Governo do Estado nomeou hoje 68 novos delegados, mas candidatas alegam haver sido preteridas, mesmo com decisão judicial a seu favor
Duas candidatas aprovadas em 2001 no concurso para delegado da Polícia Civil penam até hoje pela nomeação, numa “guerra” contra o estado que já ganhou as barras da Justiça.
Isabella Batalha e a outra candidata passaram na primeira fase do concurso, mas alegam não haver sido chamadas paras as fases posteriores do certame – candidatos aprovados em posições abaixo delas duas foram chamados.
Elas entraram com ações na Justiça e ganharam o direito de realizar as demais fases. Mas ainda tiveram problemas.
“Fizemos essas fases a duras penas! Mais de ano pra sermos chamadas pra cada fase! Teste psicotécnico! Teste físico entre outros! Quando chegou na última fase, que era a academia de polícia, ficamos paradas. O Estado alegou que não tinha verba pra fazer uma academia pra três pessoas! Aí descobrimos que tinha mais um candidato nessa mesma situação, só que o concurso dele era de 1998. Demos a opção de fazer em outro estado e eles falaram que até poderiam liberar a gente, mas que não pagavam a bolsa. Aí abriram o edital pra esse concurso mais recente. Depois de muita briga na Segep, conseguimos ser chamadas junto com esses candidatos agora do concurso de 2012″, explicou Isabella Batalha em contato com o blog.
Mesmo depois de chamadas para a academia, as candidatas ainda enfrentaram outra adversidade, desta vez com o pagamento de bolsas.
“Pelo nosso edital, teríamos direito a 50% do salário, mas não pagaram os 50% e sim 30%, como se fossemos candidatas desse concurso atual. Quando fomos questionar com a Segep, na pessoa da Amanda Guará, responsável por essa setor de concurso, ela falou que era melhor a gente ficar na nossa porque eles iriam calcular os 50% de acordo com o salário de 2001 e a gente ainda ia ficar devendo dinheiro pro estado! Acabamos aceitando até porque essa luta vem desde 2001!”, completou.
A candidata também critica a postura do ex-secretário de Gestão e Previdência, Fábio Gondim, e do atual, Marcos Jacintho.
“Falamos várias vezes com Fábio Gondim e ele nunca resolvia nada!!! Sempre dizendo que desconhecia a nossa situação. E já tínhamos nos reunido com ele várias vezes”, disse.
Deixado de lado o problema da bolsa, Isabella Batalha e Cláudia Maciel foram então surpreendidas com a notícia de que mesmo aprovadas na academia, acabaram não sendo chamadas para a nomeação que ocorreu hoje (7) – a governadora Roseana Sarney (PMDB) nomeou, em solenidade no Palácio dos Leões, nada menos que 68 novos delegados.
“Passei na academia com 9,83 e na colocação 34. Agora vem a notícia que os candidatos vão ser nomeados e a gente não. A desculpa é que desde o dia que a academia de polícia acabou (28/3/2014) eles estão tentando passar um email com a nossa documentação pra FCC [Fundação Carlos Chagas] com o nosso resultado pra saber a nossa classificação e até agora não conseguiram. Um dia estão sem internet! Outro dia o arquivo é muito grande e tem que fragmentar pra mandar!!! Essa Amanda chega a debochar da nossa cara!!! Já chegou até a insultar a outra candidata!! Deixa a gente falando sozinha vira a costa pra gente”, denunciou.
Pior: as duas candidatas estão desempregadas porque precisaram pedir demissão para entrar na academia.
“Para entrar na academia a gente tem que pedir demissão do nosso emprego! Trabalhava na Procuradoria e tive que pedir exoneração pra fazer esse curso de 3 meses!!! Como não era concursada não podia pedir licença! To desesperada agora sem saber o que fazer!!! O novo secretário [Marcos Jacintho] não pode nunca atender a gente!!! E agora a confirmação: saiu as nomeações e não entramos na lista!!! Não sei mais a quem recorrer pra resolver essa situação”, relatou.