Uma mensagem de texto encaminhada por Elker Farias Veloso a comparsas de uma quadrilha especializada em assaltos, e interceptada pela Polícia Federal, é mais um dos indícios apontados pela polícia de que os acusados pela morte do jornalista Décio Sá têm, todos, participação direta no crime e ligações entre si, apesar de terem dito em depoimentos que não se conheciam uns aos outros.
Na mensagem, encaminhada um dia após a prisão dos denunciados, Elker, que estava em Teresina, avisa aos companheiros que vai para Minas Gerais no dia seguinte – ele acabou preso assim que desceu do avião. E revela: sabe quem operacionalizou a morte do jornalista maranhese.
“C lembra aquele doido que chegou no audi branco quando nos tava no setor lah na ilha ele mostro um doce pra nos e talz pois ele rodo com meio mundo de trem nosso aki … E o seguinte ele o cara que matou o jornalista lah saca ….. que tah saindo direto na tv ai. (sic)”, escreveu o acusado, em mensagem a Milchen Soares Silva, suspeito de haver assaltado, junto com Elker, uma agência dos Correios em São Luís, no dia 25 de maio de 2012.
“Aquele doido que chegou no audi branco” é o homem conhecido como “Balão”, o mesmo que teria sido contrado por Fábio Brasil para matar Gláucio Alencar e que teria desistido após a intervenção de Ricardinho “Carioca” – uma das testemunhas dos dois casos, assassinado no dia 3 de janeiro, no Turu (relembre). Foi “Carioca” quem patrocinou um encontro entre o agiota e o seu possível matador no restaurante “O Berro” (reveja). Teria sido também ele quem convencera “Balão” a desistir do serviço.
Segundo a polícia, “Balão” – único dos acusados que ainda está foragido – foi o responsável por arregimentar o que eles chamam de “operacionais” dos dois assassinatos. Ainda de acordo com a investigação, uma reunião num sítio dele em São Luís aconteceu dias antes das duas mortes.
Apesar dos indícios, Gláucio Alencar segue negando qualquer tipo de envolvimento nos dois assassinatos, o de Fábio Brasil, em Teresina, e o de Décio Sá, em São Luís.