O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), órgão do Governo do Maranhão, admitiu em estudo divulgado recentemente – o Boletim de Conjuntura do terceiro trimestre de 2015 (veja aqui) – que o aumento dos gastos da gestão Flávio Dino (PCdoB) com pessoal não tem surtido efeito para conter a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do estado em 2015.
Até o primeiro trimestre deste ano, a expectativa era de crescimento moderado, a taxa de 1%. Mas a previsão foi revista e, agora, o Imesc aponta que o PIB maranhense terá diminuído 2% ao final deste ano.
Com medida anticrise, o Imesc cita no relatório “os impactos contracíclicos da elevação dos gastos do Governo Estadual com pessoal”. Ou seja: o governo acredita que ao aumentar a folha, está combatendo a recessão.
O resultado, no entanto, parece ser o inverso.
Em agosto, o jornal O Estado revelou que os gastos da gestão Flávio Dino com pessoal, no primeiro quadrimestre de 2015, haviam crescido mais de R$ 150 milhões na comparação com o mesmo relatório do último quadrimestre de 2014 (reveja).
Dados mais recentes, contudo, apontam para aumento da ordem de R$ 470 milhões (leia mais).
E nada disso fez o PIB subir, ou pelo menos não cair.
Obras paradas
O Instituto revela que o fato de o Executivo haver paralisado o investimento de recursos oriundos do empréstimos do BNDES também prejudicou a economia local.
“[A] necessidade de regularizar a prestação de contas do programa com o BNDES impediu a efetiva aplicação de recursos nos primeiros seis meses de 2015”, destaca a publicação.
Puxaram para baixo o PIB do Maranhão, ainda, “o Índice de Confiança do Empresário Industrial – ICEI, calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão – FIEMA, que evidencia elevado pessimismo dos empresários; e o aumento da taxa de mortalidade das Micro e Pequenas Empresas, que registrou 6.468 fechamentos de empresas no acumulado de janeiro até 28 de setembro de 2015, contra 738 no ano de 2014 segundo os dados divulgados pelo Confereração do Comércio, situando-se como o pior resultado desde 2008″.
Os dados estão todos disponíveis no relatório do Imesc.