Antiescravistas criticam nomeação de Camilo Figueiredo na Casa Civil

Do blog do Sakamoto

camilo-221109Camilo Figueiredo, ex-deputado estadual e sócio em uma empresa agropecuária flagrada com trabalho análogo ao de escravo, foi nomeado assessor especial da Casa Civil do governo do Estado do Maranhão.

O governador Flávio Dino (PC do B) assinou durante a campanha eleitoral a Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo, iniciativa da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho escravo (Conatrae). Um dos compromissos assegura que será “prontamente exonerada qualquer pessoa que ocupe cargo público de confiança sob minha responsabilidade que vier a se beneficiar desse tipo de mão de obra”. Dino foi um dos mais atuantes membros da Conatrae, quando atuava como juiz federal.

Em março de 2012, sete trabalhadores foram resgatados de situação análoga à de escravo na fazenda Bonfim, em Codó (MA), em ação conjunta da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão, do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal. A propriedade pertencia à Líder Agropecuária, que tinha como sócios, além de Camilo, outras pessoas de sua família.

A Líder Agropecuária foi inserida no cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à de escravo, conhecido como a “lista suja”, e estaria lá até agora se o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, não tivesse atendido a um pedido da associação das incorporadoras imobiliárias e, durante o recesso de final de ano, suspendido a “lista suja” por liminar (leia mais sobre essa polêmica, clicando aqui).

Na época do resgate, o então deputado pelo PSD informou à Repórter Brasil que desconhecia as denúncias e que a fazenda era administrada por seu pai, Biné Figueiredo, ex-prefeito de Codó. Camilo se disse surpreso ao ser informado pela reportagem sobre a libertação: “Isso de trabalho escravo é novidade para mim. Até agora não tomei conhecimento desta situação, vou entrar em contato agora para saber o que houve”. A empresa Líder Agropecuária constava na declaração de bens de Camilo.

Biné, por sua vez, negou que fosse o administrador, alegando que não havia trabalhadores na propriedade, “apenas moradores”.

De acordo com o que informou a equipe de fiscalização à Repórter Brasil, a água consumida no local era a mesma que a utilizada pelos animais da fazenda. Retirada de uma lagoa suja, com girinos, ela era acondicionada em pequenos potes de barro e consumida sem qualquer tratamento ou filtragem. Os empregados tomavam banho nesta lagoa, e, como não havia instalações sanitárias, utilizavam o mato como banheiro.

Zé Reinaldo fixa-se em Brasília, mas assessores da Secretaria das Minas e Energia são seus

ze_reinaldoO deputado federal e ex-governador José Reinado Tavares (PSB) parece mesmo decidido a não mais assumir o cargo do secretário de Estado das Minas e Energia.

Prova disso é que ele está finalizando o processo de ocupação do apartamento funcional a que tem direito em Brasília, por conta do exercício do mandato parlamentar.

Apesar disso, seguem nomeados na pasta que deveria ser a dele no Governo do Estado vários daqueles que seriam seus assessores se ele decidisse assumir o posto que lhe fora confiado.

Permanece nomeado na secretaria, por exemplo, Aziz Tajra Neto, homem da estrita confiança do socialista, que foi chefe da Casa Civil quando ele fora governador.

O governador Flávio Dino (PCdoB) parece ainda acreditar numa mudança de planos, por enquanto, vai mantendo esse e pelo menos outros 18 indicados de José Reinaldo no governo.

Resta saber até quando.

Depois de criticar “imoralidade”, dinistas agora integram “Conselhão” e recebem R$ 5,8 mil por reunião

De O Estado

congepPraticamente um ano depois de condenar a reativação, pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), do Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas do Governo (Congep), membros do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) hoje fazem parte do chamado “Conselhão” e agora apoiam a existência do colegiado, que paga a seus integrantes R$ 5.850,00 de jeton por reunião.

Em 2015, já ocorreram dois encontros, o mais recente deles na quinta-feira da semana passada, 26, com a presença do governador e do vice, Carlos Brandão (PSDB), e da maioria do secretariado.

