Espeto de Pau: PGJ “quebrou” construtora, afirma empreiteiro

Prédio das Promotorias continua desativado

O empresário Carlos Castelo Branco, sócio-administrador da Castelo Branco Serviços de Engenharia e Construtora Ltda, denunciou a Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão (PGJ-MA), no início do mês, por descumprimento de contrato de serviços.

A Castelo Branco foi a vencedora da licitação para reforma do prédio sede das Promotorias da Capital, o chamado “Espeto de Pau”. O documento com a denúncia foi encaminhado ao conselheiro Bruno Dantas, do Conselho Nacional do Ministério Público.

Entre outras acusações, a Castelo Branco responsabiliza a PGJ pelo atraso das obras – mais de 180 dias –, afirma que ainda não recebeu mais de R$ 300 mil por serviços realizados e não pagos e garante que o contrato foi rescindido, unilateralmente, de forma injusta.

“Esta empresa […] juntou às fls. nº 54 a 81 dos autos do processo nº 2724AD/2010 (Doc 14 – anexo) as suas contra razões e ao demonstrá-las chegou ao valor, hoje já defasado de R$ 9314.079,08 (trezentos e catorze mil, setenta e nove reais e oito centavos), como o valor devido à empresa, dentro das composições juntados ao processo”, argumenta o empresário.

Inicialmente, a PGJ dizia que devia apenas R$ 17.063,92, mas análise realizada pelo novo chefe da Seção de Engenharia do órgão constatou que o valor devido é de R$ 19.459,49. Muito aquém do que a empresa afirma ter para receber.

Atrasos

Outra reclamação da empresa diz respeito aos atrasos nas obras. O primeiro deles foi para entregar o prédio desocupado. A Ordem de Serviço é datada de 21 de dezembro de 2007, mesma data da assinatura do contrato.

Mas nada podia ser feito no prédio, onde as promotorias ainda funcionavam a todo vapor. Além disso, a OS só foi entregue pela PGJ quase um mês depois, dia 16 de janeiro.

“Neste mesmo dia da celebração do referido contrato, ainda com o prédio, onde deveriam ser feitos os serviços de engenharia civil, inteiramente ocupado, houve a emissão da Ordem de Serviços nº 11/2007 (Doc 02 – anexo) autorizando o inicio das atividades pela empresa Castelo Branco Serviços de Engenharia e Construtora Ltda, documento que só foi recebido no dia 16 de janeiro de 2009”, acrescenta o texto do documento.

E os atrasos não pararam por aí. Um ano e meio (ou 549 dias) depois de iniciadas as obras – quando já tinham sido realizados os trabalhos de recuperação estrutural e de demolição do telhado e contrapiso -, a empresa teve que paralisar as atividades, porque ainda não havia recebido da Seção de Engenharia da PGJ os projetos de instalações elétrica, hidráulica, sanitária e de rede lógica.

A vigência total do contrato era de 270 dias.

“É inacreditável! 549 dias sem projetos! 2,03 vezes o prazo do contrato de 270 dias!”, aponta a empresa.

Por fim, a PGJ resolveu rescindir o contrato, no final de 2009. “Em 24 de novembro de 2009 a PGJ, rescinde unilateralmente o contrato nº 100/2007(doc nº 10 anexo)”.

De lá pra cá, nada mais foi feito.

Com o débito de mais de R$ 300 mil, a empresa praticamente faliu.

Outro lado

O blog encaminhou pedido de nota à Assessoria de Comunicação da Procuradoria Geral de Justiça e aguarda retorno.

As contradições de Fátima Travassos

Publicação da assessoria do MP de 2008

As imagens que ilustram esse post foram retiradas do site do Ministério Público (www.mp.ma.gov.br) e do Jus Brasil (www.jusbrasil.com.br).

São matérias produzidas pela Assessoria de Comunicação do órgão, dando conta do mesmo assunto: a reforma do prédio sede das Promotorias da Capital, o chamado “Espeto de Pau”.

A primeira é datada de 10 de dezembro de 2008. A segunda, de 28 de fevereiro deste ano.

Comparando-se as duas, percebe-se uma clara contradição nos discursos da procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos.

No primeiro caso, diz o texto: “A solidez do prédio foi reafirmada pela procuradora-geral de Justiça, que enfatizou que a administração superior do MP não cometeria a irresponsabilidade de realizar um investimento desse porte na recuperação de um prédio que não oferecesse as devidas condições de segurança. O orçamento da obra é de R$ 1.360.000,00. Para ela, o processo de recuperação da sede das promotorias de Justiça da capital representa um grande prejuízo orçamentário, mas é um problema que precisa ser administrado”.

