Anape diz que Governo do Maranhão quer transformar PGE em “escritório de defesa de servidores”

marcello_tertoA Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) criticou o Governo do Maranhão, hoje (20), por meio de nota assinada pelo seu presidente, Marcello Terto, por conta da edição da Medida Provisória nº 185, que autoriza a representação judicial de membros das Polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros Militar pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Segundo a associação, a PGE será transformada em “escritório de defesa de servidores” caso seja mantida a validade da MP.

“Nada justifica a fuga dos parâmetros impostos pela Constituição Federal para a Advocacia Pública, que é órgão de Estado e de orientação jurídica e representação judicial do ente federado. Esta não pode jamais ser desnaturada para uma forma de escritório de defesa de servidores como pretende o Governo do Maranhão, sobretudo sem uma discussão mais profunda com os advogados públicos e a sociedade”, diz o texto (clique aqui e leia a íntegra).

No comunicado, citando precedentes de outros estados, a Anape informa que não houve avanços nas discussões do tema com o governado Flávio Dino (PCdoB) e que, por isso, “resta a via judicial”.

“A Anape acredita sempre na força do diálogo, mas infelizmente não foi possível entendimento com o Governo do Estado do Maranhão, que hoje tem a sua frente político respeitado e pioneiro na defesa da Advocacia Pública, o governador Flávio Dino. Resta a via judicial e a legitimidade da Anape para o ajuizamento de ações perante quaisquer tribunais, sobretudo no Supremo Tribunal Federal. […’A definição da melhor estratégia é tomada em conjunto com a Associação dos Procuradores do Estado do Maranhão – Aspem”, completa.

A nota explicita, ainda, críticas à estrutura da PGE e a necessidade de investimentos na Advocacia Pública do Estado do Maranhão.

“Do ponto de vista operacional, a Advocacia Pública no Estado do Maranhão está longe de contar com todos os investimentos, estrutura e quadros suficientes para o desempenho dos seus misteres constitucionais. É fácil imaginar como as suas atividades constitucionais sofrerão e serão ainda mais prejudicadas quando a elas se somar a defesa de policiais civis e militares e bombeiros militares com atuação até mesmo na seara criminal”, reitera

Contradição

A Anape ressalta, ainda, a possibilidade de uma contradição no trabalho da PGE se a MP 185 for posta em prática: o Estado defender um policial processado por abuso de autoridade, quando deve também buscar a condenação desse agente, nas esferas disciplinar, administrativa e criminal.

“Causará espécie, sem pretensões generalistas, o fato de policiais processados por abuso de autoridade ser representados pelo Estado, que tem o dever de ação de regresso contra esses mesmos agentes de segurança em busca do ressarcimento dos cofres públicos e de condenações nas esferas disciplinar e de improbidade administrativa, além da criminal. Será péssimo para a imagem do Estado, da PGE e do governo que teve essa iniciativa”, completa a nota.

Servidores com salários cortados devem formalizar denúncia na SES

O Governo do Estado informou ontem (18), por meio de nota, que os contratados que tiveram salários reduzidos neste mês, em virtude da retenção de 15% das faturas das empresas prestadores de serviços da Saúde, devem formalizar denúncia para garantir a punição das terceirizadas.

Segundo o comunicado oficial, o decreto que regulou o corte de 15% das empresas era claro ao não permitir a redução de postos de trabalho ou das remunerações.

“Caso seja formalizada denúncia por parte de funcionário sobre eventual redução em seus salários junto à Secretaria de Estado da Saúde serão adotadas providências e, caso constatado o fato, serão aplicadas sanções contratuais e legais previstas ao respectivo instituto”, diz a nota.

Então tá.

Governo recua após protestos e pagará salários ainda em janeiro

dinheiro-na-maoO Governo do Estado anunciou ontem (28), com o já costumeiro estardalhaço, que após esforço e “medidas austeras” conseguirá pagar os salários dos servidores públicos estaduais no fim deste mês – e não mais no início de fevereiro, como era esperado.

Previsto para o dia 3 de fevereiro, os salários estarão nas contas dos 112 mil servidores ativos e inativos no dia 31 de janeiro. Um claro recuo após a grita geral em virtude da alteração do calendário de pagamento.

Mas isso não se deve a qualquer esforço, como tenta fazer parecer o Executivo.

