Lixo ao redor do aeroporto atrai urubus
O Aeroporto Internacional Cunha Machado, em São Luís, está sob ameaça de fechamento devido a problemas ocasionados pelos urubus que circundam o Aterro da Ribeira e ameaçam o tráfego de aviões na área.
O alerta foi feito este mês pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e, nesta quinta-feira (24), ganhou destaque na tribuna da Assembléia Legislativa em duro discurso do deputado estadual Roberto Costa.
O deputado cobrou ações imediatas da Prefeitura. Segundo ele, o problema é antigo e o próprio relatório informa que a Prefeitura de São Luís foi comunicada diversas vezes e que nenhuma providência foi tomada. Ele ressaltou que trecho do documento da Infraero observa a grande incidência de urubus na cabeceira 6, ponto onde ocorre 95% das operações de pouso e decolagem.
O deputado Roberto Costa observou que o problema deve ser solucionado de imediato, pois o aeroporto registrou 2.056 voos domésticos e 15 voos internacionais somente no mês de janeiro deste ano.
“Queremos que a Prefeitura de São Luís, que já foi notificada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realize o trabalho de limpeza, porque existe um grande risco de acidentes no aeroporto, por conta dos urubus que são atraídos pelo lixo”, alertou Roberto Costa.
Documento da Infraero, assinado pelo presidente Murilo Marques Barboza e encaminhado ao Ministério da Defesa, apresenta uma ‘radiografia’ do sítio aeroportuário de São Luís e ressalta os “potenciais acidentes aéreos que venham a ser provocados por agentes da avifauna (urubus)”.
Intervenção
A empresa afirma que acionou o Ministério, pedindo a intervenção de Nelson Jobim para que Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Aeronáutica, os governos estadual e municipal criem, de imediato, mecanismos formais e eficazes para o controle do perigo do vôo dos urubus no aeroporto.
No texto, a Infraero informa que o problema ocorre porque o Aterro está na trajetória de procedimentos para pouso e decolagem do Aeroporto de São Luís. Assegura ainda que o problema agrava-se a cada ano devido à carência de infraestrutura urbana e serviços básicos de limpeza, em regiões enquadradas pela Área de Segurança Aeroportuária (ASA).
Também constata que o principal atrativo para as aves é “o lixo que se acumula no Aterro da Ribeira, distante cerca de 7 km do sítio aeroportuário e que não possui serviços operacionais de tratamento (espalhamento, compactação e drenagem)”.
No documento, a Infraero também enumera algumas medidas tomadas para a resolução do problema, mas que não tiveram êxito, a exemplo do corte baixo e freqüente da grama; limpeza do canal de drenagem; operações quase diárias para espantar aves com fogos de artifício; o estabelecimento de Comissão de Prevenção do Perigo da Fauna e implantação do Plano de Gerenciamento do Perigo da Fauna.