Oposição manda

oposicãoEstá em andamento na Assembleia Legislativa do Maranhão uma clara mudança no equilíbrio de forças em plenário após a eleição de Flávio Dino (PCdoB) como governador do Maranhão.

A bancada aliada ao futuro governo é, nominalmente, a menor na Casa. Mas já conta com o apoio de deputados teoricamente governistas, que já flertam com os comunistas de olho em melhor posicionamento a partir de 2015.

O resultado é que, somando-se os dois grupos – a oposição de fato, com os “infiéis”(entenda aqui) -, a bancada oposicionista já atua como governo, como maioria, e determina o que deve ser votado e o que não deve.

E antecipa em pelo menos três meses o poder que teria apenas em fevereiro do ano que vem.

Tatá Milhomem critica “deputados infiéis”

tatamilhomemO deputado Tatá Milhomem (PSD) disparou contra os aliados da base governista, na manhã de hoje (18), depois de mais uma tentativa frustrada de limpar a pauta de votações da Assembleia e aprovar projetos de interesse do Governo e da Presidência da Casa.

Segundo o deputado do PSD, ficou acertado em reunião na noite de ontem (17) que os parlamentares alinhados ao Palácio dos Leões compareceriam para dar quórumo para as deliberações. Até o deputado Carlos Filho (PV) apareceu.

Mas, ainda de acordo com Milhomem, muitos dos que assumiram o compromisso com o presidente da AL, deputado Arnaldo Melo (PMDB), faltaram à sessão. Isso, aliado à manobra da oposição de não votar projetos por eles considerados “prejudiciais” ao futuro governo, impediu mais uma vez a apreciação dos 53 pontos da pauta.

“A oposição está agindo dentro daquilo que o parlamento permite que é a obstrução. Nós da base governista não estamos sendo obstruídos pela oposição, nós estamos sendo obstruídos por deputados infiéis que se comprometeram, até ontem sete horas da noite, com o deputado Arnaldo Melo de vir aqui votar e não compareceram. Então, para a oposição, dez. Já para os infiéis, zero”, disse.

CCJ aprova projeto que garante posse de Arnaldo como governador sem eleição

De O Estado

roseana_arnaldoO Projeto de Lei 208/2014 de autoria do deputado Alexandre Almeida (PTN) e que dispõe sobre a eleição indireta na Assembleia  Legislativa para governador e vice-governador do Estado em caso de vacância, foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

A comissão havia iniciado a apreciação do projeto na terça-feira, quando a deputada estadual Cleide Coutinho (PSB) pediu vistas. O pedido se deu apenas como um artifício utilizado pela parlamentar para adiar a apreciação em plenário.

Isso porque, naquela ocasião, quatro membros do colegiado já haviam votado pela aprovação da proposta. Como a CCJ possui sete membros efetivos, não havia mais qualquer possibilidade de o voto de Cleide alterar o resultado.

Votaram pela aprovação do projeto, os deputados Alexandre Almeida,  Manoel Ribeiro (PTB), Edilázio Júnior (PV) e Rigo Teles (PV). Votaram contrários a deputada Cleide Coutinho e Francisca Primo (PT).

 Polêmica

O Projeto de Lei de Alexandre Almeida afasta a possibilidade de eleição indireta para governador e vice no Legislativo, para casos de vacância do Executivo quando faltar menos de 30 dias para o término do mandato.

Em relação ao caso, segundo Almeida, a Constituição do Estado é omissa. Por isso a elaboração da proposta, classificada pela oposição de inconstitucional. “Não há inconstitucionalidade alguma no projeto. A própria Constituição é omissa e não trata de eleição indireta para casos de vacância com menos de 30 dias para o fim de mandato eletivo. Deste modo, o que estamos fazendo é legislar para preencher esse vazio. O projeto é totalmente legal”, disse.

A polêmica na Assembleia entre deputados governistas e de oposição diz respeito à possibilidade real de a governadora Roseana Sarney (PMDB) renunciar seu mandato e o deputado Arnaldo Melo (PMDB), presidente do Legislativo, assumir em seu lugar. Melo já garantiu que há um acordo com a peemedebista para que ele assuma o comando do Executivo a partir do dia 5 de dezembro. Roseana renunciará o seu mandato nesta data.