O Governo na verdade pagará o salário no dia 2 de fevereiro, adiantamento de apenas um dia. É  o Banco do Brasil que, por rotina bancária, creditará o dinheiro nas contas  dos trabalhadores já no dia 31, sábado.

Isso ocorre porque, para o BB,  sábado, domingo e segunda são o mesmo dia, pelo menos contabilmente. Sendo assim, qualquer operação realizada no fim de semana é registrada apenas na segunda.

Último dia

Mesmo comemorando o “adiantamento”, o novo governo ainda deixa a desejar na comparação com a administração passada.

Até o mês de dezembro de 2014, o pagamento dos servidores do estado, em condições iguais à desse mês de janeiro, ocorreria na sexta-feira.

Explica-se: na gestão Roseana Sarney (PMDB), a ordem era efetuar o pagamento até o último  dia  útil do mês trabalhado.

Se fosse adotada essa regra, os servidores receberiam os salários no dia 30 de janeiro.

Sinfra diz que nomeação de genro de Dedé Macedo ocorreu após análise de currículo

De O Estado

claytonO secretário de Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB), garantiu ontem (27), em contato por telefone com a reportagem de O Estado, que a nomeação do genro de Dedé Macedo para cargo na pasta (reveja) não atendeu a critérios políticos.

Segundo o comunista, Felipe Brito Uchoa foi “selecionado” para trabalhar na área de apoio institucional da Sinfra após análise curricular.

“Não tive nenhum contato com o Dedé Macedo sobre isso. Cheguei a falar com o Hernando [Macedo (PCdoB), prefeito de Dom Pedro e filho de Dedé] e com o Fábio [Macedo (PDT), deputado estadual eleito e também filho do empresário], mas para a nomeação eu pedi que fizessem uma análise do currículo e ele foi selecionado”, explicou Noleto, que acrescentou, ainda, ter nomeado uma equipe especializada em recursos humanos para proceder à esolha de técnicos para a pasta.

Noleto destacou, também, qual a função esperada do novo assessor. “O Felipe Uchoa tem experiência na área do direito e terá muito importância ao assessorar o gabinete na tomada de decisões”, completou o secretário.

Servidores do Estado relatam proibição de integrar grupos de Whatsapp

cidades cidades2 cidades3Servidores do Governo do Estado que integram o Conselho Estadual das Cidades (Concidades) revelaram hoje (26), durante um bate-papo num grupo de Whatsapp, que estão sendo proibidos pelo superiores de postar fotos no local de trabalho em redes sociais, e, ainda, de participar dos grupos de discussão criados por meio de aplicativos de trocas de mensagens.

A revelação foi feita justamente no grupo “Concidades”.

Integrantes do Conselho começaram a estranhar a saída “em bando” de alguns usuários e questionaram as explicações de um dos membros para deixar o grupo.

“Gente, simplesmente não estamos produzindo”, justificou-se um participante do Concidades.

Mas ela foi contestada.”As explicações não são convincentes. Abre o verbo… Tem outros motivos!”, relatou um outro interlocutor, que já havia relatado a existência de um memorando disciplinando a participação de servidores nas redes.

“Não sei na Secid, mas em outro órgão, foi expedido um memorando proibindo quaisquer publicações redes sociais sobre o referido órgão determinou o fim dos grupos na regionais etc (sic)”, escreveu um dos usuários.

O blog entrou em contato por e-mail com a Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secom), que informou o seguinte por meio de nota: “O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), esclarece que não procede a informação da existência de memorando proibindo a participação de servidores nas redes sociais”.

Em tempo: o governador Flávio Dino (PCdoB) criou um grupo de Whatsapp por meio do qual mantem contato direto com todos os secretários de Estado.

Dino evita dar prazo para pagamento de prestadores de serviço da Saúde

dinoO governador Flávio Dino (PCdoB) foi evasivo hoje (20), em entrevista ao blog, ao falar sobre o pagamento dos salários de dezembro dos prestadores de serviço da Saúde.

Os trabalhadores ainda não receberam porque, assim que assumiu o governo, o comunista determinou a suspensão de ordens de pagamentos enviadas ao Banco do Brasil pelo ex-governador Arnaldo Melo (PMDB) nos dias 30 e 31 de dezembro do ano passado (reveja).

As OBs suspensas garantiriam o pagamento de R$ 8 milhões às empresas ICN e Bem Viver, contratantes de funcionários que prestam serviços em pelo 21 unidades estaduais de saúde.

