Em cinco anos, nada menos de 55 empreendimentos entraram em operação no Maranhão com o aporte de R$ 59,3 bilhões em investimentos privados e a geração de mais de 100 mil empregos diretos. A previsão é de que até 2018 os investimentos atinjam R$ 130 bilhões – R$ 114 bilhões apenas da iniciativa privada – com a implantação de mais 50 projetos. A maior parte foi atraído pelo Programa de Incentivo às Atividades Industriais do Maranhão (ProMaranhão), criado em 2010, para potencializar os atrativos do Estado por meio do fortalecimento da política de incentivo à instalação tanto de grandes empreendimentos como de micro e pequenas empresas.
A lista inclui o Complexo Termelétrico de Parnaíba, no município de Santo Antônio dos Lopes, na bacia do Rio Parnaíba, as unidades da Suzano Papel e Celulose, da Akso Nobel e da Air Liquide, em Imperatriz, e a Termelétrica Itaqui, do grupo Eneva, em São Luís.
O reflexo aparece nas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Produto Interno Bruto do Maranhão saltou de R$ 39,855 bilhões, em 2009, para R$ 52,187 bilhões, em 2011. Em termos reais, houve um acréscimo de R$ 12,332 bilhões. O PIB per capita passou de R$ 6.259,43 para R$ 7.852,71. A indústria foi o setor que mais ganhou participação no PIB estadual. Passou de 15,4%, em 2009, para 17,5 %, em 2011. O crescimento do PIB foi de 8,75%, em 2010, e chegou a 10,3%, em 2011.
A previsão do Instituo Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), que estimou um aumento do PIB maranhense de 6%, em 2012, e de 6,5%, no ano passado, é de que o crescimento seja de mais 5,5% este ano, atingindo R$ 67,453 bilhões. “Historicamente, o Nordeste tem crescido mais nos últimos anos que o Brasil, e o Maranhão tem crescido mais que o Nordeste”, diz o secretário de desenvolvimento, indústria e comércio do Maranhão, Maurício Macedo.
O crescimento da economia maranhense deve muito também ao agronegócio. A produção de grãos do Estado saiu de 2 milhões de toneladas, em 2010, e deve chegar a 4,3 milhões de toneladas, em 2014. Novas fronteiras agrícolas estão sendo abertas na região do Cerrado. O polo do Leste já produz 500 mil toneladas de grãos. O Maranhão, que tem boa cobertura de recursos hídricos, também pode se beneficiar do desenvolvimento da irrigação, ainda incipiente no Estado. O rebanho bovino, que é o segundo do Nordeste, atrás apenas da Bahia, agora está livre da febre aftosa e a expectativa é de retomada das exportações. A indústria do reflorestamento ganhou um novo impulso com a inauguração, no ano passado, de uma unidade produtiva da Suzano, com capacidade para 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano.
Outra característica do processo de desenvolvimento do Maranhão é a diversificação da economia. A descoberta de gás on shore, há três anos, na região central do Estado criou perspectivas de novos negócios não só na área de geração de energia, mas também de produção de gás veicular e de fertilizantes e de implantação de indústrias petroquímicas. A Eneva tem projeto de investimento de R$ 6 bilhões no Complexo Parnaíba de uma termelétrica com capacidade de geração de 3,722 MW utilizando como combustível o gás natural que já está na primeira fase e em parceria com a Petra Energia e OGPar desenvolve a exploração de gás na bacia terrestre do Parnaíba com investimento de R$ 700 milhões. O Estado tem um enorme potencial para gerar energia limpa a partir de biomassa, hidráulica e eólica.
O Porto de Itaqui, em São Luís, desenvolveu projetos de qualificação e eficiência para atender o desempenho da economia maranhense. Cerca de 17 milhões de toneladas de cargas deverão ser movimentadas este ano. A movimentação de contêineres deverá duplicar, alcançando os 20 mil TEUS. Nos últimos três anos, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), em parceria com a iniciativa privada, investiu cerca de R$ 1,2 bilhão na construção do acesso ferroviário do Terminal de Grãos do Maranhão, na construção de dois novos berços e reformas em outros dois. “Estamos também fazendo a identificação dos gargalos de infraestrutura – da rede elétrica, telecomunicações e gasoduto. É um trabalho de planejamento para os mais de cinco anos”, diz Maurício Macedo.
(As informações são do Valor Econômico)