Desde segunda-feira (7), não se fala em outra coisa que não na advogada que matou o assaltante Auclines Costa, o “Piauí”, na porta do Bradesco do Calhau, na Avenida dos Holandeses.
Todos querem saber de quem se trata. O titular deste blog decidiu, desde aquela data, que não tocaria no assunto. Por um motivo simples: a atiradora prestou um serviço à sociedade ao abater um bandido que deveria estar preso se a nossa Justiça não fosse tão benevolente com criminosos. E identificá-la seria um risco, já que o comparsa do assaltante morto ainda está livre.
Pois bem. Ocorre que na quarta-feira (9) surgiu a informação de que a advogada foi prestar depoimento à Polícia Civil e lá estava acompanhada de quem?
Do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), advogado Luís Antônio Pedrosa.
Mas, ora. Se a tal Comissão cuida justamente de buscar punição a quem comete crimes como o da advogada em questão – sim, apesar do “serviço prestado à sociedade”, ela cometeu um crime -, o que fazia lá seu presidente?
A resposta apareceu ontem (10): Pedrosa é amigo da atiradora. Estava lá como amigo.
Ou seja: passou por cima das suas prerrogativas como representante máximo da defesa dos direitos humanos pela OAB-MA, para atender ao interesse pessoal de uma amiga.
Dois pesos, duas medidas.
Em tempo: não concordo que todo cidadão possa sair por aí atirando em bandidos – isso é trabalho para a polícia. Mas, se jurado fosse no julgamento da advogada – e ela pode ir a júri popular, por homicídio -, não a condenaria.
Nota: em contato com o blog, Pedrosa diz que não é amigo da advogada e que a conheceu no dia da apresentação na SSP. O que não invalida o discurso do titular do blog, já que, no mínimo, ele usou dois pesos e duas medidas porque se tratava de uma colega. Corporativismo?