Sinfra depende de licença da Marinha para iniciar Espigão; processo está parado no Rio de Janeiro

Permanece adormecido em algum gabinete da Marinha, no Rio de Janeiro, o processo em que a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) solicita da Capitania dos Portos a licença definitiva para dar a ordem de serviço que garantirá o início das obras do Espigão da Ponta D’Areia.

A complementação dos projetos – exigência da Capitania dos Portos para liberar a licença – foi entregue desde o início de janeiro. A falta deste documento é o único impedimento para o início dos trabalhos.

Fora este licenciamento, a Sinfra já viabilizou todas as licenças ambientais e a licença de uso, emitida pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

Segundo apurou o blog, todas as vezes que tentou contato com o escritório da Marinha no Rio, o representante da Capitania dos Portos do Maranhão ouviu a mesma resposta: o processo não é prioridade e, por isso, continua engavetado.

Ao que tudo indica, será necessária intervenção da governadora Roseana Sarney (PMDB) no Ministério da Defesa.

Enquanto isso, a Ponta D’Areia sofre.

“Favelão da Cyrela” pode causar desatre ecológico na Ponta D’Areia

Tubulação despejará resíduos direto na praia

Passeando pela praia da Ponta D’Areia, deparei-me com o cenário acima. A foto é dos fundos do chamado “Favelão da Cyrela” – o condômino Farol da Ilha, ao lado do Rio Poty Hotel -, e nesse local ficará uma das saídas de esgoto dos apartamentos.

A tubulação é gigantesca, mas ficou encoberta devido às chuvas dos últimos dias, que causou pequenos deslizamentos de terra na área.

No total, o favelão contará com nada menos que 400 unidades, segundo o site da empresa. São 400 famílias morando e produzindo resíduos sólidos e líquidos.

E vai tudo para a praia da Ponta D’Areia, sabe-se lá com que tratamento.

E mais, mesmo que e tubulação da foto seja apenas para escoamento de águas pluviais, imagine você, caro leitor, a força com que ela será derramada nas areias da praia e o dano que pode causar nos arredores.

Um verdadeiro desastre ecológico.

É bom o Ministério Público e a Secretaria de Meio Ambiente ficarem de olhos bem abertos.