As regras que regem as reuniões e o pagamento dos jetons são praticamente as mesmas da gestão passada, com pequenas alterações promovidas pelo novo governador, por Medida Provisória editada no dia 23 de janeiro.

“Em termos de quantidade é exatamente o mesmo número que ela [ex-governadora Roseana Sarney] deixou, sem aquele trem da alegria. No final, depois ela reduziu. Ela acabou, depois retornou, com uma estrutura bem enxuta. Ficou essa, nós não modificamos a quantidade de pessoas, e nem o jeton foi modificado”, garantiu o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB).

Além do socialista, outros dois dos mais árduos críticos da existência do Conselho estão entre seus membros: o deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), atual secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; e Márcio Jerry, secretário de Estado da Articulação Política e Assuntos Federativos.

Junto com o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB), o trio comandou a linha de frente de ataques à ex-governadora pela recriação do Congep. O comunista não integra o órgão.

teoriaCruzada

A cruzada dos então oposicionistas contra ao “Conselhão” começou em 2013. Oficialmente criado em 2004, no governo José Reinaldo (PSB) – sob a denominação de Conselho de Gestão Estratégica das Macropolíticas de Governo – o órgão colegiado virou Congep em 2007, no primeiro ano da gestão Jackson Lago.

Em 2013, a oposição reclamou do seu tamanho – contava, então, com mais de 200 membros – e chegou a solicitar à Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) o ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para acabar com ele.

“Queremos propor inclusive a extinção do Conselhão”, defendeu Bira do Pindaré, em julho daquele ano, na tribuna da Assembleia Legislativa.

Rubens Júnior classificou de “imoralidade” a existência do colegiado. “Nós, deputados de oposição, demos entrada numa representação para a OAB ajuizar uma Adin contra a imoralidade do ‘Conselhão'”, defendeu Rubens Júnior (PC do B) naquela ocasião.

O valor do jeton e o fato de haver apenas uma reunião por mês para recebimento de R$ 5.850,00 foi alvo de dura reprimenda por parte de Marcelo Tavares.

Para ele, “a voz das ruas” não aceitava que se pagasse valor tão alto pela participação em apenas uma reunião.

“A voz das ruas não aceita esse tipo de coisa, mas, mais do que isso, trabalhar uma vez por mês para ganhar R$ 6 mil, só no Maranhão”, reclamou o, agora, novo membro do Congep.

Bira do Pindaré também condenou o alto valor do jeton. “Se não acaba o ‘Conselhão’, tem que acabar o jeton. Pode criar o conselho que quiser, mas não precisa ter jeton de R$ 5.850 por mês para uma única reunião, é uma imoralidade”, declarou.

Naquele ano o Conselho foi então extinto, voltando a ser criado em 2014, mais enxuto – com estrutura menor, até, do que a mantida atualmente.

Discurso mudou após posse

Alcançado pela reportagem de O Estado para comentar o assunto, Marcelo Tavares nega que tenha defendido o fim do Conselho. Segundo ele, a ex-oposição posicionou-se apenas contra o inchaço do órgão. “Nós nunca dissemos que queríamos a extinção total do conselho, até porque ele foi criado, salvo engano, no governo José Reinaldo. Então, nós nunca pedimos a extinção completa do conselho”, garantiu.

O discurso é parecido com o do secretário Márcio Jerry. “Veja bem, nunca fomos contra o ‘Conselhão’, o que criticávamos era o uso dessa ferramenta para se fazer política eleitoral”, ressaltou.

Rubens Júnior admite que a oposição, à época, defendeu o fim do conselho, mas não apenas isso. “Defendemos vários níveis de intervenção: primeiro o fim do superinchaço; depois a eficiência do conselho, que não servia para nada; se isso não fosse possível, o fim do pagamento de jeton; e, por fim, em último caso, a sua extinção”, relatou.

