A procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Regina Rocha, passou mal hoje pela manhã (22), após um áspero bate-boca com o procurador Raimundo Nonato de Carvalho, durante uma reunião do Conselho Superior do Ministério Público.
Os dois começaram a discutir quando a suspensão do concurso para promotor substituto entrou na pauta.
O ex-procurador-geral defendia que uma comissão composta por membros do Ministério Público de outro estado deve ser formada para conduzir o certame, com acompanhamento do MP do Maranhão – o que é praticamente aquilo que já acontece, uma vez que o Ministério Público do Paraná, por meio de um termo de cooperação com o MP local, já assumiu diversas responsabilidades.
Regina Rocha aproveitava a oportunidade para explicar que o MP promoveu as alterações atacadas em ação protocolada no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e que culminaram com sua suspensão (reveja).
Foi quando se iniciou o bate-boca. Quem estava presente garante que em dado momento Regina Rocha chegou a anunciar a renúncia ao cargo. Por telefone, a diretora da Secretaria para Assuntos Institucionais do MP, Fabíola Fernandes Ferreira, garantiu que a procuradora-geral permanece no cargo.
“Houve uma discussão ríspida, mas em nenhum momento a procuradora entregou o cargo”, afirmou.
Também por telefone, Raimundo Nonato tratou de por panos quentes no assunto, mas posicionou-se sobre o concurso. “Foi uma discussão normal de um debate”, disse.
Ele apresentou seus argumentos sobre o tema. “Há uma resolução que trata do impedimento de alguns companheiros. Companheiros que exercem alguns cargos nos estados não podem integra a comissão de concurso. Nós continuamos defendendo que esse concurso, em nome da transparência, tem que ser feito por outro Ministério Público, com uma comissão daqui administrando. Por uma questão de transparência”, declarou.
Suspensão
O concurso para promotor substituto do MPMA foi suspenso por decisão liminar do conselheiro Leonardo Farias. Ele acatou os argumento de ação apresentada por um candidato que alegava que a banca teria sido formada por membros cuja participação é proibida pela Resolução CNMP nº 14/06 – que impede a comissão de concurso de ser composta “por membro titular, sócio, dirigente, empregado ou professor de instituição que ofereça curso preparatório para concurso de ingresso no MP”.
Além disso, o conselheiro apontou que o princípio da publicidade foi contrariado, já que o nome do representante da Ordem dos Advogados do Brasil na comissão de concurso não foi publicado. A previsão está no art. 129, § 3 , da Constituição Federal, e o art. 5º do regulamento do concurso. As provas do concurso estavam previstas para ter início no próximo domingo, 20/10.
Em nota, o MPMA informou que os três já foram substituídos e que as mudanças foram comunicadas ao MPMA. “Com a mudança da composição dos membros da Comissão do Ministério Público do Paraná, o Ministério Público do Maranhão, pela via legal, solicitou ao Conselho Nacional do Ministério Público o seguimento do certame em andamento”, diz o comunicado.
Resta aguardar nova decisão.