Em 2011, o discurso mudou...

No segundo, mais recente: “De acordo com a procuradora, os problemas existentes no prédio sede das Promotorias de Justiça da Capital são estruturais e não apenas causados pela falta de manutenção

Afinal, Fátima, os problemas são, ou não são estruturais?

Problemas no “Espeto de Pau” podem acabar em CPI na AL

"Espeto de Pau" pode dar em CPI

É grande a movimentação de bastidores no sentido de que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instituída na Assembléia Legislativa para investigar a fundo os problemas na reforma do prédio sede das Promotorias da Capital, o chamado “Espeto de Pau”.

Segundo apurou o blog, a presidente da Associação do Ministério Público do Maranhão (AMPEM), Doracy Moreira Reis, já teria entrado em contato com pelo menos dois deputados para tratar do tema.

O assunto ganhou proporções de crise institucional depois que aliados da procuradora-geral Fátima Travassos fizeram chegar à imprensa a informação de que os ex-procuradores Jamil Gedeon (atual presidente do Tribunal de Justiça) e Raimundo Nonato de Carvalho também têm culpa no cartório.

Se confirmada a CPI, seria um caso clássico no qual o órgão fiscalizador por excelência sentaria no “banco dos fiscalizados”.

Retaliação! Fátima Travassos vai representar contra Litia Cavalcanti por postagens em blog

As postagens da titular da 15ª Promotoria do Consumidor de São Luís, promotora Lítia Cavalcanti, que vem denunciando em seu blog os escândalos da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) do Maranhão, estão doendo no fígado da procuradora Fátima Travassos.

Como forma de retaliar a promotora, a chefe do MP maranhense vai entrar com representação por conta das publicações.

A informação já havia sido revelada ao blog há duas semanas e foi confirmada publicamente nesta segunda-feira (28) pela própria Lítia Cavalcanti, via Twitter.

Já soube que a PGJ preparou representação contra mim pelas postagens. Isso é que é retaliação. Sou independente e correta. Quem tem teto de vidro”, disse, referindo-se a Travassos.

Ainda no Twitter, Lítia Cavalcanti revela que está sendo monitorada “pelos desocupados e medíocres de plantão”.

“As minhas postagens estão devidamente acompanhadas pelos desocupados e medíocres de plantão. Deviam buscar era trabalhar!”, assevera.

Lítia acompanha de perto a visita do representante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Bruno Dantas, a São Luís. Ele veio inspecionar as obras no prédio sede das Promotorias da Capital, o famoso “Espeto de Pau”.

Ricardo Murad põe problemas do “Espeto de Pau” nas contas de ex-procuradores

O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, avaliou a problemática da reforma do prédio das Promotorias da Capital, o famoso “Espeto de Pau”, por outro prisma, neste domingo (27).

Enquanto grande parte da opinião pública e até mesmo o Tribunal de Contas do Estado (TCE) responsabilizam a procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos, Murad atribui os problemas às gestões dos ex-procuradores Jamil Gedeon, atual presidente do Tribunal de Justiça, e Raimundo Nonato de Carvalho.

Segundo ele, Fátima não tem responsabilidade alguma no caso e, mesmo que quisesse, não poderia concluir a obra porque o prédio é “irreformável”.

As declarações foram publicadas em sua página no Facebook, após matéria de O Estado tratando do assunto.

“’Espeto de pau’, apelido dado pelo promotor Juarez Medeiros para o prédio sede das Promotorias de Justiça da Capital, ruiu por erros na execução da obra segundo relatório do IBAP – Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia do Maranhão. Encomendado pelo então procurador geral francisco barros no ano de 2007”, diz o secretrário.

Que completa: “O projeto arquitetônico, básico e executivo para a construção do prédio foi elaborado na época em que era procurador geral, o atual presidente do TJ, desembargador Jamil Gedeon. A construção do prédio e o recebimento da obra ocorreu na gestão do ex-procurador geral Raimundo Nonato de Carvalho. A procuradora-geral Fátima Travassos, por mais que queira, não teve e nunca terá êxito nas reformas porque o prédio é irreformável”.

Para Ricardo Murad, o que precisa ser apurado é o suposto sumiço do projeto executivo, que teria ocorrido logo após o resultado das perícias realizadas pelo IBAP, apontando que o prédio poderia cair por falhas estruturais.

Mais alguns dados a serem apurador a partir desta segunda-feira (27), com a vinda do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a São Luís.