Leia mais em O Estado

Flávio Dino fortalece Márcio Jerry

jerryO secretário de Estado da Articulação de Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry (PCdB), está, desde o dia 11 de fevereiro, comandando uma estrutura maior.

Nessa data foi publicado no Diário Oficial do Estado ato assinado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) que lhe confere ainda mais poderes do que aqueles que ele já possuía.

De acordo com o decreto nº 30.644, do mesmo dia 11, a pasta comandada pelo lugar-tenente do governador ganhou nada menos que 131 novos cargos.

São 31 cargos de superintendente de Articulação Regional, de simbologia especial; 15 cargos de gestor de Programas das Unidades Regionais; 23 de assessor especial; 6 cargos de chefe de Assessoria Técnica; 21 de chefe de Assessoria e Planejamento e Ações Estratégicas; 20 de chefe de Assessoria Jurídica; e, ainda, outros 15 de assessor especial II.

Detalhe: todos os cargos foram remanejados da casa Civil, comandada pelo secretário Marcelo Tavares (PSB).

E Zé Reinaldo? Assume quando?

ze_reinaldoDepois da súbita desistência do ex-deputado federal Domingos Dutra (SDD) de assumir a Representação Institucional do Governo do Estado no Distrito Federal, as atenções se voltam para outro secretário já anunciado, mas ainda não nomeado.

Trata-se do ex-governador e deputado federal José Renaldo Tavares (PSB).

Ele foi indicado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) como futuro secretário de Minas e Energia, mas não assumiu para primeiro tomar posse na Câmara dos Deputados.

Ocorre que a posse em Brasília deu-se há quase duas semanas. E nada do socialista voltar ao Maranhão para tocar a pasta que lhe fora confiada. O que tem gerado especulações sobre mais uma desistência – e desespero na suplente Luana Alves (PSB), que assumirá em caso de licença do parlamentar.

Ao blog, na semana passada, o ex-governador disse apenas que não havia ainda data para a posse no Executivo. Ontem (10) – e hoje (11) – voltei a manter contato por telefone para tratar do assunto.

E, dessa vez, fiquei sem resposta.

Em tempo: o deputado federal Julião Amin (PDT) também está na mesma situação. Ele foi indicado secretário de Estado do Trabalho e Economia Solidária.

SERIA O MOTIVO? Filho de Dutra é exonerado do Iterma

dutraNo mesmo dia em que o ex-deputado federal Domingos Dutra (SDD) anunciou haver desistido de assumir a Representação Institucional do Governo do Maranhão em Brasília, o Diário Oficial do Estado trouxe uma informação que, para alguns observadores da cena política, pode ter sido o motivo para a decisão.

O filho do quase secretário, Domingos Dutra Neto, foi exonerado do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma).

A exoneração foi efetivada no dia 2 de fevereiro, apenas três dias depois de Dutra afirmar à Folha de S. Paulo sentir-se incomodado com a nomeação de parentes de secretários no governo.

“Do ponto de vista jurídico, é evidente que não caracteriza nepotismo. Sob o ponto de vista político, não deixa de ser um certo incômodo, porque afinal de contas a gente vinha se debatendo com o grupo Sarney”, afirmou Dutra.

Depois disso, o filho dele não durou uma semana no governo Flávio Dino (PCdoB).

Em tempo: caso Dutra Neto fosse mantido no governo e o pai assumisse como secretário, estaria configurado mais um caso de nepotismo cruzado no Executivo, já que Liz Ângela de melo, irmã de Mauro Jorge, presidente do Iterma, é adjunta na Representação em Brasília.

Dino minimiza nomeações de parentes de secretários: “não posso punir o amor”

(Foto: Sergio Lima/Folhapress)

(Foto: Sergio Lima/Folhapress)

O governador Flávio Dino (PCdoB) minimizou esta semana, em entrevista à IstoÉ, as nomeações de parentes de secretários em cargos a partir do segundo escalão no Governo do Estado.