Para esta situação, caso o projeto de Almeida já tenha sido apreciado e aprovado no plenário da Assembleia, Arnaldo Melo passa a assumir em definitivo o Governo do Estado até o dia 31 de dezembro deste ano.

O líder da oposição na Casa,  deputado Rubens Júnior (PCdoB), no entanto, já assegurou que caso o projeto seja aprovado, a bancada oposicionista recorrerá à Justiça Estadual com uma Ação  Direta de Inconstitucionalidade (Adim). Para o comunista, a proposta de Almeida vai de encontro à Constituição do Estado e não dispõe de segurança jurídica.

Ainda a “aposentadoria” de Arnaldo Melo

Arnaldo Melo garante edital depois do carnavalO blog trouxe à discussão, ontem (12), a possibilidade de o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), ter direito a aposentadoria caso venha a assumir o cargo de governador por 25 dias (reveja).

Para que isso ocorresse, diz-se no texto, seria necessário apenas a aprovação de um projeto de lei do deputado Alexandre Almeida (PTN) que garante a Melo a sucessão definitiva de Roseana Sarney (PMDB) sem necessidade de eleição – isso se ela renunciar como anuncia nos bastidores que fará.

O “direito” à aposentadoria está expresso no artigo 45 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado do Maranhão.

Ocorre que esse dispositivo já foi revogado pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Maranhão – e o mesmo entendimento tem sido adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No Maranhão, a ação que culminou com a não recepção do dispositivo é do advogado Márcio Endles, representando na ocasião os interesses da então deputada estadual Helena Heluy (PT) contra a concessão de aposentadoria ao ex-governador José Reinaldo.

Alegou o advogado, em suma, que a norma que instituía o direito ao benefício para ex-presidentes da República constava da Constituição de 1967 e que, portanto, poderia ser repetida nas constituições estaduais. Mas a Constituição de 1988 extinguiu essa regra.

“Portanto, seguindo a linha decisória do STF, onde as Constituições Estaduais devem possuir simetria com a Constituição Federal, e não dispondo esta do assunto em questão, tenho que não há que se falar em inconstitucionalidade, mas sim em não recepção do art. 45 do ADCT da Constituição do Estado do Maranhão, ante a inexistência de parâmetro constitucional na ordem jurídica vigente a partir de 5 de outubro de 1988. Por conseqüência, nulo é o ato de concessão da pensão vitalícia ao ora apelado”, votou o relator da matéria, desembargador Antônio Guerreiro Júnior.

No STF, ao analisar caso parecido com o maranhense, mas oriundo do estado do Amapá, a decisão foi parecida.

“Normas estaduais que instituíram subsídio mensal e vitalício a título de representação para Governador de Estado e Prefeito Municipal, após cessada a investidura no respectivo cargo, apenas foram acolhidas pelo Judiciário quando vigente a norma-padrão no âmbito federal”, acordou o STF.

Sendo assim, o deputado Arnaldo Melo pode até não renunciar ao “direito” à aposentadoria caso venha a assumir como governador. Mas o benefício seria, com base nessas decisões, facilmente revogado.

Criação de 3 mil vagas de professor pode ocorrer em uma semana, diz deputado

vagasO deputado estadual Roberto Costa (PMDB), presidente da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia informou ontem (12) que o projeto de lei que cria 3 mil vagas de professor do Estado pode ser votado na Casa em até uma semana.

Depende da aprovação pelo Legislativo a oficialização da criação das vagas e posterior realização de concurso público para a área. A urgência na tramitação será pedida pelo peemedebista.

“Já acordei com os colegas deputados que pedirei urgência na tramitação desse projeto por tratar-se de uma demanda importante do Governo do Estado e que tem impacto imediato na qualidade da educação no Maranhão”, ressaltou.

Segundo ele, assim que for aprovado o pedido de urgência, o trâmite da proposta fica mais curto e a votação em plenário pode ocorrer em até uma semana. “Acredito que, aprovada a urgência, em uma semana teremos o projeto pronto para a apreciação pelos deputados em plenário”, opinou.