Segundo o governador, o problema é que a gestão anterior deixou a conta a ser paga, mas não deixou dinheiro em caixa. Dino, no entanto, evitou dar prazo para o pagamento.

“Aquilo que deveria ter sido pago no dia 15 de dezembro não foi pago, e o dinheiro também não ficou em caixa, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. No dia 15 de janeiro venceu outra parcela e também não havia os recursos em caixa. O que nós fizemos? Aquilo que foi retido, porque no meio havia inclusive pagamentos ilegais, foi feita uma análise e aquilo que estava de acordo com a lei foi liberado já. E nós estamos buscando atualizar as dívidas que nós recebemos do mandato passado”, declarou.

O governador garantiu, apenas, que no seu governo não haverá atrasos e prometeu “avançar no pagamento” dos atrasados, ainda em janeiro.

“O que eu posso garantir é que os pagamentos relativos ao nosso período governamental serão feitos em dia e, simultaneamente, ainda no mês de janeiro, nós vamos avançar no pagamento daquilo que se refere ao governo anterior que, infelizmente houve um calote aos profissionais da saúde”, completou.

Flávio Dino faz festa por cumprir lei ao reajustar mínimo e piso de professores

O governador Flávio Dino (PCdoB) tem-se especializado nesse início de gestão por tentar colher os frutos de ações que não são exatamente suas.

No início do mês, mostrei aqui como ele tentou faturar com uma ação de saúde que já era prática desde o governo Roseana Sarney (PMDB), por meio do programa Saúde é Vida (reveja).

Agora, mais uma: o comunista “fez a maior festa” porque autorizou o reajuste do salário mínimo e do piso dos servidores da educação básica (leia mais aqui).

Diz o texto do Governo do Estado que o objetivo das medidas é “aumentar a eficiência da máquina pública e permitir serviços de melhor qualidade à população” por meio da “valorização dos servidores públicos”.

Detalhe: nos dois casos, os reajustes são determinados pelo Governo Federal.

Mas isso, é claro, Dino e sua turma não dizem.

Pedrosa condena decreto que autoriza PGE a defender policiais

pedrosaMilitante da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e candidato a governador do Maranhão na eleição do ano passado, o advogado Antonio Pedrosa (PSol) condenou, em contato com o titular do blog, a Medida Provisória nº 185, editada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que autoriza a representação judicial de policiais militares, civis e bombeiros pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Segundo Pedrosa o texto “é problemático” por criar tratamento diferenciado entre servidores públicos – os demais servidores não terão esse benefício se forem acionados na Justiça – e por permitir interpretações diversas sobre “cumprimento do dever legal e constitucional”.

“O texto da medida provisória nº 185, do Governo Flávio Dino é problemático. Primeiro porque cria tratamento diferenciado entre servidores públicos. Segundo porque abre caminho para interpretações acerca do que seriam ‘ações decorrentes do cumprimento do dever legal ou constitucional’. Inúmeros são os casos de ações judiciais movidas pelo Ministério Público contra policiais, no exercício do controle externo da atividade policial. São situações que envolvem especialmente a prática do crime de tortura ou letalidade culposa ou dolosa da intervenção policial”, disse.

O advogado ressalta que, em alguns casos, a MP oporá o Estado à defesa dos direitos humanos – em situações que envolvam denúncias de tortura, por exemplo -, mas acredita que ela será questionada pelo Ministério Público.

A MP 185 porá o Estado na contramão da defesa dos direitos humanos das vítimas dos excessos praticados pela polícia. Acredito que tal norma será questionada pelo Ministério Público, porque representa um verdadeiro retrocesso no plano do controle da intervenção policial arbitrária, principalmente quando extrapole a intervenção das corregedorias.

“Quem é técnico e exerce bem sua função vai permanecer”, diz Flávio Dino sobre equipe de governo

dinoO governador eleito do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deu ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, uma declaração que deve tranquilizar os barnabés do Governo do Estado.

Segundo ele, a partir do segundo escalão, os técnicos que exercem bem suas funções serão mantidos.

Mudanças mesmo, só no primeiro escalão.

“Trocaremos o primeiro escalão, mas quem é técnico e exerce bem sua função a partir do segundo escalão vai permanecer. Não haverá caça às bruxas, até porque queremos ter condições de governar bem desde o primeiro dia”, disse.

Vale aguardar.