Cliente chama caixa de “macaca”, juiz rejeita denúncia, mas TJ dá seguimento a ação por racismo

raimundo_meloA 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) determinou hoje (10) o prosseguimento de ação penal por crime de injúria racial, depois que uma cliente de uma loja de departamentos de um shopping da capital chamou a operadora de caixa de “macaca”.

A decisão veio após voto do desembargador Raimundo Melo, que precisou reformar decisão intrigante do juiz de base.

Segundo informações do Tribunal de Justiça, o fato ocorreu em maio de 2012, quando a cliente solicitou à operadora de caixa da loja que aumentasse o limite do seu cartão para evitar a compra em oito meses mediante cobrança de juros.

A funcionária informou que a solicitação seria inviável, uma vez que o cartão tinha apenas dois meses de emissão e a cliente não apresentou comprovante de renda para que a operação fosse efetivada, sendo, nesse caso, o parcelamento o procedimento padrão adotado pela loja.

A cliente questionou o parcelamento, afirmando que a vendedora queria “empurrar” um plano com juros e a chamou agressivamente de “macaca”. Perguntada sobre o insulto, ela repetiu a ofensa, soletrando o que tinha falado.

Após o ocorrido, a funcionária da loja procurou uma delegacia e registrou ocorrência policial. A compradora, por sua vez, ao ser interrogada pela autoridade policial, declarou ter chamado realmente a operadora de “macaca”, mas , segundo ela, sem a intenção de ofender sua honra, sendo levada pelo calor da emoção.

Na decisão de 1º grau, o juiz do caso rejeitou denúncia do Ministério Público do Maranhão (MPMA), entendendo não ter havido manifestação expressa da vítima de ver sua agressora processada pela ofensa, mesmo depois de a operadora haver registrado a ocorrência policial e prestado depoimento afirmando que queria abrir processo contra a autoria da injúria.

Pode?!

Ao contrário desse entendimento, o desembargador Raimundo Melo afirmou em seu voto que em seu depoimento a vítima demonstrou sua vontade em processar a autora pelas ofensas contra sua pessoa.

“A presença da vítima na delegacia de polícia, informando sobre a prática de suposto crime, é o suficiente para suprir o requisito de procedibilidade da representação, não necessitando de formalidade para o ato”, afirmou.

Ainda ouviremos falar de Zanelli

Gustavo Zanelli, processado por racismo e preconceito

Gustavo Zanelli, processado por racismo e preconceito contra o Maranhão e o Nordeste

A vingança não é um sentimento nada bom. Mas como “Revenge” tá bombando em horário nobre, me permitam compartilhar com vocês o que eu desejo sinceramente que aconteça com o causídico, agora mal-afamadamente, nacionalmente conhecido, Gustavo Zanelli.

De volta à sua maravilhosa terra natal, de onde nunca deveria ter saído, até porque lá é que é o seu referencial de paraíso e civilização, o não mais advogadozinho precisará recomeçar em outra profissão e, pelo muito que se deu a conhecer na rede mundial de computadores através do seu face, alçará vôos maiores rumo à Europa ou para os Estados Unidos da America do Norte.

Não demorará a ser reconhecido como terceiro mundista, latino ou imigrante. E é aí que Gustavinho Zanellin passará a provar do seu próprio veneno, a saber: racismo; preconceito e discriminação. E se esse moço tiver a sorte de cruzar com algum grupo radical do tipo nazifascista, desses que proliferam abundantemente mundo “civilizado” a fora, ele vai acabar voltando correndo para os braços do nosso querido Brasil miscigenado porque experimentará na pele, que lá fora não será tão pura quanto a do europeu, do inglês ou do americano, o que verdadeiramente significa a boçalidade da discriminação, do racismo e do preconceito.

Gustavo Zanelli. Tão certo como hoje [ontem] é uma sexta-feira 13, nós ainda ouviremos falar desse rapaz!

Por Fábio Câmara, vereador de São Luís

Zanelli é representado junto a OAB

Gustavo ZanelliA procuradora-geral de justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha, representou junto à OAB e apresentou notícia crime junto à Procuradoria da República no Maranhão contra o advogado Gustavo Zanelli Ferreira, pela prática de ofensas de caráter racial e discriminatório contra a cultura e a população nordestina e maranhense.

Gustavo Zanelli, que afirmou que só falará em juízo [terá oportunidade para isso pelo visto] havia dito que não encontra qualidade alguma “nesse povo”:

Quando eu digo que o Brasil não vai para frente em razão do nordeste vocês ficam nervosos, mas infelizmente é assim. Eu nessa minha vinda para cá, tento constantemente ver alguma qualidade nesse povo, mas vejo que de fato é impossível infelizmente! E de fato não adianta querer misturar as culturas norte/nordeste X sul/ sudeste. É por isso que há tão poucos sulistas no nordeste (nós não aguentamos isso aqui).

zanelli 3À OAB/MA, por outro lado, o advogado negou a autoria dos textos e disse que seu perfil havia sido invadido. No entanto, entra em contradição com as próprias postagens que sucederam a polêmica.

Antes de excluir a sua conta no Facebook, ele apenas retirou a foto e em seguida disse: “Queridos amigos facebookianos, estou excluindo a minha foto do perfil, tendo em vista que estão utilizando indevidamente a minha imagem nas redes sociais, utilizando minha foto com postagens distorcidas.

Terá de provar então que o seu perfil já havia sido invadido há algum tempo, pois foram inúmeras as postagens racistas e que atacavam a família Sarney em seu perfil, antes de iniciada a polêmica. Havia também comentários de amigos e respostas aos seus posts. Lá, ele explicava porque estava vindo ao Maranhão, quanto tempo ficaria e os motivos que o levavam a “odiar” a Região Nordeste.

Vale ressaltar que Gustavo já havia confirmado por telefone ao jornalista Zeca Soares, do G1 Maranhão, a autoria dos textos. Disse apenas que não iria comentar o assunto e pediu para desligar o telefone.

Por tanto, é no mínimo difícil de acreditar, justamente agora, após a representação da Procuradoria-geral de Justiça, que ele teve a conta invadida.