Arnaldo Melo, Governo do Estado e aposentadoria

arnaldoO presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), fez nesta semana um pequeno discurso para rebater as críticas de oposicionistas segundo as quais ele estaria articulando sua posse como governador – em caso de renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB) -, com o objetivo de garantir uma aposentadoria.

Argumentou o peemedebista que a tese da oposição não faz sentido porque, mesmo que ele assumisse o Executivo estadual definitivamente, por 25 dias, ainda não teria direito ao benefício, garantido, segundo Arnaldo, apenas para quem exerce o cargo por pelo menos seis meses.

Ocorre que o presidente da Casa baseia-se em texto antigo da Constituição para embasar seu discurso.

O texto atual, portanto válido, é claro sobre o assunto.

constituiçãoDiz o artigo 45 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: “Cessada a investidura no cargo de governador do Estado, o ex-governador que tenha exercido o cargo em caráter permanente fará jus, a título de representação e desde que não tenha sofrido suspensão dos direitos políticos, a um subsídio mensal e vitalício igual aos vencimentos do cargo de desembargador” (grifos meus).

Como se vê, o texto não faz mais qualquer menção ao tempo em que o governador esteve no cargo. Basta assumir “em caráter permanente” para fazer jus ao benefício.

Portanto, se aprovado o projeto de lei de autoria do deputado Alexandre Almeida (PTN), que prevê a possibilidade de o presidente da Assembleia assumir o cargo de governador definitivamente, sem a necessidade de eleição, Arnaldo Melo terá, sim, direito a uma aposentadoria assim que deixar o Palácio dos Leões.

Agora, se quer mesmo provar que estão apenas “queimando” sua imagem indevidamente com essa história de aposentadoria, o presidente da Casa tem o dever de renunciar a esse direito.

Arnaldo Melo diz que já “acertou” posse com Roseana

roseana_arnaldoO presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), confirmou, ainda na noite de ontem (10), que já tem um acerto com a governadora Roseana Sarney (PMDB) para assumir o Governo do Estado a partir do dia 5 de dezembro.

Depois de admitir, em discurso na casa, apenas uma “pretensão” da peemedebista de deixar o Palácio dos Leões nessa data (reveja), ele confirmou a O Estado que já articulou detalhes da sucessão, exatamente como antecipado pelo blog (veja).

“Conversei com ela [Roseana Sarney] no sábado sobre o assunto. Ela me comunicou que deixará o cargo no dia 5 de dezembro, então eu assumirei o Governo do Estado. É uma questão que está sim acertada”, disse.

Família Coutinho preocupada com movimentação na AL

coutinhoUm discurso da deputada Cleide Coutinho (PSB) – esposa do virtual futuro presidente da Assembleia, Humberto Coutinho (PDT) – revelou hoje (10) que a família anda preocupada com a movimentação da base governista visando à eleição de um novo presidente da Assembleia ainda neste ano, com condições de criar alguma dificuldade para a eleição do pedetista em fevereiro deste ano.

Da tribuna, Cleide criticou as articulações dos adversários e insinuou que o atual presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB) está “torcendo” para que a governadora Roseana Sarney (PMDB) saia do governo – na verdade a peemedebista já confirmou a Melo que sai no dia 5 de dezembro (reveja).

O discurso da esposa de Humberto – e as intervenções de Marcelo Tavares (PSB) – confirmam que, se não têm força para ganhar a eleição pela presidência da Casa no ano que vem, os ainda governistas pelo menos criarão algum embaraço aos futuros governistas.

Reação

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo reagiu, ainda durante a sessão, à manifestação pública de Cleide Coutinho.

Melo garantiu que, caso haja renúncia da governadora, ele apenas pedirá licença do cargo de presidente e que não terá direito à aposentadoria de governador.

“Eu sou deputado há 24 anos e jamais torci para que um governador saia do governo para que eu preencha a vaga. Nunca tive a vocação de usurpador nos cargos e mandatos dos outros. Até na disputa eleitoral, quando muito se usa a disputa do voto a voto nos municípios, sou incapaz de procurar a liderança de um companheiro deputado para tentar convencer essa liderança a votar em mim. Não que eu queira ser professor de ética e esteja acima de qualquer coisa, mas é porque eu sempre procurei tratar dessa forma”, assegurou.

