A Cooperativa de Trabalho Médico de São Luís (Unimed) emitiu nota nesta quinta-feira (15) admitindo os problemas relatados por usuários e informando estar acompanhando de perto toda a ação da Promotoria de Defesa do Consumidor no caso das reclamações feitas por beneficiários do plano de saúde.
Hoje pela manhã, a promotora Lítia Cavalcanti disse que “a situação é gravíssima”. Ela já instaurou inquérito civil encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) contra o plano. O motivo é o grande número de reclamações dos usuários.
“A Unimed São Luís sabe dos problemas gerados na sua rede de beneficiários e em nenhum momento se esquivou ou se esquivará das responsabilidades inerentes, mas afirma que nunca deixou de buscar a solução para os problemas existentes”, diz a nota.
A Cooperativa adianta, ainda, que está prestes a inaugurar de forma integral um hospital que foi arrendado, o Hospital Ludovicense, antigo Aliança, na Rua Rio Branco. A unida já funciona, atendendo demandas eletivas, mas resta adequar algumas áreas a normas exigidas pela Vigilância Santiária para o completo funcionamento.
“A Unimed São Luís arrendou um Hospital no centro da cidade, tendo reformado toda a estrutura hoteleira, adquirindo maquinário e equipamento hospitalar novo, sempre visando ao atendimento emergencial e internações, com o fim de trazer o melhor aos beneficiários do plano de saúde. Cumpre ressaltar que referido hospital, denominado Hospital Ludovicense, está atendendo por segmento, cuja data para inauguração integral depende da adequação de alguns setores às regras e normas do segmento hospitalar”, completa.
Ainda de acordo com o comunicado, no momento a Unimed São Luís busca “a readequação de sua rede de cooperados, o que vem sendo feito já há algum tempo, pois o número de beneficiários e o número de médicos da rede já reduziu consideravelmente”.
“Contudo, a Unimed São Luís tem procurado resolver de imediato os problemas que surgem na seara administrativa visando atender a sua rede de beneficiários, assim como, atendendo as ordens judiciais porventura existentes”, informa.
A Unimed encontra-se atualmente no que se chama de regime de Direção Fiscal, instaurada pela Agência Nacional de Saúde (ANS). O objetivo é averiguar eventuais anormalidades econômico-financeiras ou administrativas que impliquem em prejuízo na qualidade de atendimento dos beneficiários.
Também em nota, a ANS explicou que após a direção fiscal “a situação será encaminhada para deliberação da Diretoria Colegiada da ANS”.
“O regime de direção fiscal tem por finalidade avaliar de perto a situação econômico-financeira da operadora e sua possiblidade de recuperação e tem duração de até 365 dias. O diretor fiscal nomeado pela ANS é um agente designado para monitorar a situação econômico-financeira da operadora in loco. Ele não tem poder de gestão. Durante o curso de uma direção fiscal, cabe à operadora apresentar uma solução para o desequilíbrio financeiro detectado. Esta solução pode ser imediata ou planejada ao longo de um programa de saneamento”, esclareceu a Agência.
Segundo a Unimed, todas as instruções normativas devem ser cumpridas. “Dentro do referido procedimento administrativo a Unimed São Luís vem procurando atender a todas as instruções normativas determinadas pelo Diretor Fiscal, visando a regularização das anomalias apontadas pela ANS”, finaliza.
Repercussão
O caso ganhou repercussão hoje na Assembleia. O deputado Othelino Neto (PPS) disse que estuda traçar junto com os colegas de parlamento um plano de ação com o objetivo de defender os direitos do consumidor. Uma das sugestões é propor audiências públicas, além de encaminhar expediente à Agencia Nacional de Saúde (ANS) para saber que providências foram tomadas e podem ser tomadas.
“Nós esperamos é que seja tomada uma atitude urgente, já que a Unimed não está dando um atendimento de qualidade nem para aqueles que são clientes antigos”, frisou.