Já foram flagradas em cargos na administração estadual as esposas do diretor do Detran, e do presidente do Inmeq; o irmão do secretário Márcio Jerry (PCdB), o genro de Dedé Macedo e o irmão do deputado Marcos Caldas. Tudo documentado.

Na entrevista no entanto, Dino novamente tergiversa sobre o assunto. Diz que não há parentes seus nomeados – ninguém nunca disse que havia – e reduz a crítica a nomeações de parentes de auxiliares a uma suposta perseguição a seu lugar-tenente, Márcio Jerry.

“Não posso punir o amor, não posso controlar a vida afetiva das pessoas”, disse.

Mas bem que poderia controlar o ímpeto dos seus secretários.

50 anos

O governador também repetiu um discurso que tem sido a tônica das suas defesas depois que assumiu o comando do Estado.

Afirmou o comunista ser “impossível que a gente corrija em 30 dias tudo de errado que fizeram em 50 anos”.

Segundo essa lógica, portanto, críticas ao atual governo só daqui a 50 anos.

Leia aqui a íntegra da entrevista.

Márcio Jerry emplaca o irmão como assessor especial na Sinfra

silasUm dos irmãos dos secretário de Estado de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry (PCdoB), já foi oficialmente agraciado com um cargo no segundo escalão do Governo do Estado.

A revelação foi feita hoje (6) pelo jornalista Marco d’Eça, em seu blog (veja).

Silas André Saraiva Gomes Barroso foi nomeado assessor especial III na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), comandada por Clayton Noleto, do mesmo PCdoB de Jerry.

Curiosamente, a publicação da nomeação no Diário Oficial do Estado veio sem o “Barroso” do nome de Silas (veja abaixo).

silas

Equívoco que certamente será reparado mais adiante.

Neto Evangelista é exonerado da Sedes

netoO deputado estadual Neto Evangelista (PSDB) foi exonerado esta semana da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (Sedes).

Aos mais apressados, explica-se que o ato, no entanto, é mera formalidade.

Eleito para o segundo mandato parlamentar, o tucano precisava deixar o cargo no Executivo para tomar posse na Assembleia, no próximo domingo (1º).

A exoneração é datada do dia 28 de janeiro.

Após a posse e eleição da nova Mesa Diretora da Casa, Evangelista licencia-se do mandato no Legislativo, e volta à Sedes.

Dedé Macedo emplaca o genro em alto cargo na Sinfra

Conhecido como “Homem Metralhadora”, Edinaldo Neves també é nomeado subsecretário na mesma pasta

dede macedoO agropecuarista Dedé Macedo – apontado por alguns também como investidor no mercado financeiro paralelo – emplacou o genro em um alto cargo na Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra).

Felipe Brito Uchoa é namorado de Mayra Macedo, filha de Dedé. O casamento está marcado para o fim do ano.

Segundo o Diário Oficial do Estado do dia 21 de janeiro, ele está nomeado como assessor especial de apoio institucional na pasta comandada por Clayton Noleto (PCdoB).

Até o fim do ano passado, Felipe Brito e Mayra Macedo moravam em Teresina (PI), mas, segundo as atualizações da filha de Dedé nas redes sociais, eles se mudaram para São Luís há poucos dias.

felipe

Conta boa fonte do blog que Mayra Macedo deve ser nomeada em breve para cargo na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Metralhadora

ebnaldo_nevesQuem também está nomeado na Sinfra é Edinaldo Neves (PCdoB). E como subsecretário, exatamente como este blog anunciou no dia 2 de dezembro do ano passado (releia).

Candidato a prefeito em 2012, ele foi acusado por adversários de ser laranja do então também candidato Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

Em um vídeo em que militares apoiadores do hoje prefeito definiam ações de campanha, Neves foi citado como “Homem Metralhadora”, uma referência jocosa ao fato de que ele fora escalado exclusivamente para “atirar” no ex-prefeito João Castelo (PSDB) durante todo o horário eleitoral no rádio e na TV.