h25
Ricardo Noblat
Na noite da última quinta-feira, horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de corrupção, seu colega Waldir Maranhão (PP-MA), já no exercício da presidência da Câmara, foi convidado pelo deputado Sílvio Costa (PT do B-PE), vice-líder do governo, para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada.
Ali, até o começo da madrugada, Maranhão, Costa, Dilma e os ministros Ricardo Berzoini (PT-SP), da Secretaria do governo, e José Eduardo Cardoso (PT-SP) da Advocacia Geral da União, conversaram sobre a decisão do STF, a tramitação do processo de impeachment no Senado e o que Maranhão pensava fazer como novo presidente da Câmara. Foi uma conversa amena, de aliados. Afinal, Maranhão votara contra o impeachment.
No dia seguinte, pela manhã, Costa visitou Maranhão no apartamento onde ele mora. De lá foi para a Câmara, convocou os jornalistas e anunciou: Maranhão lhe prometera tocar adiante m um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer, e estudar a possibilidade de anular a votação na Câmara do pedido de impeachment de Dilma. Costa estava eufórico. E comentou:
– Waldir me jurou de pé junto que vai cumprir a Constituição. Se os líderes não enviarem os nomes [para compor a comissão do impeachment de Temer], caberá a nós recorrer ao STF.
A reunião do Alvorada produzira bons resultados. A ponto de na tarde da sexta-feira, deputados ligados a Temer procurarem Maranhão para dizer que o vice-presidente queria falar com ele. Os dois se falaram por telefone quando Temer já estava dentro do jatinho da FAB que o levaria a São Paulo. A ligação não durou mais do que cinco minutos. Temer propôs e Maranhão concordou com um encontro dos dois no domingo à noite, em Brasília.
Naquela mesma tarde, Maranhão visitou Eduardo Cunha na residência oficial do presidente da Câmara, no Lago Sul. No sábado, em jato da FAB, voou para o seu Estado. Mal chegou lá, reuniu-se com o governador Flávio Dino (PC do B), que prometera apoiá-lo como candidato ao Senado em 2018 desde que ele votasse contra o impeachment, como Maranhão o fez. Dino cobrou de Maranhão mais uma ajuda para evitar a queda de Dilma.
Por mais de uma hora, Dino expôs a Maranhão todos os pontos considerados por ele “frágeis” do processo de impeachment. Maranhão ouviu mais do que falou, embora não tenha discordado de nada do que Dino lhe disse. O governador reafirmou o apoio à candidatura dele ao Senado. O encontro terminou com o convite feito por Maranhão para que Dino o acompanhasse na viagem de volta a Brasília, no domingo.
Assim que o jatinho pousou em Brasília, Maranhão e Dino foram jantar no apartamento de Sílvio Costa, onde os aguardava o ministro José Eduardo Cardozo. O grupo comeu e bebeu pelo menos três garrafas de vinho de boa qualidade, e uma de uma cachaça forte à base de mandioca trazida por Maranhão da viagem a São Luís. Em certo momento, já alcoolizado, Maranhão virou-se para Cardozo e disse:
– Chefe, nada posso fazer, mas faço questão de descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado da chefa quando ela for embora.
– Quem disse que você não pode fazer nada? – perguntou Cardozo. E, em seguida, explicou o que ele poderia fazer: anular a sessão da Câmara que aprovara o impeachment. Disse como isso poderia ser feito. E ofereceu-se para redigir o ato que Maranhão assinaria como presidente da Câmara em exercício. Maranhão concordou com a oferta na hora. Alegou que não era jurista e que não poderia contar com a ajuda da equipe de técnicos da Câmara.
O ato que ele assinou lhe foi entregue antes do amanhecer de ontem.
Quanto ao encontro com Temer combinado na sexta-feira: Maranhão faltou. E sequer telefonou para se desculpar. Temer procurou-o em vão. Ele também combinara se encontrar com o ex-senador José Sarney (PMDB-MA), aliado de Temer. Faltou ao encontro. Por volta das 21h30 do domingo, Sarney procurou-o para dizer que era tarde e que iria dormir. Em vão.
Flávio Dino, Dilma Rousseff e Waldir Maranhão (Foto: Divulgação)
Flávio Dino, Dilma Rousseff e Waldir Maranhão (Foto: Divulgação)
Ele foi com muita sede a fonte do poder isso, espero que cause a sua ruína política já chega de pessoas assim no nosso cenário político, mas o que será que o o nosso nobre, combativo e paladino da justiça o governador Flávio Dino vai fazer pra salvar o nobre companheiro Waldir da degola?