A Prefeitura de São Luís já deixou bem definido que discurso vai utilizar para enfrentar o embate envolvendo a fraude apontada pelo Ministério Público no processo de criação da lei que majorou em até 8.500% o valor do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) da capital.
A desculpa para o aumento desmedido em alguns casos é a faixa isenção em que algumas áreas foram inseridas.
O argumento fica claro pelas próprias declarações da deputada Gardênia Castelo (PSDB), filha do prefeito João Castelo (PSDB) e espécie de porta-voz do Executivo Municipal.
“Na realidade, o que o prefeito João Castelo está fazendo não é fraude, é justiça fiscal”, disse ela, em meio ao debate sobre o assunto na Assembléia Legislativa, na última quinta-feira (6).
Mais frágil impossível.
Isso porque se, de um lado, explica a intenção político-elitoreira da ação, a declaração da deputada não consegue dirimir a principal dúvida que paira sobre a opinião pública no momento: por que fraudar documentos, então?
Se o motivo era tão nobre, por que forjar uma ata que nunca existiu?
Se a medida apenas beneficia a população, por que enganar FIEMA, FECOMÉRCIO, SINDUSCON e ACM?
Se tudo foi feito dentro da normalidade, por que modificar os valores apresentados na Aerocarta?
Perguntas sem resposta, que só confirmam o que já vem sendo dito: a Prefeitura fraudou de má-fé os documentos para garantir aumento do IPTU.