Olha aí, Natalino! Professora detalha fraude em notas no curso de Ciências Sociais da UFMA

Lembram quando eu disse aqui, ontem (9), que o blog teve acesso exclusivo a um documento que comprova que não foi só o professor Wildoberto Gurgel, o “Ayala” Gurgel, quem denunciou um possível esquema de fraude em notas na Universidade Federal do Maranhão (UFMA)?

Pois ei-lo acima.

Trata-se de um ofício enviado pela professora Maristela de Paula Andrade, no dia 9 de abril de 2003, ao Departamento de Sociologia e Antropologia e à Coordenação do Curso de Ciências Sociais da UFMA, detalhando mais uma caso de fraude na emissão de notas no “infalível” sistema de informação da Universidade Federal.

Curiosamente, a denúncia foi feita exatamente no mesmo ano da revelação da suspeita de fraude apontada pelo professor de Filosofia.

Segundo Maristela, que ministrava aulas no curso de Ciências Sociais à época, “as notas da maioria dos alunos da turma I e grande parte daquelas da turma II, foram adulteradas, tendo sido aumentadas”.

Ela destaca, ainda, que, dois dias antes de oficializar a denúncia, quando dirigiu-se à Coordenação de Ciências Sociais para digitar as notas da terceira prova, das reposições e provas finais, todas elas já estavam no sistema. “Antes da entrega das cadernetas!”, revela, espantada no documento.

A explicação para tanta facilidade na adulteração das notas talvez seja a falta de preparo do pessoal que trata do assunto no Núcleo de Processamento de Dados (NPD) da UFMA. A professora revela que, em sua presença e de mais um professor, uma funcionária da casa ligou para o referido núcleo, e, por telefone mesmo, pediu a senha de acesso de Maristela de Paula. A informação foi repassada sem nenhum óbice.

“A pessoa que atendeu-a no referido setor, sem perguntar-lhe quem era ela, singelamente, deu-lhe minha senha de acesso ao sistema de notas da UFMA”, reitera a denunciante.

De posse dos novos dados, a UFMA agora tem mais elementos para investigar a fundo o que pode ser um esquema muito maior e envolver ainda mais cursos na instituição. A confirmação de que mais um docente também passou pela mesa situação, pode dar ao professor “Ayala Gurgel” – ainda recluso após o estouro do escândalo – mais segurança para falar sobre o assunto.

10 pensou em “Olha aí, Natalino! Professora detalha fraude em notas no curso de Ciências Sociais da UFMA

  1. Rapaz, querem por quêr querem, tirar o foco da questão, quem tem poblemas é o CEUMA pagou passou, rapaz, já concluiram o Inquérito sobra a máfia das notas? , vão cassar os diploma dos já formados que compraram notas?, acho que não?, são muitos poderosos, os papais e as mamães, vão proteger esses formados -nas coxas-, até o fim!!!.

  2. caro blogueiro,

    acredito que as denúncias devem ser investigadas, mas pela forma como o caso vem sendo tratando, parece que querem igualar as denúncias do caso da UFMA com as do Ceuma. Do que se tem visto, no Ceuma há uma quadrilha que cobra valores para fazer alteração de notas de alunos de vários cursos. Segundo o delegado Breno, cerca de 400 a 700 alunos estariam envolvidos no golpe. Coisa de bandidos portanto.

    É bom que fique claro que os alunos pagam por esse serviço pq caso fiquem reprovados terão que fazer a cadeira novamente. Em cursos como medicina, odonto e direito repetir cadeira é um grande prejuízo financeiro. Daí a “justificativa” para tal crime. Além do que, sabemos que em razão da facilidade do vestibular do Ceuma, o grau de dificuldade para entrar na faculdade é inexistente. Daí, a grande quantidade de alunos pouco brilhantes formados pela instituição. Exemplo disso é o indíce de reprovação do Ceuma na OAB, como vc já divulgou.

    No caso da UFMA, a possível fraude de notas parece sem razão de ser. Caso um aluno fique reprovado, não gastará nada para fazer a cadeira a não ser o tempo. Se tiver tido problemas com o professor, pode fazer as disciplinas em outro curso, em outro horário se quiser. Além do mais, é possível verificar pelos estudos dos perfis sócio-econômicos dos alunos da UFMA ( o setor de assistência ao alunos deve tê-lo) que grande parte dos alunos de cursos como Ciências Sociais e Filosofia não possuem grande poder aquisitivo. Portanto, é difícil imaginar que alunos sem muito dinheiro pagariam para alterar notas de disciplinas que eles poderiam refazer sem gastar nada. Desse modo, não há lógica na existência de uma quadrilha.

    Mas fico tranquila quanto ao seu trabalho, pois jornalista competente como vc é, formado pela UFMA, assíduo e dedicado em todas as disciplinas, como bem pude acompanhar, sei que fará um excelente trabalho de cobertura desse espisódio.

    • Cara Alice, a mim, está claro que são casos diferentes. Como está claríssimo que houve fraude. Com que intenção – e por que meios – cabe aos investigadores determinar. Tb está claro que tudo ocorreu ANTES da gestão Natalino Salgado. Portanto, tb não se trata de perseguição a ele. O atual reitor só está se enrolando na hora de dar explicações à sociedade. Pq não admite que houve as fraudes, que não as há mais e que está apurando as responsabilidades? Não é melhor do que dizer, simplesmente, que a UFMA não tolera a fraude? Vc acha que a direção do CEUMA tolera? É claro que não… e é por isso que só agora se descobriu tudo…
      No mais, mt obrigado pelas referências elogiosas, mas nem fui dos alunos mais brilhantes do curso de jornalismo da UFMA…

  3. Essa é muito boa, quando acontece no Ceuma é quadrilha, é aluno incompetente, é aluno burro e etc, por serem burros (segundo a tal Alice) precisam comprar para passar, quando é na Ufma, que todos são super hiper inteligentes e por isso não precisam comprar, é bricadeirinha, os alunos fizeram para brincar? Cara Alice, crime é crime em qualquer lugar, a diferença que vejo entre um e outro é a coragem e transparência da atitude do CEUMA (parabéns à diretoria do CEUMA) que descobriu o problema e denunciou para polícia, enquanto o pessoal da Ufma fica enrrolando, querendo colocar panos quentes como se não tivesse acontecido nada, parecendo ter rabo preso. Estudei na Ufma, Uema e no Ceuma e encontrei com vários professores que eram comuns entre elas, alunos bons e ruins em todas e uma diferença grande o conforto e estrutura que existe no Ceuma e não existe nas outras. Parabéns ao Gilberto pela notícia e pelo comentário.

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