O prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves (PSB), “elegeu” no fim de semana, o secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), como “o melhor prefeito da história do Maranhão”. A referência foi feita no sábado, dia 5, durante solenidade de assinatura da ordem de serviço para pavimentação de ruas e avenidas de Santa Inês, numa parceria entre Governo do Estado e Prefeitura que deve render R$ 2 milhões em obras ao município.

Em seu discurso, Alves lembrou a passagem do peemedebista pela Prefeitura de São José de Ribamar, entre 2005 e 2010, e destacou o conhecimento administrativo do então prefeito e hoje principal auxiliar da governadora Roseana Sarney (PMDB).

“Ele foi sem sombra de dúvidas, até hoje, o melhor prefeito da história do Maranhão. É um ótimo secretário. Tem bagagem. É jovem, tem desprendimento e tem vontade de fazer. Faz porque conhece. Faz porque sabe”, resumiu.

O prefeito frisou, também, o empenho pessoal de Luis Fernando pela concretização da parceria em Santa Inês. Segundo ele, nunca houve “má-vontade” do Executivo Estadual, mas a atuação do secretário de Infraestrutura adiantou o processo. “A bondade de Luis Fernando suplanta qualquer obstáculo”, pontuou.

Ribamar Alves não é o primeiro membro da oposição a elogiar a administração de Luís Fernando Silva (PMDB) à frente da Prefeitura de São José de Ribamar. O presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), provável adversário do peemedebista na disputa pelo Governo do Estado em 2014, também já destacou sua passagem como prefeito. “São José de Ribamar já melhorou muito com Luis Fernando”, disse, em agosto de 2009, após uma visita à cidade junto com o ex-prefeito de Caxias e seu patrono político, Humberto Coutinho (PDT).

O secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), lembrou o que chamou de “perseguição” dos ex-governadores José Reinaldo (PSB) e Jackson Lago (PDT) à sua gestão como prefeito de São José de Ribamar, entre 2005 e 2010, durante assinatura da ordem de serviço para pavimentação de ruas e avenidas de Santa Inês, numa parceria entre Governo do Estado e Prefeitura que deve render R$ 2 milhões em obras ao município.

Ao discursar após ato solene, o peemedebista ressaltou que, em 2005, depois de ter assumido a Prefeitura da cidade balneária, por não ser do partido de nenhum dos dois governadores da época – José Reinaldo entre 2005 e 2006 e Jackson Lago entre 2007 e 2009 -, foi “discriminado do mapa político”.

Durante os seis anos de mandato, o então prefeito de Ribamar administrou basicamente com recursos de transferências federais e de emendas parlamentares. “Santa Inês tem mais sorte do que Ribamar, onde eu fui prefeito por dois mandatos. Eu fui eleito em 2004 e assumi em 2005. E como eu não era do partido político do governador da época e não fui do partido político do que sucedeu este que estava em 2004, São José de Ribamar foi discriminada do mapa político do estado do Maranhão”, frisou.

De acordo com o secretário, ele passou os quatro anos do meu primeiro mandato e um ano do segundo sem ver “a cor do dinheiro do Estado”. “Foi assim que fizeram comigo”, relatou. Apesar disso, completou, a prática não é a mesma no atual governo.

“Ribamar Alves pertence a um partido político que não faz parte do nosso grupo, mas a cidade de Santa Inês está prestigiada com as ações do governo. O nosso grupo político fez e faz diferente do que o grupo a que o Ribamar Alves pertence fez comigo. Mas o Ribamar não responde pelo grupo. O grupo tem a orientação e ele o amor pela cidade e a vontade de trabalhar por Santa Inês”, disse.

Embora tenha enfrentado dificuldades financeiras, Luis Fernando destacou que construiu em sua gestão as duas primeiras escolas de ensino em tempo integral do Maranhão, com recursos próprios do Município.

“O Maranhão só tem duas escolas públicas em tempo integral, lá em São José de Ribamar, construídas com dinheiro do Município. E o Ministério da Educação disse que são as duas melhores escolas do Maranhão”,

Mudança

Para o auxiliar da governadora Roseana Sarney (PMDB), as novas práticas política e as parcerias entre Governo do Estado e prefeituras mesmo nos municípios administrados por adversários políticos do Palácio dos Leões são a “verdadeira mudança”.

Ele acrescentou que os aliados de quem já passou pelo Executivo estadual e “não mudaram” devem temer o debate sobre mudança. “Quem tem que ter medo de falar de mudança é quem passou pelo governo e não mudou. Eu não tenho medo de falar de mudança, porque a mudança que eu fiz eu mostro. Não é a mudança de promessa. Nem de proposta. É a do que já fez. É a do caminho que se pode trilhar”, afirmou.

Enquanto deputados de todos os matizes se debatem num troca-troca frenético de partidos e o principal pré-candidato da oposição ao Governo do Estado vive de reafirmar o projeto para 2014, Luis Fernando (PMDB) trabalha.

Seguro de que tem o apoio necessário no PMDB para lançar-se candidato no ano que vem, o principal auxiliar da governadora Roseana Sarney (PMDB) segue visitando o interior do estado levando a presença física do Governo do Estado através de obras e ações.

E, com isso, inevitavelmente angaria apoio político.

Pode não ser o caso, por exemplo, de Santa Inês, cujo prefeito, Ribamar Alves (PSB), garante que marchará unido com a oposição. Mas gestos como os de Luis Fernando no último fim de semana – quando foi assinada a ordem de serviço para pavimentação de ruas e avenidas do município, resultado da parceria entre o Governo do Estado e da Prefeitura de Santa Inês – cada vez mais lhe abrem espaços mesmo em nichos historicamente oposicionistas.

E por que razão?

Porque parcerias como a efetivada entre Governo e Prefeitura de Santa Inês – como as já firmadas em Timon e Caxias, por exemplo – visam ao benefício da população. E só. Luis Fernando sabe que os prefeitos destas cidades votarão com a oposição. E que não é um convênio, ou uma obra, que os fará mudar de lado.

Mesmo assim, não se nega a ajudar. Como nunca se negou, por exemplo, a ajudar São Luís, apesar de menos bem recepcionado que no interior.

O resultado não poderia ser outro: reconhecimento mesmo de adversários políticos. O que, sem dúvidas, gerará dividendos futuros, mesmo que esse não seja o objetivo agora.