Arnaldo Melo informou que a própria governadora está querendo deixar o cargo antes, para tratamento de saúde. “Agora, a decisão da governadora Roseana Sarney de se afastar, que já falou isso comigo há meses antes até da eleição, que ela precisava sair e agora me comunicou que pretende realmente deixar o governo no dia 5 de dezembro por questões pessoais, inclusive, e até para tratamento de saúde”, revelou.

Aposentadoria

Arnaldo Melo esclareceu também que caso venha a assumir, não terá direito a aposentaria como governador, porque não existe mais esse tipo de benefício para quem exerce o cargo por menos de seis meses. “Estão queimando a minha imagem como se eu estivesse pedindo ao governo, armando aqui para nós elegermos um deputado como presidente”, disse.

Outra informação prestada por ele foi como será a sucessão na Assembleia. “Eu estando no governo, na investidura do cargo o deputado Max Barros, que será o meu substituto, dará a posse ao governador eleito, mas no dia 1º como governador eu estarei aqui normalmente. Por que isso? Porque a Constituição diz que terá eleição indireta no trigésimo dia e eu entrando no dia 5, no dia 1º ainda estaremos com vinte e cinco, vinte e seis dias”, afirmou.

Mas isso apenas se não for aprovado o projeto de lei de autoria do deputado Alexandre Almeida (PTN) que garante a posse definitiva de Arnaldo, sem eleição (entenda aqui).

Para oposição, novo projeto sobre eleição indireta é prova de que Arnaldo não tem maioria

Deputados de oposição na Assembleia Legislativa contestaram ontem (7) post do blog dando conta de que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), é o favorito numa possível eleição indireta para o Governo do Estado (reveja).

Segundo dois parlamentares ligados a Flávio Dino (PCdoB), a prova de que o peemedebista não possui mais maioria na Casa é a mudança de estratégia relatada mais cedo.

Em vez de lutar pela aprovação de uma PEC que garante eleição em 10 dias (leia mais), o grupo de Melo agora aposta na aprovação de um projeto de lei (reveja) que lhe permite assumir o cargo de governador, em definitivo, caso a governadora Roseana Sarney (PMDB) renuncie ao mandato faltando menos de 30 dias para o fim do mandato.

“Se ele tivesse confiança de que vence a eleição, não apostaria nessa manobra, que, além de tudo, claramente inconstitucional”, declarou um dos deputados.

Projeto de lei prevê posse de Arnaldo Melo como governador sem eleição

projetoO deputado estadual Alexandre Almeida (PTN) apresentou nesta semana um projeto de lei que dispõe sobre a eleição indireta, pela Assembleia Legislativa, para governador e vice-governador.

A proposição é uma alternativa à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do deputado Tatá Milhomem (PSD), sobre o mesmo tema (releia), mas acrescenta a possibilidade de o presidente da Assembleia assumir o cargo de governador sem a necessidade de eleição.

A PEC ainda aguarda parecer do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o próprio Alexandre Almeida, mas deve enfrentar problemas para ser votada em plenário, já que necessita de quórum qualificado para apreciação e a oposição manobra para evitar a votação.

Nesse caso, a alternativa seria o novo projeto de lei, que depende apenas de maioria simples para se aprovado, teria tramitação menos complexa e maiores chances de aprovação.

A diferença entre as duas matérias é que o novo projeto prevê a possibilidade de o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), assumir o Governo do Estado, em definitivo, em caso de renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Diz o texto protocolado na Mesa Diretora da Casa que durante a vacância dos cargos de governador e vice- Governador, “serão sucessivamente chamados ao exercício do Poder Executivo o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça”.

“Parágrafo único. Não se fará eleição indireta se a última vaga ocorrer a menos de trinta dias do fim do mandato governamental, hipótese em que ocorrerá sucessão imediata, na ordem prevista no art. 60 da Constituição Estadual”, completa.